SóProvas


ID
2274637
Banca
IDECAN
Órgão
UERN
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.


    Persuasão é coisa de político, marqueteiro e vendedor, gente com uma habilidade natural para seduzir, certo? Errado. Novos estudos revelam que a habilidade de convencer está impregnada em cada ser humano e teria, inclusive, contribuído para a evolução do nosso raciocínio. Mesmo que existam pessoas com o dom da lábia, técnicas de influência amparadas na ciência podem ser aprendidas por qualquer um. É o que afirma o Ph.D. em psicologia social Robert Cialdini, um dos maiores especialistas na área. [...]

    Nossa mente evoluiu para argumentar e persuadir os outros, sustentam artigos recém-publicados pelos renomados cientistas cognitivos Hugo Mercier e Dan Sperber, do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França. Eles analisaram diversos estudos que mostram como o pensamento coletivo resolve melhor que o individual uma ampla gama de questões. [...]

    Basta uma rápida reflexão para perceber o quanto essa necessidade de persuadir está presente em nosso dia a dia. Ela dá as caras ao pedir passagem no trânsito, pleitear aumento ao chefe ou quando queremos demover a namorada de assistir àquela comédia romântica no cinema (ou o namorado de ver um filme de ação). Ser bem-sucedido ou não nessas tarefas, mostram experimentos de psicologia social, não depende apenas de bons argumentos. Requer saber usar os chamados atalhos mentais, atitudes que, mesmo sem ter uma relação com a ideia que você tenta passar, fazem ela ser aceita com mais facilidade.

    A investigação desses atalhos começa com os estudos do psicólogo e Prêmio Nobel Daniel Kahneman, que descreveu o mecanismo rápido de tomada de decisões do cérebro. Kahneman demonstrou que nosso pensamento segue padrões baseados na experiência. Quando percebemos, por exemplo, que produtos caros normalmente têm qualidade superior, fazemos uma associação automática na nossa mente. Depois disso, todas as vezes que olharmos para um produto caro, a tendência será pensar que ele é melhor, mesmo que nada mais indique isso. Esse tipo de pré-conceito mental entra em cena várias vezes durante uma argumentação. Se dissermos que a ideia que estamos passando é amparada por um Prêmio Nobel (como acabamos de fazer), aumentam as chances de você se mostrar mais receptivo a ela, mesmo que seja um absurdo – o que, vamos deixar claro, não é o caso aqui.

    Esses pensamentos intuitivos foram batizados de Sistema 1 (ou associativo) e, embora não pareçam, são benéficos. Eles economizam energia e tempo cerebral. Imagine o caos se a gente fosse parar para pensar com calma a cada pequena decisão. O contraponto é o Sistema 2 (ou analítico), usado quando precisamos meditar por um tempo antes de agir. As estratégias de persuasão operam principalmente em cima do Sistema 1, tentando capturar o interlocutor sem que ele reflita demais sobre o assunto, e se valem do fato de que uma parte da nossa maneira de pensar não se guia apenas pela racionalidade.

    Um dos indícios disso é que a probabilidade de absorver ou não as mensagens de um interlocutor depende bastante de elementos que nada têm a ver com o que a pessoa diz. O psicólogo Albert Mehrabian, professor da Universidade da Califórnia, estabeleceu, depois de anos de pesquisas, uma regra clássica para mensurar como as mensagens são retidas. Segundo ele, 7% da chance de ter o discurso registrado se deve às palavras escolhidas, 38% às variações na entonação da voz e no ritmo da fala e 55% ao aspecto visual – gestos e expressões do rosto. “O que toca o outro é o comportamento não-verbal. Ele é útil para criar um canal de empatia, sem o qual fica muito difícil convencer alguém”, diz a fonoaudióloga Cida Coelho, doutora em psicologia social e professora do Centro Universitário Monte Serrat, em Santos.

(SPONCIATO, Diogo. Revista Galileu, São Paulo, Globo, nº 257, dez. 2012. Com adaptações.)

Palavras morfologicamente iguais quanto à classe de palavras a que pertencem podem exercer diferentes funções sintáticas de acordo com as relações estabelecidas na oração. Dentre os substantivos destacados, apenas um se distingue dos outros quanto à função sintática, indicado em:

Alternativas
Comentários
  • alguém sabe explicar? 

  • Gab - D

    A opção D é a unica em que o substantivo destacado é um objeto indireto.

  • B) verbo pleitear. Quem pleiteia, pleteia ALGO a ALGUÉM. Ou seja, não seria um VTDI? Chefe seria o O.I? Logo, a questão tem dois objetos indiretos? Ou tô viajando infinitamente?
  • A questão ser torna inviável de resposta quando peca em colocar a alternativa A "ampla gama de questões", o termo sublinhado exerce ao meu ver função de ADJUNTO ADNOMINAL, pois percebo uma ideia de ação. Já as alternativas B e C apresentam função sintática de COMPLEMENTO NOMINAL. E a última, dada como correta, apresenta função de OBJETO INDIRETO. Gostaria que alguém pudesse esclarecer quanto a isso.

  • Alguém explica essa questão ?
  • Eu entendi assim...

    Questões, independente do contexto trará o mesmo siginificado. Da mesma forma acontece com o substantivo chefe e atalhos. Já o substantativo comédia, depende do contexto em sim, podendo ser até mesmo um adjetivo! 

  • D: objeto indireto. as outras alternativas são complementos nominais

  • Nem a pau que alternativa B apresenta um complemento nominal. "Ao chefe" não complementa aumento, mas, sim, o transito verbal de pleitear. Portanto, para que fosse um complemento nominal, deveríamos ter substantivos como "salário", formando "aumento de salário", p. ex. 

    A regência nominal diz que o substantivo "aumento" exige a preposição "de" e, não, "a".

    Questão absurda.

  • COMPLEMENTOS NOMINAIS = SEMPRE COM PREPOSIÇÃO, PASSIVO (SOFRE A AÇÃO)

    COMPLETA SUBSTANTIVO ABSTRATO, ADJETIVO OU ADVÉRBIO

  • a) “ampla gama de questões” (2º§) Substantivo abstrato + preposição + palavra que é um substantivo. Para não incorrermos no erro de acharmos que é um adjunto adnominal, por causa da preposição DE, façamos a análise de passivo (compl. nominal) e ativo (adjunto adnominal).  A gama pertence às questões? Como não tem sentido isso, não existe sentido "ativo", logo, temos um sentido passivo. 

     

    b)  “pleitear aumento ao chefe” (3º§) Mesmo caso da questão anterior. O aumento pertece ao chefe? Não, o aumento será dado ao chefe, mas não pertence a ele, mas sim a outra pessoa. Logo, temos um sentido passivo. Caso fosse "pleitear um aumento do chefe", nesse caso, o aumento pertence ao chefe e não será "dado a ele", pois já é dele, como anteriormente colocado.

     

    c) “A investigação desses atalhos” (4º§) Mesmo caso dos colocados anteriomente.

     

    d) “assistir àquela comédia romântica no cinema” (3º§) Objeto Indireito. Quem assisti, assisti A alguma coisa.

     

    A boa é a letra D

     

    Forte abraço!!!

  • Concordo com o Gustavo Serra. Esta questão deveria ter sido anulada, pois temos dois objetos indiretos (alternativas B e D) e dois complementos nominais (alternativas A e C). Não há uma só diferente.

  • GENTE, vamos indicar para professor !



  • -pleitear aumento AO chefe

     posso substituir por:

    -pleitear aumento DO chefe

     

    foi assim que eu entendi que a B funciona como COMPLEMENTO NOMINAL... mas essa questão numa prova é muita crueldade. não acho que acertaria.

  • A)ampla gama de questões” 

    Eles analisaram diversos estudos que mostram como o pensamento coletivo resolve melhor que o individual uma ampla gama de questões

    Quem Resolve, resolve algo ==>VTD

     

    B) pleitear aumento ao chefe”

    quem pleiteia, pleiteia algo a alguem ==>  VTDI

     

    C) “A investigação desses atalhos

    Quem investiga, invetiga algo ==> VTD


    D)“assistir àquela comédia romântica no cinema” 

    Quem assisti, assisti a alguma coisa ==> VTI ==> GABARITO

  • "Questão: 06 Recurso Improcedente. Ratifica-se a opção divulgada no gabarito preliminar. A) “Eles analisaram diversos estudos que mostram como o pensamento coletivo resolve melhor que o individual uma ampla gama de questões.” (2º§) A palavra destacada é apenas “questões” (questões constitui o complemento nominal "de questões", ou seja, completa o substantivo "gama”). Se o termo regido de preposição estiver preso a adjetivo ou a advérbio, será sempre complemento nominal. Quando, porém, o termo regido de preposição estiver preso a um substantivo, poderemos ter complemento nominal ou adjunto adnominal. O substantivo de valor relativo, ou seja, que reclama complemento, será sempre abstrato. É o que ocorre com o substantivo “gama”. “B) Ela dá as caras ao pedir passagem no trânsito, pleitear aumento ao chefe ou quando queremos demover a namorada de assistir àquela comédia romântica no cinema (ou o namorado de ver um filme de ação).”(3º§) A palavra destacada é apenas “chefe” (chefe constitui o complemento nominal "ao chefe", ou seja, completa o substantivo "aumento".) “D) Ela dá as caras ao pedir passagem no trânsito, pleitear aumento ao chefe ou quando queremos demover a namorada de assistir àquela comédia romântica no cinema (ou o namorado de ver um filme de ação).” (3º§) (comédia constitui o objeto indireto "àquela comédia romântica, ou seja, é complemento verbal do verbo assistir.) “C) A investigação desses atalhos começa com os estudos do psicólogo e Prêmio Nobel Daniel Kahneman, que descreveu o mecanismo rápido de tomada de decisões do cérebro.”(4º§) Apenas a palavra “atalhos” foi destacada (atalhos constitui o complemento nominal "desses atalhos", ou seja, completa o substantivo "investigação".) O substantivo de valor relativo, ou seja, que reclama complemento, será sempre abstrato. É o que ocorre com o substantivo “investigação”. Fonte:  CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 6. ed. Rio de Janeiro: Lexikon Editora Digital, 2013.  Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Ed. Objetiva.  SACONNI, Luiz Antonio. Nossa Gramática Teoria e Prática. Ed. Atual, 21ª ed"

     

    http://www.idecan.org.br/concursos/252/45_14092016164415.pdf

  • b) Pleitear não é verbo bitransitivo. Ou ele é direto, indireto ou intransitivo.

    (sentido de obter=) Pleitear o quê? Aumento --> ao chefe (complemento nominal)

  • PLEITEAR

    VERBO TRANSITIVO DIRETO

     Contestar na justiça: pleiteou os alugueis atrasados do inquilino.

    VERBO INTRANSITIVO

    Ficar discutindo; manter em litígio: não decidiam, só pleiteavam.

    VERBO TRANSITIVO DIRETO

    Argumentar a favor de algo ou de outrem: os acionistas pleiteavam a favor da venda da companhia.

    Almejar algo; buscar ou competir: pleiteavam pelo único lugar.

    Transformar algo no tópico da discussão: não resolveu suas pendências até pleiteá-las exaustivamente

    .Esforçar-se com afinco para obtenção de algo: pleiteava uma vaga na faculdade.

    VERBO TRANSITIVO INDIRETO

     Disputar face a face; competir: pleitear com os inimigos.

  • "Questão: 06 Recurso Improcedente. Ratifica-se a opção divulgada no gabarito preliminar.

    A) “Eles analisaram diversos estudos que mostram como o pensamento coletivo resolve melhor que o individual uma ampla gama de questões.” (2º§)

     A palavra destacada é apenas “questões” (questões constitui o complemento nominal "de questões", ou seja, completa o substantivo "gama”).

     Se o termo regido de preposição estiver preso a adjetivo ou a advérbio, será sempre Complemento Nominal.

    Quando, porém, o termo regido de preposição estiver preso a um substantivo, poderemos ter Complemento Nominal ou Adjunto Adnominal. O substantivo de valor relativo, ou seja, que reclama complemento, será sempre abstrato. É o que ocorre com o substantivo “gama”.

     “B) Ela dá as caras ao pedir passagem no trânsito, pleitear aumento ao chefe ou quando queremos demover a namorada de assistir àquela comédia romântica no cinema (ou o namorado de ver um filme de ação).”

    (3º§) A palavra destacada é apenas “chefe” (chefe constitui o complemento nominal "ao chefe", ou seja, completa o substantivo "aumento".)

    “C) A investigação desses atalhos começa com os estudos do psicólogo e Prêmio Nobel Daniel Kahneman, que descreveu o mecanismo rápido de tomada de decisões do cérebro.”(4º§)

    Apenas a palavra “atalhos” foi destacada (atalhos constitui o complemento nominal "desses atalhos", ou seja, completa o substantivo "investigação". O substantivo de valor relativo, ou seja, que reclama complemento, será sempre abstrato. É o que ocorre com o substantivo “investigação”.

     “D) Ela dá as caras ao pedir passagem no trânsito, pleitear aumento ao chefe ou quando queremos demover a namorada de assistir àquela comédia romântica no cinema (ou o namorado de ver um filme de ação).”

     (3º§) (comédia constitui o objeto indireto "àquela comédia romântica, ou seja, é complemento VERBAL do verbo assistir.)

  • comentário do Rodolfo Inácio é 5 estrelas.

  • Mais comentários nas questões professor Alexandre Soares, muito bom.

  • Difícil uma questão dessa banca relacionada a português não ser polêmica.

  • Deveria ter sido anulada!

    Sobre a crase:

    Aquele / aquela / aquilo terão crase quando substituíveis por " A este , a esta, a isto.

    Bons estudos!