SóProvas


ID
2229427
Banca
COSEAC
Órgão
UFF
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I

A língua do Brasil amanhã                

            (Mário Perini)

Ouvimos com frequência opiniões alarmantes a respeito do futuro da nossa língua. Às vezes se diz que ela vai simplesmente desaparecer, em benefício de outras línguas supostamente expansionistas (em especial o inglês, atual candidato número um a língua universal); ou vai se “misturar” com o espanhol, formando o “portunhol”; ou, simplesmente, que vai se corromper pelo uso da gíria e das formas populares de expressão (do tipo: o casaco que cê ia sair com ele tá rasgado). Aqui pretendo trazer uma opinião mais otimista: a nossa língua, estou convencido, não está em perigo de desaparecimento, muito menos de mistura. Por outro lado (e não é possível agradar a todos) acredito que nossa língua está mudando, e certamente não será a mesma dentro de vinte, cem ou trezentos anos.

(...)

O que é que poderia ameaçar a integridade, ou a existência de nossa língua? O primeiro fator, frequentemente citado, é a influência do inglês – o mundo de empréstimos que andamos fazendo para nos expressarmos sobre certos assuntos.

Não se pode negar que o fenômeno existe: o que mais se faz hoje em dia é surfar, deletar ou tratar do marketing. Mas isso não significa o desaparecimento da língua portuguesa; empréstimos são um fato da vida, e sempre existiram. Hoje pouca gente sabe disso, mas avalanche, alfaiate, tenor e pingue-pongue são palavras de origem estrangeira; hoje já se naturalizaram, e certamente ninguém vê ameaça nelas.

(...)

Quero dizer que não há o menor sintoma de que os empréstimos estrangeiros estejam causando lesões na língua portuguesa: a maioria, aliás, desaparece em pouco tempo, e os que ficam se assimilam. O português, como toda língua, precisa crescer para dar conta das novidades sociais, tecnológicas, artísticas e culturais; para isso pode aceitar empréstimos (...) – e também pode criar palavras a partir de seus próprios recursos – como computador, ecologia, poluição – ou então estender o uso de palavras antigas a novos significados – executivo ou celular, que significam coisas hoje que não significavam há vinte anos. Isso está acontecendo a todo tempo com todas as línguas e nunca levou nenhuma delas à extinção. (...)

(PERINI, M. A língua do Brasil amanhã e outros mistérios, SP: Parábola, 2004, p.11-14) 



Leia o fragmento seguinte para responder à questão.

“Não se pode negar que o fenômeno existe: o que mais se faz hoje em dia é surfar, deletar ou tratar do marketing. Mas isso não significa o desaparecimento da língua portuguesa; ...” (linhas 13-14)

A mudança feita no enunciado em questão que ALTERA o seu sentido é a seguinte:

Alternativas
Comentários
  • A questão pede a alternativa que altera o sentido da frase, dessa forma a conjunção PORTANTO altera,  por ser conclusiva. As demais alternativas são adversativas. 

    gab: D 

  • Fiquei na dúvida, pois pra mim, a alternativa B, era concessiva e não adversativa. Será que não teriam duas alternativas mudando o sentido? A "B" (por ser concessiva) e a "D" (por ser conclusiva) ? Se alguém, puder me ajudar na resposta.

  • Alternativa B não é mesmo uma adversativa! A conjunção "embora" se refere à concessão. 

    Concordo com a letra D, mas se a lógica é que todas deveriam ser adversativas, como estão pensando por aqui, por questão da letra D ser conclusiva, existe um equívoco, umas vez que a B é concessiva. Acredito que a lógica seja apenas sobre a ideia de algo contrário frente a ideia de algo conclusivo. Aí sim, veríamos mais sentido, uma vez que a concessão e a adversão dialogam de alguma forma - mesmo que sutil.

    Aconselho que usemos apenas do lado semântico (de sentido) da questão (como ela mesma pede) para não nos confundirmos. ;)

  • conforme comentário do Jefferson, de fato a alternativa B se trata de uma conjunção concessiva mas nesse caso a conjunção concessiva está se prendendo a idéia menos importante diferentemente das alternativas A e C, como a alternativa D se trata de uma conjunção conclusiva, logo a que mais se afasta da idéia é mesmo a alternativa D

  • LETRA D) CONCLUSIVA ( POIS, PORTANTO, LOGO, POR ISSO, ENFIM, ASSIM SENDO, DESTARTE, ENTÃO, DESSA FEITA, POR CONSEGUINTE...)

    A LETRA A/B/C -> DÃO IDEIA DE OPOSIÇÃO, CONTRASTE;

    A/B-> CONCESSIVA

    C-> ADVERSATIVA

  • GABARITO D

     

    CONJUNÇÕES COORDENATIVAS:

     

    Conclusivas: logo, pois, então, portanto, assim, enfim, por fim, por conseguinte, conseguintemente, consequentemente, donde, por onde, por isso. 

    Adversativas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto, senão, não obstante, aliás, ainda assim. 

    Aditivas:  e, nem, também, que, não só...mas também, não só...como, tanto...como, assim...como. 

    Explicativa:  isto é, por exemplo, a saber, ou seja, verbi gratia, pois, pois bem, ora, na verdade, depois, além disso, com efeito que, porque, ademais, outrossim, porquanto.

    Alternativa: ou...ou, já...já, seja...seja, quer...quer, ora...ora, agora...agora.

     

    CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS:

     

    Temporais: Quando, enquanto, apenas, mal, desde que, logo que, até que, antes que, depois que, assim que, sempre que, senão quando, ao tempo que.

    Proporcionais: quanto mais...tanto mais, ao passo que, à medida que, quanto menos...tanto menos, à proporção que.

    Causais: já que, porque, que, visto que, uma vez que, sendo que, como, pois que, visto como.

    Condicionais: se, salvo se, caso, sem que, a menos que, contanto que, exceto se, a não ser que, com tal que.
    Conformativa: consoante, segundo, conforme, da mesma maneira que, assim como, com que.

    Finais: Para que, a fim de que, que, porque.
    Comparativa: como, tal como, tão como, tanto quanto, mais...(do) que, menos...(do) que, assim como.

    Consecutiva: tanto que, de modo que, de sorte que, tão...que, sem que.
    Concessiva: embora, ainda que, conquanto, dado que, posto que, em que, quando mesmo, mesmo que, por menos que, por pouco que, apesar de que.

  • boa explicaçao do  Ragnar Lothbrok

     

  • Tanto a "A" quanto a "B" trazem o sentido concessivo.

  • A, B e C possuem conjunções adversativas (A e B) e concessiva (C), que, ainda que de seja de modo diferente, expressam um sentido de oposição. Na D há uma conjunção conclusiva.