SóProvas


ID
20431
Banca
FCC
Órgão
Banco do Brasil
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: As questões de números 1 a 8 referem-se ao texto
abaixo.

     "O folhetim é frutinha de nosso tempo", disse Machado
de Assis numa de suas deliciosas crônicas. E volta ao assunto
na crônica seguinte.
     "O folhetinista é originário da França [...] De lá espalhouse
pelo mundo, ou pelo menos por onde maiores proporções
tomava o grande veículo do espírito moderno; falo do jornal." E
Machado tenta "definir a nova entidade literária", procura
esmiuçar a "organização do novo animal". Mas dessa nova
entidade só vai circunscrever a variedade que se aproxima do
que hoje chamaríamos crônica. E como na verdade a palavra
folhetim designa muitas coisas, e, efetivamente, nasceu na
França, há que ir ver o que o termo recobre lá na matriz.
     De início, ou seja, começos do século XIX, "le feuilleton"
designa um lugar preciso do jornal: "o rez-de-chaussée"
? résdo-
chão, rodapé
?, geralmente o da primeira página. Tinha uma
finalidade precisa: era um espaço vazio destinado ao
entretenimento. E pode-se já antecipar, dizendo que tudo o que
haverá de constituir a matéria e o modo da crônica à brasileira
já é, desde a origem, a vocação primeira desse espaço
geográfico do jornal, deliberadamente frívolo, oferecido como
chamariz aos leitores afugentados pela modorra cinza a que
obrigava a forte censura napoleônica. ("Se eu soltasse as
rédeas da imprensa", explicava Napoleão ao célebre Fouché,
seu chefe de polícia, "não ficaria três meses no poder.")

(MEYER, Marlyse, Folhetim: uma história. 2 ed. São Paulo:
Companhia das Letras, 2005, p. 57)

E pode-se já antecipar, dizendo que tudo o que haverá de constituir a matéria e o modo da crônica à brasileira já é, desde a origem, a vocação primeira desse espaço geográfico do jornal, deliberadamente frívolo, oferecido como chamariz aos leitores afugentados pela modorra cinza a que obrigava a forte censura napoleônica.
 
Considerado o contexto, é correto afirmar que, no fragmento,

Alternativas
Comentários
  • A letra certa é a "e".O verbo "obrigava" está no passado, veja:eu obrigava;tu obrigavas;ELE OBRIGAVA;nós obrigavamos;vós obrigáveis;eles obrigavam.Então a flexão do verbo é:TEMPO - PRETÉRITO IMPERFEITO;Forma do tempo - Simples, pois é constituido por um verbo;Modo - Indicativo;Número - Singular;Pessoa - Terceira;Voz - Ativa.PRETÉRITO IMPERFEITO - Indica um processo não totalmente concluído, um processo em realização.Abraço.´.
  • O verbo obrigar rege a preposição a quando significa forçar alguém a fazer alguma coisa. Portanto a expressão "a forte censura napoleônica não constitui o objeto direto do verbo obrigava"
  • a letra e) eu entendi, mas poderiam dizer por que a letra a) e a letra d estao incorretas.
    obrigado.
  • a) O flolhetim é algo "extra jornalístico", já que segundo o dícionário frívolo significa fútil, leviano.

    d) a forte censura é objeto INdireto, já que a está como preposição, pois quem obriga obriga A algo.


    Agora eu não intendi porque dá idéia de habitual. Habitual é algo frequente.
  • Gerônico, 
    D) ´´FORTE CESURA´´ é o sujeito da oração. É só perguntar ao verbo, QUEM OBRIGAVA (VTI) AOS ELEITORES (OI)? A forte censura....

    agora queria saber o erro da letra B?, se substituirmos OBRIGAVA por IMPOR não agredirá a norma culta, pois impor (segundo o dicionário) significa: OBRIGAR A ACEITAR. Se a pergunta fosse: modificará a forma sintática, tudo bem, pois: obrigar = VTI e, impor = VTD, mas a pergunta se refere a norma culta, não entendi...se alguém puder me ajudar?
    ou se eu estiver errada quanto ao quedtionamento, por favor! ajuda-me...
  • Eu entendi a questão,mas gostaria de saber o erro da alternativa b) . Obrigado
  • Respondendo à pergunta anterior, que também era minha:

    O verbo obrigar pode ser bitransitivo da seguinte forma: Obrigar alguém a algo.

    Já o verbo impor é bitransitivo da seguinte forma: impor algo a alguém.


    ...a que obrigava a forte censura napoleônica.

    ...pela modorra cinza que impunha a forte censura.

    Logo a preposição "a" que havia antes do pronome relativo "que" não deveria estar na construção com o verbo impor...