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ID
2228452
Banca
IFB
Órgão
IFB
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia a crônica “A perigosa aventura de escrever” para responder à questão.

      A PERIGOSA AVENTURA DE ESCREVER

    “Minhas intuições se tornam mais claras ao esforço de transpô-las em palavras”. Isso eu escrevi uma vez. Mas está errado, pois que, ao escrever, grudada e colada, está a intuição. É perigoso porque nunca se sabe o que virá — se se for sincero. Pode vir o aviso de uma destruição, de uma autodestruição por meio de palavras. Podem vir lembranças que jamais se queria vê-las à tona. O clima pode se tornar apocalíptico. O coração tem que estar puro para que a intuição venha. E quando, meu Deus, pode-se dizer que o coração está puro? Porque é difícil apurar a pureza: às vezes no amor ilícito está toda a pureza do corpo e alma, não abençoado por um padre, mas abençoado pelo próprio amor. E tudo isso pode-se chegar a ver — e ter visto é irrevogável. Não se brinca com a intuição, não se brinca com o escrever: a caça pode ferir mortalmente o caçador.
(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.)

Quanto ao(s) tipo(s) de discurso(s) que estrutura(m) essa crônica, é possível afirmar:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: Letra B

  • Qual a justificativa para o gabarito?

  • Discurso direto: quando narrador descreve textualmente as falas da personagem no modo como ela as diz, caracterizado pela presença de verbos com sentido de perguntar, verbos que demonstram o estado de espírito.

    Discurso indireto: o narrador conta a história e reproduz fala e reações das personagens, sendo escrito em terceira pessoa. Nesse caso, o narrador se utiliza das palavras dele para reproduzir aquilo que foi dito pela personagem.


    Discurso indireto-livre: Nesse tipo de discurso, a fala interior da personagem (as emoções, as ideias, os sentimentos, as reflexões) insere-se em meio à fala do narrador de forma sutil, causando certa confusão.

  • Gabarito: Letra B

    Essa crônica é estruturada em um monólogo interior direto, onde a escritora/personagem apresenta o conteúdo de sua consciência sem a interferência de um narrador. Percebem-se fatos e sensações exclusivamente através dos olhos da personagem. Como não há mudança de interlocutor, por se tratar de um monólogo interior direto, os travessões não indicam que há discurso direto, servem apenas para destacar elementos no interior das frases.

  • Discurso indireto-livre: Nesse tipo de discurso, a fala interior da personagem (as emoções, as ideias, os sentimentos, as reflexões) insere-se em meio à fala do narrador de forma sutil, causando certa confusão.

  • LETRA B

    a) Errado. No texto, o travessão não indica discurso direto.

    b) Certo. Os travessões não indicam que há discurso direto nesse texto.

    c) Errado. Há outras marcas.

    d) Errado. Está reproduzindo exatamente o que está pensando.

    e) Errado. O texto não tem discurso indireto livre.

    Questão comentada pela Profª. Tereza Cavalcanti