SóProvas


ID
2312224
Banca
VUNESP
Órgão
Câmara de Mogi das Cruzes - SP
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto “Chega de desculpas”, do jornalista português João Pereira Coutinho, para responder à questão.
A herança ibérica é causa dos problemas do Brasil? A pergunta é recorrente. A convite de uma associação de estudantes, estive em São Paulo para uma conversa sobre o assunto.
Não foi fácil: entrei no auditório, e estavam ali talvez umas 300 pessoas para escutar e, quem sabe, pedir a minha pele. No fim, saí ileso e ninguém comprou a ideia de que os portugueses são responsáveis pela situação do Brasil. É verdade. O país pode estar em crise, mas as novas gerações enchem o meu coração de otimismo.
Mas vamos ao que interessa: a colonização foi coisa boa ou coisa má? A pergunta, pelo seu maniqueísmo, já é falha. Nenhuma colonização é totalmente boa ou totalmente má. Existiram bons legados e maus legados.
Começo pelos bons: a ausência de uma “superioridade de raça”. Sérgio Buarque de Holanda sabia do que falava. Gilberto Freyre também. Como dizem ambos, os portugueses que chegaram em 1500 já eram um povo “mestiço” – uma salada de latinos, africanos, árabes, etc. Isso é importante?
É. Porque não foram apenas os portugueses a colonizar o Brasil. Os nativos também colonizaram os portugueses – e essa “plasticidade”, para usar um termo caro a esses estudiosos, impediu a rigidez cultural, social e até sexual, que outros povos colonizadores espalharam por seus domínios.
Sim, sei: você gostaria de ter sido colonizado por holandeses, ingleses, quem sabe franceses. Coisa chique, mas foram eles que colonizaram a África do Sul, a Índia e a Argélia…
Está no seu direito. Mas, como diz um amigo, você consegue imaginar a “Garota de Ipanema” cantada em holandês? A musicalidade dos brasileiros precisou de semente mestiça para florescer.
Pena que nem tudo tenha florescido – e aqui mergulho no lado lunar. Os portugueses não foram exemplares na educação da colônia. No século 18, afirma Sérgio Buarque, milhares de livros eram publicados no México. Ao mesmo tempo, a Coroa portuguesa fechava as tipografias dos trópicos porque temia que ideias subversivas pudessem corromper a estabilidade do Brasil.
E quem fala em livros fala em educação: Sérgio relembra que, entre os anos de 1775 e 1821, 7850 bacharéis e 473 doutores e licenciados saíram com diploma da Universidade do México. Em igual período, só 720 brasileiros conseguiram a proeza (pela Universidade de Coimbra, claro).
Finalmente, existe uma herança pesada da colonização portuguesa: esse patrimonialismo que atribui ao Estado o papel de “baby-sitter” do cidadão. Isso significa que um homem assume a mentalidade de uma criança que tudo espera do Estado, desde o berço até a sepultura.
Os portugueses deixaram o Brasil há quase 200 anos, e qualquer pessoa adulta sabe que o presente do Brasil é um produto das escolhas dos brasileiros, portanto chega de desculpas.
(Folha de S.Paulo, 20.10.2015. Adaptado)

Considere os trechos selecionados do texto.
•  Não foi fácil: entrei no auditório, e estavam ali talvez umas 300 pessoas para escutar… (2o
parágrafo)
•  Existiram bons legados e maus legados. (3o parágrafo)
•  Os portugueses deixaram o Brasil quase 200 anos… (último parágrafo)
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as formas verbais destacadas podem ser substituídas, correta e respectivamente, por:

Alternativas
Comentários
  • Marquei a C.

    Uma atenção que me chamou na primeira alternativa:

    Não foi fácil: entrei no auditório, e estavam ali talvez umas 300 pessoas para escutar

    reuniam-se

     

    A conjunção e não atrai o pronome oblíquo átono?

    O certo não seria :  [...]e se reunia ali talvez umas 300 pessoas para escutar...

     

     

    Segunda alternativa: Verbo haver no sentido de existir fica no singular: Houve

     

     

    Terceira alternativa: Verbo fazer em tempo decorrido fica no singular: faz

     

  • São duas orações coordenadas Rodrigo Marcelo, e a regra da próclise serve somente para conjunções subordinadas.

    Entrei no auditório.

    Estavam ali talvez umas 300 pessoas .

    Ambas as orações não dependem uma da outra.

  • Boa pergunta Rodrigo! ,

    Seré que o "e" é um artigo disfarçado?rrs

  • Eu acho que o e nao atrai...ou estaria certo as 2 opções.

     

    reuniram-se umas 300 pessoas

    verbo haver no sentido de existir é impessoal

    verbo fazer em tempo decorrido fica no singular

  • Aparecendo conjunção cordenativa:próclise ou enclise. Poderia ser "e se reuniam ou e reuniam-se"

  • GABARITO LETRA C

  • •  Não foi fácil: entrei no auditório, e estavam ali talvez umas 300 pessoas para escutar… (2o parágrafo)    OBS. Como o Núcleo do verbo está no plural,  devendo ficar o verbo também no plural. Reuniam-se

     

    •  Existiram bons legados e maus legados. (3o  parágrafo)     OBS.   Quando o verbo "Haver" for empregado no sentido de Existir, acontecer e ocorrer será sempre impessoal, logo deverá ficar no singular. Houve

     

    •  Os portugueses deixaram o Brasil há quase 200 anos… (último parágrafo)      OBS. O verbo "Fazer" no sentido sentido de tempo decorrido será impessoal. Faz

     

    Gabarito:C

  •  

    Próclise- atrai o pronome. Q675203/Q742877. *Quando temos conjunções subordinativas (quando, se, porque, que, conforme...) ANTES DO SUJEITO EXPRESSO, ela será um CASO ATRATIVO DE PRÓCLISE.

    Casos atrativos de Próclise: Negação; Advérbio; Conjunções Subordinativas- coordenadas admitem ênclise- Gerúndio; pronome Relativo; pronome Indefinido; pronome Demonstrativo substantivo- adjetivo admite ênclise; frases: Optativas; Interrogativas; Exclamativas.

  • Desculpem, mais fiquem aqui pensando na transitividade do verbo reunir:

    Quem Reune, Reune alguem; sendo portanto VTD.

    No entanto quando Pronominal ao meu ver torna-se VTI pedindo a preposição EM, na frase toranria-se IIS, obrigando o Reunia-se ficar no singular.

    acertei a questão pq entendi o verbo no sentindo de Reunia(Quem Reune, Reune alguem) e não de Reunia-se( quem se Reune, se Reune EM algum lugar; ou quem Reune, Reune algem em algum lugar). 

    Não sei se meu raciocinio está errado mais acho q a banca foi infeliz nessa questão. mais dava para acertar, até pq temos pensar com a cabeça deles.   

     

  • Gabarito letra C (reuniam-se; Houve; faz.)

     

     Não foi fácil: entrei no auditório, e estavam ali talvez umas 300 pessoas para escutar…  - reuniram-se para concordar com 300 pessoas e o "e" é uma conjunção subordinativa atrai a próclise. 

     

    •  Existiram bons legados e maus legados. - Houve - verbo haver no sentido de existir é impessoal, não tem sujeito, por isso permanece no singular

     

    •  Os portugueses deixaram o Brasil há quase 200 anos…- Faz - quando indica tempo, esse verbo se torna impessoal e invariável, isto é, deve ser usado apenas no singular.

  • Não foi fácil: entrei no auditório, e estavam ali talvez umas 300 pessoas para escutar… Como na segunda oração existe sujeito determinado "umas 300 pessoas para escutar", mas está depois do verbo. Logo, a construção admite próclise ou ênclise.

    Eu acho pelo que já estudei.

  • Gabarito:C

     

    - Não foi fácil: entrei no auditório, e estavam ali talvez umas 300 pessoas para escutar = VERBO concorda com "UMAS 300 PESSOAS" = REUNIRAM-SE (umas 300 pessoas reuniram-se e NÃO reuniu-se)

     

    - Existiram bons legados e maus legados = o verbo EXISTIR pode ser flexionado (existiram), porém o verbo HAVER no sentido de EXISTIR nunca é empregado no plural

     

    - Os portugueses deixaram o Brasil há quase 200 anos = O verbo FAZER no sentido sentido de tempo decorrido é sempre impessoal = FAZ (faz um ano; faz dez anos; faz mil anos.. nunca flexiona para FAZEM)

  • Vlw Mauricio Queiroz...seu comentário me ajudou muito aqui! 

  • RESPONDENDO A DUVIDA DO Rodrigo Marcelo
    "Uma atenção que me chamou na primeira alternativa:
    Não foi fácil: entrei no auditório, e estavam ali talvez umas 300 pessoas para escutar
    reuniam-se"
    A conjunção e não atrai o pronome oblíquo átono?
    O certo não seria :  [...]e se reunia ali talvez umas 300 pessoas para escutar..."

     

    A conjunção aditiva "E" entra no rol dos casos facultativos, portanto poderá ser utilizado próclise ou ênclise.

  • ..300 PESSOAS REUNIAM-SE ALI..

  • GABARITO C

    A PALAVRA "HA" (NO SENTIDO DE EXISTIR) E "FAZ" (NO SENTIDO CRONOLOGICO), NAO SOFREM FLEXAO

     

  • Como bem explicado por Rodrigo Marcelo, a questão deveria ser anulada, pois existe uma conjunção "E" a qual é fator atrativo de próclise.

    e estavam ali talvez umas 300 pessoas p...

    e se reuniam ali talvez umas 300 pessoas p....

  • ALTERNATIVA CORRETA: C 

    Na primeira sentença: o verbo NO PLURAL concordando com o sujeito.

    I) REUNIRAM-SE COM 300 PESSOAS.

    Na segunda sentença: o verbo HAVER no sentido de EXISTIR é impessoal, ou seja, não tem sujeito, logo NÃO SE FLEXIONA.

    II) HOUVE BONS E MAUS LEGADOS,

    Na terceira sentença: o verbo FAZER indicando TEMPO é impessoal, portanto não tem sujeito, logo é inváriavel. NÃO SE FLEXIONA.

    III) FAZ 200 ANOS.

     

     

  • Verbo HAVER, no sentido de existir, ele é impessoal, fica na terceira pessoa do singular e não tem sujeito.

  • GABARITO C

     

    Verbo HAVER no sentido de existir é impessoal, permanece no singular.

     

    Verbo FAZER no sentido de tempo transcorrido também é impessoal, permanece no singular.

     

     

    Bons estudos.

  • A VUNESP e o Verbo Haver, tudo a ver.