SóProvas


ID
2332633
Banca
IBADE
Órgão
Prefeitura de Rio Branco - AC
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto para responder à questão.

Preto é cor, negro é raça

  O refrão de uma marchinha carnavalesca, de amplo domínio público, oferece uma pista interessante para a compreensão do critério objetivo que a sociedade brasileira emprega para a classificação racial das pessoas: “O teu cabelo não nega, mulata, porque és mulata na cor; mas como a cor não pega, mulata, mulata eu quero o teu amor”.
  Escrita por Lamartine Babo para o Carnaval de 1932, a marchinha realça a ambiguidade das relações raciais, ao mesmo tempo em que ilustra a opção nacional pela aparência, pelo fenótipo. Honesto e preconceituoso em sua definição de negro, Lamartine contribui mais para o debate sobre classificação racial do que muitos doutores.
  Com efeito, ao contrário do que pensa o presidente eleito, bem como certos acadêmicos, os cientistas pouco podem fazer nesta seara, além de, em regra, exibirem seus próprios preconceitos ou seu compromisso racial com a manutenção das coisas como elas estão.
  Primeiro porque, como se sabe, raça é conceito científico inaplicável à espécie humana, de modo que o vocábulo raça adquire relevância na semântica e na vida apenas naquelas sociedades em que a cor da pele, o fenótipo dos indivíduos, é relevante para a distribuição de direitos e oportunidades.
  Segundo, porque as pessoas não nascem negras ou brancas; enfim, não nascem “racializadas”. É a experiência da vida em sociedade que as torna negras ou brancas.
   “Todos sabem como se tratam os pretos”, assevera Caetano Veloso na canção “Haiti”.
  Em sendo um fenômeno relacional, a classificação racial dos indivíduos repousa menos em qualquer postulado científico e mais nas regras que regem as relações, intersubjetivas, econômicas e políticas no passado e no presente.
 Negro e branco designam, portanto, categorias essencialmente políticas: é negro quem é tratado socialmente como negro, independentemente de tonalidade cromática. É branco aquele indivíduo que, no cotidiano, nas estatísticas e nos indicadores sociais, abocanha privilégios materiais e simbólicos resultantes do possível mérito de ser branco. Esse sistema funciona perfeitamente bem no Brasil desde tempos imemoriais.
  A título de exemplo, desde a primeira metade do século passado, a Lei das Estatísticas Criminais prevê a classificação racial de vítimas e acusados por meio do critério da cor. Emprega-se aqui a técnica da heteroclassificação, visto que ao escrivão de polícia compete classificar, o que é criticado pela demografia, que entende ser mais recomendável, do ângulo ético e metodológico, a autoclassificação.
   Há um outro banco de dados no qual o método empregado é o da autoclassificação: o Cadastro Nacional de Identificação Civil, feito com base na ficha de identificação civil, a partir da qual é emitida a cédula de identidade, o popular RG. Tratase de uma ficha que pode ser adquirida em qualquer papelaria, cujo formulário, inspirado no aludido Decreto-Lei das Estatísticas Criminais, contém a rubrica “cútis”, neologismo empregado para designar cor da pele. Assim, todas as pessoas portadoras de RG possuem em suas fichas de identificação civil a informação sobre sua cor, lançada, em regra, por elas próprias.
  Vê-se, pois, que o Cadastro Nacional de Identificação Civil oferece uma referência objetiva e disponível para o suposto problema da classificação racial: qualquer indivíduo cuja ficha de identificação civil, dele próprio ou de seus ascendentes (mãe ou pai), indicar cor diversa de branca, amarela ou indígena, terá direito a reivindicar acesso a políticas de promoção da igualdade racial e estará habilitado para registrar seu filho ou filha como preto/negro.
  Fora dos domínios de uma solução pragmática, o procedimento de classificação racial, que durante cinco séculos funcionou na mais perfeita harmonia, corre o risco de se tornar, agora, um terrífico dilema, insolúvel, poderoso o bastante para paralisar o debate sobre políticas de promoção da igualdade racial.
  No passado nunca ninguém teve dúvidas sobre se éramos negros. Quiçá no futuro possamos ser apenas seres humanos.
SILVA JÚNIOR, Hédio. Preto é cor, negro é raça. Folha de S.Paulo, São Paulo, 21 dez. 2002. Opinião, p.A3.

“'O teu cabelo não nega, mulata, porque és mulata na cor; mas como a cor não pega, mulata, mulata eu quero o teu amor.'”
A respeito do trecho acima, quanto aos aspectos gramatical, sintático e semântico, analise as afirmativas a seguir.

I. A forma verbal NEGA, no contexto, é intransitiva.
II. TEU é um pronome substantivo possessivo.
III. Nas duas últimas ocorrências a palavra MULATA é, respectivamente, VOCATIVO e SUJEITO.

Está correto apenas o que se afirma em: 

Alternativas
Comentários
  • Quem quer o teu amor? Eu. Na minha concepção é sujeito elíptico 

  • FORÇA FOCO E FÉ!

  • BEM, ACHO QUE A "I" ESTÁ INCORRETA, POIS O VERBO NEGAR É TRANSITIVO DIRETO E TRANSITIVO INDIRETO. QUEM NEGA, NEGA ALGO A ALGUÉM. (SEGUNDO DICIONÁRIO AULETE.

    http://www.aulete.com.br/NEGAR

    II) O PRONOME "TEU" SERIA UM PRONOME ADJETIVO POIS ACOMPANHA UM SUBSTANTIVO (CABELO).

    A CORRETO MESMO ESTARIA APENAS A "III".

  • Não entendi por que as duas últimas palavras "mulata" são vocativo e sujeito. Não seriam as duas como vocativo?

  • I - NESTE CONTEXTO O VERBO NEGAR É INTRASITIVO; (CORRETO)

    VERBOS INTRANSITIVOS SÃO VERBOS COM SIGNIFICADO COMPLETO, NÃO SENDO NECESSÁRIA A JUNÇÃO DE OBJETO DIRETO E OBJETO INDIRETO PARA COMPLEMENTAR O SEU SENTIDO. REFEREM-SE A AÇÕES QUE INICIAM E TERMINAM NO PRÓPRIO SUJEITO, NÃO TRANSITANDO PARA UM OBJETO.

     

     

    II - OS PRONOMES POSSESSIVO, INDEFINIDO, DEMONSTRATIVO QUE ACOMPANHAREM UM SUBSTANTIVO É CLASSIFICADO COMO "PRONOME ADJETIVO" QUE DELIMINA O VALOR DO SUBSTANTIVO; (ERRADO)

    EX.: A MINHA (PRONOME POSSESSIVO/PRONOME ADJETIVO) CASA FICA EM UM CONDIMÍNIO FORA DA CIDADE.

     

     

    III -  (...) MAS COMO A COR NÃO PEGA, MULTATA, MULATA EU QUERO O TEU AMOR." (CORRETO)

    - O PRIMEIRO MULATA - NESTA FRASE É VOCATIVO! VOCATIVO, NÃO TEM NENHUMA RELAÇÃO SINTÁTICA NA FRASE,VOCATIVO, É UM TERMO QUE INVOCA/EVOCA ALGO!

    - O SEGUNDO MULATA - QUEM QUER? EU - SUJEITO!! E MULATA???? 

     

     

    SUJEITO OCULTO/ELÍPCO/DESINENCIAL: "EX.: PAGUEI A CONTA" ---> O SUJEITO NÃO APARECE NA FRASE! PELO CONTEXTO SABE QUE O SUJEITO É "EU".

     

    GABARITO: A

  • Não entendi nem o sujeito, nem o pronome possessivo. Vou estudar esse caso.

  • quemnega nega algo...

    sujeito eu, entao todas estao erradas..

     

  • cara, justificaram , criaram textão, mas não embasaram o porque a banca considerou o termo "mulata" como sujeito (até mesmo porque não tem nenhuma relação evidente ou implícita que justifique considerar "mulata" como sujeito). A E está incorreta, creio eu.

  • I. Deve-se analisar o contexto e não o verbo. No contexto, o verbo NEGA não possui transitividade. NEGA o quê? Não sei, não diz no período. (CORRETO)

    II. O pronome "teu" está do lado do substantivo cabelo, caracterizando-o, logo é um pronome adjetivo possessivo, e não substitundo/retomando o substantivo, caso que levaria a ser um pronome substantivo possessivo. (ERRADO)

    III. "mas como a cor não pega, mulata, mulata eu quero o teu amor." - A primeira ocorrência da palavra mulata é classificada como vocativo, creio que isso não gere dúvidas, porém a segunda ocorrência, segundo a questão, alega ser sujeito, mesmo dando uma ideia de vocatico. Quem é que quer o teu amor? EU. Honestamente não sei o que é mulata na segunda ocorrência, parece outro vocativo. (ERRADO)

    Creio que a questão deveria ser anulada, ou substituir a segunda afirmação para VOCATIVO e VOCATIVO. 

  • Resposta correta seria apenas I, pois o verbo nega é intransitivo por possuir sentido completo.

    quem "nega"  nega  é VI.
     o II é pronome adj 

    e o III  estaria errado pelo motivo do sujeito da frase ser " EU ". 


     

  • III - ERRADA, o sujeito é o pronome do caso reto "EU"

  • Gente, eu imagino que o segundo mulata é o sujeito da oração "porque és mulata na cor". Quem és mulata na cor? Mulata. Só assim para entender esse gabarito.

  • Indiquem pra comentários do professor!

    a meu ver, questão passível de anulação!

  • mulata eu quero o teu amor. - Quem quer o teu amor ? Eu.

    Como a III pode estar certa ?

  • Os comentários atestam que eu não fiquei doida!

     

    Ainda bem que não foi só eu quem ficou perplexa com "essa sujeita" (kkk).

     

    Gente, que questão ruim! 

     

     

  • Pô não consegui me concentrar, quando iniciava a leitura, já vinha logo a música na cabeça e começava a cantar, acabei errando a questão. :(

  • kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk não consegui me concentrar foi ótimo...kkkkkkkkk

  • "Mulata" não pode ser sujeito, é vocativo.

  • Errei esta questão, porém, me senti acolhido com o número absurdo de erros dessa questão. HAHAHAHAHAAHHA

  • O professor considerou todas erradas, a 1º frase poderia ser considerada como certa forçando a barra, mas não tem nas alternativas.

  • essa banca tem sempre questoes duvidosas e confusas ,

  • "Mulata eu quero o teu amor". Mulata é Adjunto Adnominal de "eu". "Eu" é uma pessoa mulata e quero o seu amor. 

    Temo mesmo sentido de: "Maria mulata (ou Mulata Maria) quer o amor de João.

  • MACETE: 
    -> pronome SUBSTantivo: SUBSTitui um nome
    -> pronome Adjetivo: Acompanha um nome

     

    Bons estudos a todos

  • nenhum alternativa está correta. 

    I. negar "algo" 

    II. pronome possessivo adjetivo

    III. somente vocativo

  • por isso que as crianças aprendem errado, prova para  Professor de Ensino Fundamental (1º ao 5º Ano) afirmando que o sujeito em "...mulata EU quero" seja mulata e não o EU que vem explicito, é destruir a gramática e o conhecimento do professor

  • Questão ridícula,

  • Questão digna de anulação.

  • mais que raios.................tá maluco esse examinador? não vejo como sujeito de jeito nenhum.

     

    vou ver o video do professor...mas tenho até medo...muitos professores do QC gostam de justificar a banca mesmo ela estando errada...pior q eles falam falam as vezes e nem consegue argumentar...vamos ver se esse vai conseguir.

  • Considerar a última “mulata” como sujeito, foi forçar a barra até demais.
  • Foi foda,  pronome substantivo? Kkkkkkk nada a ver

  • GABARITO DO PROF Arenildo - todas erradas.

    fazer concurso está ficando cada vez mais problemática - quantos questoes que até prof discorda fica em duvida pqp. Sei que a quantidade de gente influencia ao formular as questoes (faceis, dificieis), mas coloque algo possivel examinadores ou se não faz um bingão o que ganhar leva a vaga - talvez seja mais razoavel, justo e sobreutdo, sincero, isto é, nao precisa vender gabarito por debaixo dos panos o que ainda acontece.

  • Mulata como sujeito esta errado. Sujeito é a palavra "eu". Esse gabarito está errado
  • Um absurdo essa questão! foi anulada?

  • Meus sentimentos e minha solidariedade aos colegas que prestam concursos em regiões mais afastadas do país. Se aqui no Rio já sofremos com os absurdos das gigantes como a FGV, imagine prestar concursos organizados por essas bancas amadoras...

  • Questão até bacana,mas o elaborador quis brincar com o português e fez cagada. Prof Arenildo dando show no comentário da questão.

  • A banca manteve o gabarito? Absurdo! Com uma questão dessa, como uma banca pode ter credibilidade.

  • Lixo de banca!! Tudo errado!! 

  • QUESTÃO 11 - Q777542 

    ANULADA.

  • BOSTA DE QUESTÃOO

  • Percebam que grande parte das questões com

    percentuais de erros elevados, advém de bancas farjutas.

  • Todas erradas. Mulata não é sujeito. Negar não é um verbo intransitivo.

    Dicionário: 

    Significado de Negar

    verbo transitivo

    Afirmar que uma coisa não existe, não é verdadeira. Contestar, contradizer, desmentir, refutar, retratar, renegar.

     

     

  • A I tenho certeza que está certa. Negar pode ser Transitivo Direto, Indireto ou Intransitivo. Depende da oração. Mas aí ele tem sentido completo visto que nao exige nem consta objeto direto ou indireto. Quanto a III nao tenho certeza, o sujeito parece ser EU porque EU sou quem quero teu amor, amor de quem? Da Mulata. Então ela seria mais como o adjunto adnominal de amor ou algo assim

  • essa foi campea de erros... otimo comentario do arenildo

  • I - NEGAR, no trecho apresentado, é intransitivo, pois não há o que se nega ou o alvo da ação, ou seja, não há objeto (ASSERTIVA CORRETA).

     

    II - Pronome acompanhando substantivo expresso tem função adjetiva, portanto PRONOME ADJETIVO POSSESSIVO (ASSERTIVA ERRADA).

     

    III - A ordem direta seria: "..., mas como a mulata não pega cor. Mulata, eu quero o teu amor.” (ASSERTIVA CORRETA)

     

    A banca colocou um vocativo (que deve vir isolado obrigatoriamente por vírgulas) entre o verbo e o sujeito, portanto, a vírgula não separa o sujeito do verbo, mas sim isola o vocativo. No mais, ela inverteu a direta da oração (Sujeito - Verbo - Complemento).

     

    Bons  estudos!

  • QUESTAO MAL FEITA É ESSA MEU AMIGO

  • Aleksandro, não faz sentido isso que vc falou, cor é o sujeito da oração. 

  • sem noção dizer que a última ocorrência de mulata é sujeito, se for eu terei que começar a estudar português do início novamente!!!

  • Questão cheia de erros de acordo com os colegas, deve ser por isso que eu acertei. :|

     

  • Essa questão está maluca. Quem que o amor da mulata? EU, logo EU é o sujeito. Que loucura!!

  • QUESTÃO 11 - Q777542 

    ANULADA.

  • Olhem a explicação do professor.

    Ele diz que não tem gabarito correto, concordo com ele!

    #Força e foco!

    Deus acima de tudo!

    Vamos chegar lá.

    Abraços!

  • pior de tudo é que a região norte tem que aguentar essa FUNCAB/IBADE, toda hra!

  • o gabarito é A, mas essa questão deveria ser anulada. Todas as afirmativas estão incorretas.

  • Questão nula. Todas as afirmativas estão incorretas.

  • Que Deus nos proteja!

  • Banca LIXO

  • QUESTÃO DEVERIA SER ANULADA - NÃO SE PREOCUPE SE ERROU

  • Andressa Pereira, o professor concluiu que a questão deveria ser anulada também, no fim do vídeo. Explicou que a afirmação I poderia ser considerada correta ''forçando a barra'', já na afirmação III de forma alguma o segundo termo ''mulata'' poderia ser considerado sujeito.

  • banquinha é nisso que dá

  • Aquela questão que, aqui no site, a gente se orgulha de ter errado, porque na verdade estamos certos.

  • olhem o vídeo dos comentários do professor. Ja adianto, gabarito incorreto.
  • então "teu" deixou de ser pronome possessivo?

  • O comentário do professor foi muito bom. Ele defendeu que as três deveriam ter sido consideradas incorretas e explicou os motivos, não tendo, portanto, gabarito viável. Deveria ter sido anulada.

    I. A forma verbal NEGA, no contexto, é intransitiva. (errada, o objeto está subentendido, mas poderia ser considerada correta, forçando barra, visto que, na frase, ele não está expresso)

    II. TEU é um pronome substantivo possessivo. (errada, na verdade é um pronome ADJETIVO possessivo)

    III. Nas duas últimas ocorrências a palavra MULATA é, respectivamente, VOCATIVO e SUJEITO. (errada, a frase apresenta um erro de pontuação, na segunda ocorrência é apenas mais uma repetição do vocativo, o sujeito é EU)

  • Esse site está completamente ridículo !!! Já vi mais de 300 questões erradas de português, estão brincando com nosso dinheiro !!!!

  • MULATA é o sujeito?