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ID
2095348
Banca
FIOCRUZ
Órgão
FIOCRUZ
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O FUTURO NO PASSADO
1   Poucas previsões para o futuro feitas no passado se realizaram. O mundo se mudava do campo para as cidades, e era natural que o futuro idealizado então fosse o da cidade perfeita. Mas o helicóptero não substituiu o automóvel particular e só recentemente começou-se a experimentar carros que andam sobre faixas magnéticas nas ruas, liberando seus ocupantes para a leitura, o sono ou o amor no banco de trás. As cidades não se transformaram em laboratórios de convívio civilizado, como previam, e sim na maior prova da impossibilidade da coexistência de desiguais.
2  A ciência trouxe avanços espetaculares nas lides de guerra, como os bombardeios com precisão cirúrgica que não poupam civis, mas não trouxe a democratização da prosperidade antevista. Mágicas novas como o cinema prometiam ultrapassar os limites da imaginação. Ultrapassaram, mas para o território da banalidade espetaculosa. A TV foi prevista, e a energia nuclear intuída, mas a revolução da informática não foi nem sonhada. As revoluções na medicina foram notáveis, certo, mas a prevenção do câncer ainda não foi descoberta. Pensando bem, nem a do resfriado. A comida em pílulas não veio - se bem que a nouvelle cuisine chegou perto. Até a colonização do espaço, como previam os roteiristas do “Flash Gordon”, está atrasada. Mal chegamos a Marte, só para descobrir que é um imenso terreno baldio. E os profetas da felicidade universal não contavam com uma coisa: o lixo produzido pela sua visão. Nenhuma previsão incluía a poluição e o aquecimento global.
3  Mas assim como os videntes otimistas falharam, talvez o pessimismo de hoje divirta nossos bisnetos. Eles certamente falarão da Aids, por exemplo, como nós hoje falamos da gripe espanhola. A ciência e a técnica ainda nos surpreenderão. Estamos na pré-história da energia magnética e por fusão nuclear fria.
4  É verdade que cada salto da ciência corresponderá a um passo atrás, rumo ao irracional. Quanto mais perto a ciência chegar das últimas revelações do Universo, mais as pessoas procurarão respostas no misticismo e refúgio no tribal. E quanto mais a ciência avança por caminhos nunca antes sonhados, mais leigo fica o leigo. A volta ao irracional é a birra do leigo.
(VERÍSSIMO. L. F. O Globo. 24/07/2016, p. 15.)

“A ciência trouxe avanços espetaculares nas lides de guerra, como os bombardeios com precisão cirúrgica que não poupam civis” (2º §).
Abaixo foram feitas alterações na redação da oração adjetiva do período transcrito acima. Das alterações, aquela em que o emprego do pronome relativo está INCORRETO, pelas normas da língua culta, é:

Alternativas
Comentários
  • (Gabarito A) - Pestana (2012) = 4) Onde / Aonde / Donde
    As formas onde, aonde e donde podem ser classificadas como advérbio de lugar ou pronome relativo (quando retoma um termo anterior). As duas últimas só ocorrem se houver as combinações das preposições a e de (exigidas por um verbo ou por um nome) + onde. Veja:
    – Estou onde quero na empresa. (advérbio de lugar)
    – O Exército, para onde fui, é minha casa. (Pronome relativo. Quem vai (no sentido de ir e permanecer), vai para algum lugar.)
    – Donde você saiu para chegar aonde se encontra? (Advérbios de lugar. Quem sai, sai de algum lugar e quem chega, chega a algum lugar.)
    – A cidade donde venho é muito pequena. (Pronome relativo. Quem vem, vem de algum lugar.)
    – Meu coração, aonde a ida não é nada fácil, abriu-lhe a guarda. (Pronome Relativo. O substantivo “ida” exige a preposição a.)
    Cuidado!!!
    1) Lembre-se de que a combinação da preposição de com onde é opcional, ou seja, podemos dizer (ou escrever): “O presídio de onde (ou donde) João Augusto saiu ficava bem distante de sua nova residência.”.
    2) Uma maneira prática para saber usar onde ou aonde é perceber se o verbo indica noção estática ou noção dinâmica. Veja: Aonde você mora? (errado) / Onde você mora? (certo; noção estática) / Aonde você está? (errado) / Onde você está?(certo; noção estática) / Onde você foi? (errado) / Aonde você foi? (certo; noção dinâmica). Onde você pretende chegar com essa atitude? (errado) / Aonde você pretende chegar com essa atitude? (certo; noção dinâmica)
    3) A noção de lugar vale para espaços físicos, virtuais ou figurados. Portanto o onde (aonde ou donde), normalmente como pronome relativo em provas de concursos públicos, pode retomar palavras ou expressões que indiquem “colocação numa classificação, escala ou hierarquia; emprego, cargo; posição social; momento, ocasião, oportunidade; trecho dentro de um livro ou filme; direção, caminho, destino, espaço físico, emocional ou filosófico

  •  Aonde é um advérbio, entretanto não deve ser utilizado quando a ideia for de lugar, no sentido de localização, mas quando transmitir a ideia de movimento.  Portanto, preste atenção aos verbos, pois os que indicam movimento, tais como: ir, chegar, dirigir, entre outros, pedem o uso de “aonde”.

     

    http://portugues.uol.com.br/gramatica/usos-onde-aonde.html

  • ALTERNATIVA

     

    AONDE e ONDE são pronomes relativos locativos.

     

    O pronome AONDE deve ser empregado sempre que o verbo exigir a preposição A (VERBOS : CHEGAR, IR, LEVAR)

    Exemplos: " Com a Honda você chega AONDE quiser" 

                     " Aonde você quer chegar assim?"

                     " Aonde eu quero ir não existe tristeza"

  • Alguém explica a letra C?

    o termo CUJA não dá a ideia de posse?? Não entendi!

  • Naylma, sim o pronome (Cujo e variações) indica posse, e no contexto da questão C está empregado de forma correta:

     

    A ciência trouxe avanços espetaculares nas lides de guerra, como os bombardeios com precisão cirúrgica cuja destruição não poupa nem civis.

     

    A destruição dos bombardeios com precisão cirúrgica nao poupa nem civis 

     

    O pronome refere-se ao termo antecessor, concordando com o termo seguinte e liga os dois termos dando ideia de posse

     

    Bons estudos

  • Distinção entre Onde x Aonde 

     

    Onde - Está implícita a preposição " em " ( Indica local )

     

    Aonde - Regida por ex: pelo verbo ir  ( Indica deslocamento )

  • Pelo que percebi Nayla Mendonça.

     

    Destruição é posse  de Bombardeios com precisão cirurgica. Observe que este é o causador daquele. Apresentando noção de posse. 

     

    (...) como os bombardeios com precisão cirúrgica cuja destruição não poupa nem civis.

  • Alguém pode explicar a letra D? não entendi....

  • Aonde dá idéia de lugar quando é substituído pelo pronome relativo que. No qual não cabe na frase.

  •       

    A ciência trouxe avanços espetaculares nas lides de guerra, como os bombardeios com precisão cirúrgica(possuídor)  destruição  não poupa nem civis ( possuído)

    Cujo idéia de posse. E sempre colocado entre o possuídor e o possuído. Perfeito!

    Gab: A

  • D - Civis não são poupados DE algo.

  •  A DESTRUIÇÃO (COM OS BOMBARDEIOS DE PRECISÃO CIRURGICA) NÃO POUPA NEM CIVIS

             SUJ                                         Adjunto Adnominal (Ativo)                    VTD            OD

       POSSE ou POSSUÍDO                        POSSUIDOR

  • Os pronomes relativos são: que, quem, quando, cujo, cuja, o qual, a qual, onde.

     a)A ciência trouxe avanços espetaculares nas lides de guerra, como os bombardeios com precisão cirúrgica  AONDE/ONDE nem os civis são poupados.

     b) A ciência trouxe avanços espetaculares nas lides de guerra, como os bombardeios com precisão cirúrgica OS QUAIS sequer poupam civis.

     c) A ciência trouxe avanços espetaculares nas lides de guerra, como os bombardeios com precisão cirúrgica CUJA destruição não poupa nem civis.

     d) A ciência trouxe avanços espetaculares nas lides de guerra, como os bombardeios com precisão cirúrgica de QUE nem civis são poupados.

     e) A ciência trouxe avanços espetaculares nas lides de guerra, como os bombardeios com precisão cirúrgica AOS QUAIS se atribui grande poder de destruição.

  • Só um grande detalhe que ninguém mencionou !!! A questão deveria ser anulada, pois segundo as normas cultas da lingua portuguesa não há como introduzir (o qual, a qual, os quais, as quais) em uma ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA RESTRITIVA !!! ( LEMBRANDO QUE O QUE DEFINE A ORAÇÃO ADJETIVA SER RESTRITIVA É O USO DE PONTUAÇÃO).

    RESTRITIVAS >>> SEM VÍGULAS

    EXPLICATICAS >>> COM VÍRGULAS

    A ciência trouxe avanços espetaculares nas lides de guerra, como os bombardeios com precisão cirúrgica os quais sequer poupam civis.

  • Na minha opinião , a letra D também estaria errada pois seria ( DE + os quais) que ficaria (dos quais). Alguém com conhecimento poderia me explicar?