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ID
2135869
Banca
COMPERVE
Órgão
UFERSA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Mobilidade Urbana
Rodolfo F. Alves Pena
A mobilidade urbana, isto é, as condições oferecidas pelas cidades para garantir a livre circulação de pessoas entre as suas diferentes áreas, é um dos maiores desafios na atualidade tanto para o Brasil quanto para vários outros países. O crescente número de veículos individuais promove o inchaço do trânsito, dificultando a locomoção ao longo das áreas das grandes cidades, principalmente, nas regiões que concentram a maior parte dos serviços e empregos.
O Brasil, atualmente, vive um drama a respeito dessa questão. A melhoria da renda da população de classe média e baixa, os incentivos promovidos pelo Governo Federal para o mercado automobilístico (como a redução do IPI) e a baixa qualidade do transporte público contribuíram para o aumento do número de carros no trânsito. Com isso, tornaram-se ainda mais constantes os problemas com engarrafamentos, lentidão, estresse e outros, um elemento presente até mesmo em cidades e localidades que não sofriam com essa questão.
Outro fator que contribui para aumentar o problema da falta de mobilidade urbana no Brasil é a herança histórica da política rodoviarista do país, que gerou um acúmulo nos investimentos para esse tipo de transporte em detrimento de outras formas de locomoção. Com isso, aumentou-se também a presença de veículos pesados, como os caminhões, o que dificulta ainda mais a fluidez do trânsito no Brasil.
A cidade de São Paulo é uma das que mais sofrem com esse problema. Em média, o paulistano pode passar até 45 dias do ano no trânsito, algo impensável para quem deseja uma melhor qualidade de vida no âmbito das cidades. Aparentemente, as medidas criadas para combater essa questão não foram de grande valia: o sistema de rodízio de automóveis, a construção de mais ruas, viadutos e avenidas para a locomoção, entre outras.
A grande questão é que, segundo especialistas, não há perspectiva de promoção de uma real mobilidade urbana no Brasil se as medidas adotadas privilegiarem o uso do transporte individual. É preciso, pois, melhorar as características do transporte público de massa, com mais ônibus, metrôs e terminais. Além disso, incentivos a meios de transporte como as bicicletas, além de contribuir para essa questão, ajudam a reduzir a emissão de poluentes na atmosfera e melhorar a qualidade de vida no meio urbano. Por isso, a construção de ciclofaixas ou ciclovias surge como uma saída viável e inteligente.
Outra solução apontada para combater o inchaço de veículos nas cidades é a adoção do chamado pedágio urbano, o que gera uma grande polêmica. Com isso, os carros e motocic letas teriam de pagar taxas para deslocar-se em determinados pontos da cidade, o que recebe apoio de muitos especialistas, mas também o rechaçamento de outros. Se, por um lado, essa medida estimularia o transporte coletivo ao invés do individual; por outro , as críticas colocam que apenas a população de menor renda média é que seria direcionada para esse sentido, o que representaria, em tese, uma exclusão desse grupo ao espaço da cidade.
Vale ressaltar também que o modelo histórico de organização do espaço g eográfico brasileiro não contribui para uma mudança desse cenário. Afinal, ao longo do século XX, houve uma rápida urbanização do país, que assistiu a um acelerado processo de crescimento das cidades e também de metropolização, ou seja, a concentração da população nas grandes metrópoles. Se o país tivesse passado por um processo de Reforma Agrária adequado, de forma a conter o elevado êxodo rural e, consequentemente, os níveis de urbanização, talvez essas e outras questões urbanas fossem de mais fácil resolução.
Disponível em:<http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/mobilidade-urbana.htm> . Acesso em: 26 Ago. 2016. [Adaptado]

Para responder à questão, considere o excerto a seguir.

A mobilidade urbana, isto é, as condições oferecidas pelas cidades para garantir a livre circulação de pessoas entre as suas diferentes áreas, é um dos maiores desafios na atualidade tanto para o Brasil quanto para vários outros países. O crescente número de veículos individuais promove o inchaço do trânsito, dificultando a locomoção ao longo das áreas das grandes cidades, principalmente nas regiões que concentram a maior parte dos serviços e empregos.

Se for alterada a ordem dos períodos,

Alternativas
Comentários
  • Questão interessante, que exige mais malandragem do que necessariamente interpretação.

     

    1º passo é saber que os dois periodos não possuem relação semantica entre si. Percebam que não há conjunção ligando os dois períodos, e se você ler ambas separadamente, é possível interpretá-la sem maiores dificuladades, sem necessidade de ler o periodo anterior, ou o posterior para entender todo o sentido. 

     

    Sabendo que não possuem relação semantica, não abordam o mesmo ponto do assunto, fica fácil saber que podem ser invertidas as posições dos períodos que mesmo assiim não haverá prejuízo ao texto.

     

    Exemplo;

     

    João foi à casa de Maria pegar um livro empresato. André comprou um carro novo.

     

    André comprou um carro novo.; João foi à casa de Maria pegar um livro empresado. 

     

    Viu? Inverti os períodos e nada mudou !!

     

    Gabarito D

     

     

  • Letra D.

     

    Setindo do parágrafo se refere à mensagem que o período quer passar e mudando esses períodos do texto, que são coordenados, realmente não há mudança de sentido.

    Sequência textual dominante serve para se identificar um gênero textual, que se estrutura com predominância em uma forma, pode ser mais narrativo ou argumentativo, por exemplo. No caso do texto é dominantemente argumentativo, então mesmo mudando os períodos os argumentos permanecem.

  • Períodos coordenados, portanto, podem sem invertidos tranquilamente. A mensagem que o parágrafo queria transmitir também não foi alterada.

  • d)

    não haverá mudança de sentido do parágrafo nem de sequência textual dominante.

  • Só uma pequena correção a respeito do seguinte comentário do colega Dimas:

     

    "1º passo é saber que os dois periodos não possuem relação semantica entre si. Percebam que não há conjunção ligando os dois períodos, e se você ler ambas separadamente, é possível interpretá-la sem maiores dificuladades, sem necessidade de ler o periodo anterior, ou o posterior para entender todo o sentido."

     

    Semântica se relaciona com sentido. E num texto desse tipo SEMPRE haverá relação de sentido entre os períodos.

    Um texto sem relação de sentido entre seus períodos seria algo como: "Gosto de chocolate. Tício morreu. A árvore é verde". Qual o sentido aqui?

     

    Em orações coordenadas o que não existe é dependência SINTÁTICA entre si e não semântica. Cuidado!!!

     

  • Tinha que reescrever as frases alterando a ordem dos períodos, só lendo é muito difícil perceber que não altera em nada a ordem nem sequencia dominante. Questãozinha difícil!

  • Gabarito: Letra D. 

    Mariana Vieira, parabéns pela explicação, mas a parte do texto destacada na questão é predominantemente DESCRITIVA, pois descreve a mobilidade urbana a fim de fazer com que o interlocutor crie uma imagem acerca do problema. 

    No mais, a explicação está excelente. 

  • -
    que Deus nos ajude com essa banca 


    ¬¬

  • Penso que o destaque em negrito desses verbos só fez atrapalhar. Sinceramente, isso tirou a atenção para o que realmente interessava - os períodos. =/

  • Sinceramente, quem gabarita a prova de português dessa banca estudou muuuuiiittttoooooo!

  • que banca maluca pra lingua portuguesa

  • vontade de chorar quando respondo questões dessa banca