SóProvas


ID
2194723
Banca
FCM
Órgão
IF Farroupilha - RS
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A questão deve ser respondida com base no texto. Leia-o atentamente, antes de responder a essa questão.

Solidão, uma nova epidemia
Uma em cada três pessoas sente-se sozinha na sociedade da hiperconexão e das redes sociais

JOHN T. CACIOPPO / STEPHANIE CACIOPPO**

    [1º§]Qualquer um pode sofrer com solidão crônica: uma criança de 12 anos que muda de escola; um jovem que, depois de crescer em uma pequena comunidade, sente-se perdido em uma grande cidade; uma executiva que está ocupada demais com sua carreira para manter boas relações com seus familiares e amigos; um idoso que sobreviveu a sua parceira e cuja saúde fraca dificulta fazer visitas. A generalização do sentimento de solidão é surpreendente. Vários estudos internacionais indicam que mais de uma em cada três pessoas, nos países ocidentais, sente-se sozinha habitualmente ou com frequência. [...]
    [2º§]A maioria dessas pessoas talvez não seja solitária por natureza, mas sente-se socialmente isolada, embora esteja rodeada de gente. O sentimento de solidão, no começo, faz com que a pessoa tente estabelecer relações com outras, mas, com o tempo, a solidão pode acabar em reclusão, porque parece uma alternativa melhor que a dor, a rejeição, a traição ou a vergonha. Quando a solidão se torna crônica, as pessoas tendem a se resignar. Podem ter família, amigos ou um grande círculo de seguidores nas redes sociais, mas não se sentem verdadeiramente em sintonia com ninguém.
    [3º§] Uma pessoa que se sente sozinha geralmente está mais angustiada, deprimida e hostil, e tem menos probabilidades de realizar atividades físicas. Como as pessoas solitárias tendem a ter mais relações negativas com os outros, o sentimento pode ser contagioso. Os testes biológicos realizados mostram que a solidão tem várias consequências físicas: elevam-se os níveis de cortisol – o hormônio do estresse –, a resistência à circulação de sangue aumenta e certos aspectos da imunidade diminuem. E os efeitos prejudiciais da solidão não terminam quando se apaga a luz: a solidão é uma doença que não descansa, que aumenta a frequência dos pequenos despertares durante o sono, e faz com que a pessoa acorde esgotada.
    [4º§] O motivo é que, quando o cérebro entende o seu entorno social como algo hostil e pouco seguro, permanece constantemente em alerta. E as respostas do cérebro solitário podem funcionar para a sobrevivência imediata. [...]Quando nossos motores estão constantemente acelerados, deixamos nosso corpo exausto, reduzimos nossa proteção contra os vírus e inflamações e aumentamos o risco e a gravidade de infecções virais e de muitas outras doenças crônicas.
    [5º§]Uma análise recente – de 70 estudos combinados, com mais de três milhões de participantes – demonstra que a solidão aumenta o risco de morte em 26%, aproximadamente o mesmo que a obesidade. O fato de que mais de uma em cada quatro pessoas em países industrializados pode estar vivendo na solidão,com consequências certamente devastadoras para a saúde, deveria nos preocupar.[...]
    [6º§]Com frequência, as pessoas solitárias não estão conscientes de muitas das coisas que estão acontecendo: não percebem. Por exemplo, a hipervigilância é aguçada de forma implícita em busca de ameaças sociais e a capacidade de controlar os impulsos é reduzida. Mas, assim como acontece com a dor física que nos informa de uma possível lesão em nosso corpo, o sentimento de solidão nos indica a necessidade de proteger ou consertar nosso corpo social.
    [7º§]Os familiares e amigos geralmente são os primeiros a detectarem os sintomas de solidão crônica. Quando uma pessoa está triste e irritável, talvez esteja pedindo, em silêncio, que alguém a ajude e se conecte com ela. A paciência, a empatia, o apoio de amigos e familiares, compartilhar bons momentos com eles, tudo isso pode fazer com que seja mais fácil recuperar a confiança e os vínculos e, por fim, reduzir a solidão crônica.
    [8º§]Infelizmente, para muitos, falar com sinceridade sobre a solidão continua sendo difícil, porque é uma condição mal compreendida e estigmatizada. No entanto, dadas sua frequência e suas repercussões na saúde, teria de ser reconhecida como um problema de saúde pública. Deveria receber mais atenção nas escolas, nos sistemas de saúde, nas faculdades de medicina e em asilos para garantir que os professores, os profissionais de saúde, os trabalhadores de creches e de abrigos de terceira idade saibam identificá-la e abordá-la.
    [9º§]As redes sociais podem abrir novas vias para conectar-se com os demais? Depende de como forem utilizadas. Quando as pessoas usam as redes para enriquecer as interações pessoais, isso pode ajudar a diminuir a solidão. Mas, quando servem de substitutas de uma autêntica relação humana, causam o resultado inverso. Imagine um carro. Se uma pessoa o conduz para compartilhar um passeio agradável com seus amigos, certamente se sentirá menos sozinha; se dirige sozinho para cumprimentá-los de longe e ver como os demais estão se divertindo, sua solidão certamente seguirá igual ou até mesmo pior.
    [10º§]Infelizmente, muitas pessoas solitárias tendem a considerar as redes sociais como um refúgio relativamente seguro para se relacionar com os outros. Como é difícil julgar se as outras pessoas são dignas de confiança no ciberespaço, a relação é superficial. Além disso, uma conexão pela internet não substitui uma real. Quando uma criança cai e machuca o joelho, uma mensagem compreensiva ou uma chamada pelo Skype não substitui o abraço de consolo dos seus pais. [...].

**John T. Cacioppo, autor de Loneliness, é professor catedrático de psicologia e dirige o centro de neurociência cognitiva e social na Universidade de Chicago. Stephanie Cacioppo é professora de psiquiatria e neurociência no mesmo local.

Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/04/06/ciencia/1459949778_182740.html, publicado em 13/04/2016, acesso em 07 out. 2016. Texto adaptado. Fonte: Jornal Folha de São Paulo, 05/10/2014. Texto Adaptado.

Entre as orações grifadas nas sentenças a seguir, ocorre uma oração subordinada adverbial causal em:

Alternativas
Comentários
  • A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do que se declara na oração principal. "É aquilo ou aquele que determina um acontecimento".

    Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE

    Outras conjunções e locuções causais: como (sempre introduzido na oração anteposta à oração principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto que.

    Exemplos:

    As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
    Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve alternativa a não ser cancelá-lo.
    Já que você não vai, eu também não vou.
    Por ter muito conhecimento (= Porque/Como tem muito conhecimento), é sempre consultado. (Oração Reduzida de Infinitivo)

  • A) [ Quando as pessoas usam as redes / para enriquecer as interações pessoais ], isso pode ajudar a diminuir a solidão.

     

    Oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo. Pode ser introduzida por: a fim de que, para que, que

     

    Isso : retoma um termo anteriormente expresso no texto (anafórico).

     

     

    B) (gabarito) Como as pessoas solitárias tendem a ter mais relações negativas com os outros, o sentimento pode ser contagioso.

     

    Oração subordinada adverbial causal. Pode ser introduzida por: porque, como, pois, já que, uma vez que, visto que

     

    * A conjunção "como" deve ser empregada apenas no início do período.

     

    Causa: pessoas solitárias tenderem a (...)          Consequência: possibilidade de o sentimento ser contagioso

     

     

    C) Falar com sinceridade sobre a solidão continua sendo difícil, porque é uma condição mal compreendida e estigmatizada.

     

    Oração coordenada sindética explicativa. Pode ser introduzida por: que, porque, pois, porquanto

     

    * Expressam ideia de explicação, conselho ou justificativa em relação à oração anterior.

     

    O verbo geralmente estará no imperativo, e sempre haverá vírgula para introduzi-las.

     

     

    D) Estudos indicam que mais de uma em cada três pessoas, nos países ocidentais, sente-se sozinha habitualmente ou com frequência.

     

    Oração subordinada substantiva objetiva direta. São introduzida por conjunções integrantes (que, se)

     

     

    E) Quando nossos motores estão constantemente acelerados, deixamos nosso corpo exausto, reduzimos nossa proteção e aumentamos o

     

    Oração subordinada adverbial temporal. Pode ser introduzida por: quando, assim que, logo que, antes que, depois que, sempre que

  • Como no início na oração quando equivele a visto que é causal!!!!

  • Macete:

     

    Causal - é a causa do FATO na oração principal. Já tem uma ação acontecendo antes na oração principal.

    Explicativa - confirma a oração anterior ou a argumentação ao imperativo.

     

    Gab.: B.

     

     

  • Oração subordinada adverbial causal: apresenta a causa do acontecimento da oração principal. Pode ser iniciada pelas seguintes conjunções e locuções causais: porque, que, porquanto, visto que, uma vez que, já que, pois que, por isso que, como, como que, visto como

     

    GABA  B

  • Acho que nunca vou entender a diferença entre causa e explicação. 

  • Gabarito: B

    Lembro que o COMO só tem sentido de causal quando a oração que é introduzida por esse conectivo está descolaca para antes da oração principal 

  • Conjunções Causais

    Porque

    Porquanto

    Já que

    Visto que 

    Sendo que

    Na medida em que

    Uma vez que

    Como

    Dado que

    Por + infinitivo

  • Conjunções causais: como, já que, uma vez que, na medida em que, haja vista, visto que, pois, porque (não é precedido de vírgula, o "porque" explicativo é precedido), porquanto...

  • Causais: indicam a causa da ação expressa na oração principal.

    Conjunções: porque (início frase), que (início frase), como (início frase), uma vez que, visto que, já que, dado que.

  • Bom texto.

  • a) finalidade
    b) conformidade

     

    c) Infelizmente, para muitos, falar com sinceridade sobre a solidão continua sendo difícil, porque é uma condição mal compreendida e estigmatizada. (explicativa)
    Causa: falar com sinceridade sobre a solidão continua sendo difícil
    Consequência: é uma condição mal compreendida e estigmatizada.


    d) Proporcional
    e) Temporal

  • CONJUNÇÃO "COMO" PUDER SER SUBSTITUIDO POR "VISTO QUE" SERÁ CAUSAL

  • Sobre o Período Composto 

     

    a) Orações subordinadas justapostas (sem conectivo):

     

    Ana e Gustavo já se conheciam, 

    mostravam-se muito amigos.

     

    b) Orações cujo verbo encontra-se elíptico (subentendido):

     

    O candidato promete que, 

    se eleito, transformará o país.

     

    c) Orações intercaladas ou interferentes:

    São sintaticamente independentes, se interpõem a outras orações expressando uma ressalva, um comentário ou uma opinião.

    Podem vir de forma intercalada em apenas uma oração ou ainda no meio de outras.

     

    No dia da nossa formatura - como me lembro bem! - todos estavam deslumbrantes.

    Este ano, disse a torcedora, o prêmio é do Brasil!

    Nenhum destes artistas, que eu saiba, gosta de dar autógrafos.

    Caso não me emprestasse os livros (Devo ter comprado aproximadamente dez já) estaria muito chateada.

  • Gente, essa questão n ta errada não?? A solidão ser estigmatizada é a causa da dificuldade de falar sobre ela... Foi o que eu entendi.