SóProvas


ID
2274289
Banca
FUNCAB
Órgão
PC-PA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

  Não raro as palavras “moral” e “ética” aparecem num mesmo contexto e, às vezes, são erroneamente entendidas como sinônimos. A primeira tem caráter prático, relativo e restrito a determinada circunstância. Já a segunda é a reflexão filosófica sobre a moral, busca compreender sua lógica e justificá-la. É necessário reconhecer que a própria etimologia dos termos favorece dúvidas. [...] Podemos pensar que moral são as normas que devem ser seguidas e tem como objetivo regular o comportamento [...]. Já a ética expressa um conjunto de valores que orientam as ações com o fim de preservar o bem-estar coletivo.

   É possível dizer que, enquanto a ética é teórica, “filosófica”, a moral está associada à prática, ao cotidiano, à maneira como vivemos os princípios éticos. Subjacente aos dois conceitos há uma questão básica: a oposição entre o bem e o mal. Para a psiquiatria, a psicanálise e a maioria das abordagens psicológicas, porém , a visão maniqueísta é insuficiente diante da complexidade humana. Muitas vezes, as supostas maldades - ou o que a priori seriam considerados gestos de bondade - surgem como sintomas de alguma patologia ou emergem de quadros psíquicos alterados. Além disso, se levarmos em conta a existência de uma instância psíquica inconsciente, que constantemente sabota nossas boas intenções (e quanto menos nos conhecemos mais o faz), fica ainda mais difícil estabelecer uma separação objetiva entre bons e maus.

   Friedrich Nietzsche (1844-1900), por exemplo, propõe pensarmos “para além do bem e do mal”. Escreve: “Pergunte aos escravos 'quem é o mau', e eles apontarão o personagem que a moral aristocrática considera 'bom', isto é, o poderoso, o dominador”. O filósofo alemão faz uma colocação muito pertinente: há sempre a perspectiva de quem julga, suas experiências e seus interesses. Como então lidar com essa multiplicidade de olhares possíveis sobre um mesmo objeto? Uma saída talvez seja lançar mão de um recurso bastante simples, a empatia, e fazermos o exercício (nem sempre cômodo ou fácil) de nos colocarmos no lugar do outro, procurando compreender seu ponto de vista - e sua dor. Buscando esse ponto que nos coloca em contato com o outro, tão diferente e ao mesmo tempo tão próximo, talvez seja mais fácil buscar em nós mesmos espaços psíquicos que comportem escolhas menos nocivas.

Rev. mentecérebro. Abril de 2011, p. 22.

Releia-se a seguinte passagem:

Não raro as palavras “moral” e “ética” aparecem num mesmo contexto e, às vezes, são erroneamente entendidas como sinônimos. A primeira tem caráter prático, relativo e restrito a determinada circunstância. Já a segunda é a reflexão filosófica sobre a moral, busca compreender sua lógica e justificá-la. (§1)

Dentre as instruções de mudança de pontuação sugeridas a seguir, aquela que a gramática condena é:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito Letra B

     

    O erro está em separar sujeito (a segunda) do seu verbo (é). Não cabe vírgula aqui. 

     

    Já a segunda é a reflexão filosófica sobre a moral (...)

       (sujeito)

  • Muito bem observado Danielle,só depois que me liguei nisso.Agora não sabia que o advérbio ERRONEAMENTE pode ficar entre travessões.

    A letra c também não entendi.

  • GABARITO ===>>> B

    Joel, O advérbio erroneamente poderia ficar entre parênteses certo? e segundo a gramática travessões podem substituir parênteses sem problemas.

    Já na letra C, às vezes, adjunto adverbial deslocado, como ele é curto, a opção por separá-lo por vírgulas é opcional!

  • Vamos ao que segue...

     

    (A) usar o sinal de dois-pontos, em vez de vírgula, após “sobre a moral”. - CORRETA - Pode-se fazer a substituição pois os dois pontos iniciriam uma explicação sobre "reflexão filosófica sobre a moral".

     

    (B) usar vírgula entre "a segunda" e "é a reflexão filosófica sobre a moral”.- ERRADA - Não se separa o sujeito (A Segunda) do verbo (é).

     

    (C) suprimir as vírgulas que sinalizam pausa antes e depois de “às vezes". - CORRETA - Pode suprimir, facultativamente, as vírgulas de adjunto adverbial de pequena extensão.

     

    (D) destacar, com o uso de travessões, o advérbio “erroneamente”.CORRETA - Os travessões funcionam como vírgulas, visto que são perfeitamente substituível uma pela outra em um texto. Nesse caso, estará destacando um advérbio.

     

    (E) substituir por ponto e vírgula o ponto após "circunstância". - CORRETA -- A função do ponto e vírgula é dar uma pausa maior entre as orações. Cabendo perfeitamente no texto. 

     

    Espero ter ajudado...

     

    Abraõ

  • A gramática condena o uso de vírgula entre o sujeito (“a segunda”) e o predicado (“é a reflexão filosófica sobre a moral”).

     

    GABARITO: "B"

  • Em 10/06/19 às 16:31, você respondeu a opção C.

    Você errou!

    Em 20/06/19 às 14:03, você respondeu a opção C.

    Você errou!

    Em 03/07/19 às 00:30, você respondeu a opção B.

    Você acertou!

    G-L-Ó-R-I-A A D-E-U-S!

  • Usa-se vírgula.

    1) Separar elementos de mesma função sintática:

    Comprei livros, jornais, revistas, gibis e uma folha;

    2) Separar vocativo/aposto:

    Mãe, posso comer a sobremesa?

    Maria, mãe de Jesus, foi considerada santa.

    3) Sim/Não para evitar ambiguidade:

    Você vai sair ou não?

    -Não, vou sair! (sentido que vai sair);

    ou

    -Não vou sair! (sentido que não vai sair);

    4) Isolar expressões explicativas.

    Esse caso é complicado, sendo assim, vamos operar;

    5) ISOLAR ADJUNTO ADVERBIAL DESLOCADO (NÃO CAI ESSA REGRA, ELA DESPEEEENCA);

    Ontem de tarde, fui pescar no rio (ONTEM DE TARDE TRÊS ELEMENTOS, NESSE CASO É FACULTATIVO A VÍRGULA);

    Na manhã do dia seguinte, fomos avisados do concurso (NA MANHÃ DO DIA SEGUINTE, + QUE TRÊS ELEMENTOS É OBRIGATÓRIO VÍRGULA).

    6) Separar palavras repetidas.

    Eles chegarão já, já.

    7) Separar nomes de datas.

    São José, 08 de maio de 2012.

    8) Omitir um termo (Oração assindética coordenada).

    Ele chegou, não cumprimentou ninguém.

    =

    Ele chegou E não cumprimentou ninguém.

    Casos básicos de proibição de vírgula.

    A viagem durou, dois dias.

    (NÃO SEPARA OBJETO DO VERBO);

    Maria, é muito bonita.

    (NÃO SEPARA SUJEITO DO PREDICADO) -> regra básica.

    Fonte: Janaína Arruda.

  • B > Não se usa virgula entre o SUJEITO e o VERBO.

  • B) usar vírgula entre "a segunda" e "é a reflexão filosófica sobre a moral”.- ERRADA - Não se separa o sujeito (A Segunda) do verbo (é).