SóProvas


ID
2356687
Banca
CONSULPLAN
Órgão
CFESS
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                            São só contas de vidro

      Os índios ficaram deslumbrados com as contas de vidro que os portugueses lhes davam. Por quê? Por causa da beleza dessas contas de vidro? Pouco provável. Para encontrar coisas belas, tudo o que os nativos tinham de fazer era olhar ao redor: as árvores, os pássaros, as flores. Mas as contas de vidro representavam duas coisas. Em primeiro lugar, eram novidade, coisa desconhecida por ali. Em segundo lugar, eram novidade, de uma tecnologia que os índios não dominavam e que, por isso, admiravam. Mais de cinco séculos se passaram e continuamos dominados pela mesma reverência à tecnologia. Exemplo: o automóvel tem absoluta prioridade em relação aos pedestres, mesmo em situações em que estes são vários e em que o veículo transporta uma única pessoa. Muitos brasileiros ficam assombrados ao saber que em Brasília os motoristas respeitam a faixa de segurança. Em outras cidades, faixa de segurança é mero detalhe, pouco importante diante da potência que é o automóvel. Isso também explica a quantidade de acidentes de trânsito que temos; a sensação de poder de que goza o motorista muitas vezes perturba sua capacidade de discernimento.

      O verdadeiro progresso traz junto consigo os mecanismos de controle para esses excessos. Na Europa e nos Estados Unidos, os motoristas, em geral (claro que há numerosas exceções), dirigem com cautela, pela simples razão de que podem responder no tribunal por qualquer problema, até mesmo psicológico, que venham a causar a outras pessoas. A noção de espaço público lá está muito presente. No Brasil é diferente. Se o espaço é público, isso não significa que é de todos, que todos têm de cuidar dele; não, se o espaço é público, ele não é de ninguém. Nos cinemas brasileiros, celulares tocam com frequência e às vezes seus proprietários mantêm longas conversas, em voz alta, durante a exibição do filme. Os outros espectadores que se lixem. Existe aí um motivo adicional, além do desrespeito ao local coletivo. O telefone, no Brasil, ainda guarda a aura de um passado em que era privilégio de poucos. Conseguir uma linha era missão quase impossível. Quem tinha telefone tinha poder, e esta imagem, de certo modo, persiste. Infelizmente, porque poucos meios de comunicação são tão invasivos. Cartas e e-mails ficam pacientemente à nossa espera. O telefone, não. O telefone soa insistentemente, e temos de atender, não importa o que estejamos fazendo no momento – almoçando, tomando banho, fazendo amor. E quem liga também não dá bola para esses detalhes. A elementar pergunta – “Você pode falar? ” – raramente é feita. Ligação telefônica desloca para um segundo plano qualquer outra coisa. Digamos que você esteja sendo atendido por um funcionário no banco. Se tocar o telefone, você e todos os outros que estão esperando terão de se conformar: o funcionário atenderá à chamada, não raro longa.

      O celular é ótima coisa. Pessoas que, por falta de telefone, ficavam em verdadeiro estado de marginalização social, agora podem se comunicar facilmente. Existe hoje uma verdadeira cultura do celular, mas ela, infelizmente, ainda não inclui a noção de respeito ao outro. Chegaremos lá, claro, se não mediante leis, como fazem os países mais adiantados, então pela evolução natural da arte do convívio. As pessoas aprendem. E um dia descobrem que as brilhantes contas de vidro são só isto: contas de vidro.

              (SCLIAR, Moacyr. Do jeito que nós vivemos. Belo Horizonte: Ed. Leitura, 2007.)

Tendo em vista as relações de sintaxe estabelecidas nas orações a seguir, relacione adequadamente as colunas, considerando os termos destacados.

1. Objeto indireto.

2. Sujeito simples.

3. Adjunto adverbial.

4. Predicativo do sujeito.


( )[...] que os portugueses lhes davam.” (1º§)

( )A noção de espaço público lá está muito presente.” (2º§)

( )Cartas e e-mails ficam pacientemente à nossa espera.” (2º§)

( )Em primeiro lugar, eram novidade, coisa desconhecida por ali.” (1º§)

A sequência está correta em

Alternativas
Comentários
  • GAB. A

    Usei a estratégia de achar a resposta mais fácil na minha opinião, depois foi só verificar as  alternativas, no meu caso a mais fácil foi identificar o sujeito simples.

  •  [...]" que os portugueses lhes davam.” = que os portugueses davam a eles.

                                                                                                ( Se há a preposição "a", então é objeto indireto)

     “A noção de espaço público lá está muito presente.”

            (sujeito simples)

     “Cartas e e-mails ficam pacientemente à nossa espera.”

                                         (adj.adv. de modo)

     “Em primeiro lugar, eram novidade, coisa desconhecida por ali."

                    ("eram" é verbo de ligação; "novidade" só pode ser ,portanto,predicativo do sujeito)

     

  • Com um pouco de conhecimento sobre pronomes pessoais mataria a questão

     

    Temos os pronomes pessoais do caso reto (Eu, tu, ele, nós, vós, eles) possuem função de sujeito

     

    Temos os pronomes pessoais oblíquos átonos (Me, te, se, lhe, o , a, nos, vos, se, lhes, os , as) nessa categoria é válido ressaltar que esses pronomes não serão precedidos de preposição, e:

    O(s), a(s): possuem função de objeto direto

    Lhe(s): Possui função de objeto indireto

     

    Temos também os pronomes oblíquos tônicos (mim, ti,si, ele, ela, nós,vós, si eles elas) serão precedidos de preposição

     

    Bons estudos

  • "Cartas e e-mails ficam pacientemente à nossa espera.” (2º§)"

    Fiquei com dúvida com essa alternativa, visto que  os advérbios não podem  ser sobordinados a um substantivo.

    E na letra D, o termo "pacientemente"  se refere a "cartas  e "e-mails", termos substantivos, logo o termo "pacientemente",  ao me ver, seria um adjetivo. Não podendo ser eqaudrado com adverbio

     

    algume pode ajudar?  

     

     

  • a)       

                                OBJETO INDIRETO

     

            LHE, LHES, SE, TE, ME, NOS, VOS

    .............................

    OBJETO DIRETO    =      O, A, OS, AS

     

                                                     ME, TE, SE, O, A NOS, VOS, OS, AS

     

    VALOR DE POSSE:       ME, TE, LHE, LHES, NOS, VOS

     

    ME =   PRONOME PESSOAL OBLÍQUIO ÁTONO

    LHE =       PRONOME PESSOAL

     

     

     

     

     

    b)    O QUE ESTÁ MUITO PRESENTE ?      A NOÇÃO ....SUJ SIMPLES

     

    c)          VERBO "FICAR" NO CONTEXTO: 

     

    VI  =        NÃO PEDEM COMPLEMENTOS. SEGUIDOS DE ADJUNTO ADVERBIAL DE LUGAR

     

                             

    -         VERBOS INTRANSITIVOS:    nasce, caiu, comeu, morreu, chegou, acordou ...    

     

    d)    

    O predicativo do sujeito é o termo da oração que complementa e caracteriza o sujeito, atribuindo-lhe uma qualidade. Aparece apenas com o predicado nominal, juntamente com um verbo de ligação.

     

     

    Q785601

     

     

     -   "estava" - VERBO DE LIGAÇÃO" + "inteiramente nua e suja" - predicativo do sujeito

     

     

    -    "era - VERBO DE LIGAÇÃO + "uma bala..." - predicativo do sujeito

     

     

     

     

     

     

     

    - Era UMA BALA enrolada num papel verde, com letras vermelhas.

     

    A  oração possui o verbo ser, que é verbo de ligação, apontando, dessa forma, que seu complemento é um PREDICATIVO DO SUJEITO.

     

     

     

     

     

    -  Teria uns 4 anos de idade, estava inteiramente NUA e SUJA."/ PREDICATIVO DO SUJEITO

     

    Como verbo estar é VL então seu complemento é um predicativo do sujeito, sujeito que nesse caso está oculto.

     

     

    MINEMONICO PARA VERBOS DE LIGAÇÃO: CAFES P2 (cafés para dois)

     

    Continuar

    Andar (em sentido figurado) -> andar triste..

    Ficar

    Estar

    Ser

    Parecer

    Permanecer

     

     

     

     

    Exemplos de predicativo do sujeito:

     

    Eu estou feliz.

    Minha avó anda cansada.

    Nós somos só duas.

    Meu caderno é este.

     

  • 1,2,3,4

    Pronomes pessoais oblíquos lhe e suas variações sao usados como complemento verbal quando o verbo é transitivo direto (exige preposição). Porque o verbo "dar" é transitivo direto e indireto, vai exigir uma forma do pronome obliquo lhe, o que o configura como objeto indireto

  • Só pela primeira já da pra "matar" a questão.
    "Lhes" é complemento de O.I

    GABARITO -> [A]

  • PREDICATIVO DO SUJEITO= SEMPRE LIGADO A VERBO DE LIGAÇÃO

  • Ronald Filho ,Pacientemente está ligado nessa oração ao termo "Ficam"-verbo.Bons estudos.

  • “Em primeiro lugar, eram novidade, coisa desconhecida por ali."
    Eram é VL, é predicativo do sujeito ou adjunto adverbial.
    Só tem a opção do PS então verifiquei a resposta no qual PS era a última e marquei.

     

  •  ANÁLISE DO ITEM QUE MATA O EXERCÍCIO 

    Os índios ficaram deslumbrados com as contas de vidro que os portugueses lhes davam.

    VERBO DAR> bitransitivo,  DÁ ALGO, A ALGUÉM.

    OBJETO DIRETO> Que- exercendo a função de pronome relativo e buscando "contas de vidros"

    OBJETO INDIRETO> lhes- a quem era dado? A ELS, OS ÍNDIOS.

  • "...os portugueses lhes davam". A próclise está errada, pois o sujeito não é palavra atrativa. Os erros acontecem nas melhores famílias.

  • Fernando, fator proclítico apenas torna a próclise obrigatória, mas quando ele não existe, ela não está errada, apenas não fica obrigatória ;)

  • a) 1, 2, 3, 4.

  • Que venha so questoes assim facil kkkkk k

    gabarito A

     

  • Facil demais, a segunda frase obviamente o termo é sujeito da oração, e como nas alternativas a unica que tem '2' no segundo termo é a letra A, é a correta.

  •  GABARITO A        LHE- OBJETO INDIRETO

  • Os pronomes oblíquos "lhe(s), me, te, se, nos,vos" exercem a função de Objeto Indireto.

    Gabarito Letra A)

    Qlqr erro, por gentileza me corrigir.

  • E a coragem de marcar essa sequencia certinha na prova? hahahaha

  • Questão fácil, mas confesso que li umas duas vezes só por desconfiança kkk

     

  • [...] que os portugueses lhes(OI) davam.” (1º§) > DAR ALGO A ALGUÉM

    ( ) “A noção de espaço público(S) lá(ADV LUGAR) está(VL) muito(ADV. INTENSIDADE) presente(P.S.).” (2º§)

    ( ) “Cartas e e-mails(S) ficam(VI, porém rege a preposição "a") pacientemente(ADV. MODO) à nossa espera(ADV. MODO).” (2º§)

    ( ) “Em primeiro lugar(ADV ASSUNTO), eram(VL) novidade(P.S), coisa desconhecida por ali.

  • Questão boa de fazer, porém, pela esperteza das bancas dá um certo medo de marcar nessa sequência. Gabarito A.

  • Rapaz confesso que errei por estar muito óbvio a resposta, já matei a questão apenas olhando a segunda alternativa.


    A noção de espaço público lá está muito presente" óbvio que aí é o sujeito.


    mas olhei e pensei, não é possível que a sequência seja 1,2,3,4

  • A questão de tão fácil chega o cara fica confuso achando que é pegadinha lkk

  • 1 O.I = Lhe sempre será objeto indireto 2 Sujeito Simples 3 Adjunto adverbial de modo 4 Predicativo do sujeito

  • Foi a questão mais fácil da minha vida, matei apenas pelo LHE que sempre é Objeto Indireto.

  • DA PRA MATAR DE PRIMEIRA, O LHE SEMPRE É OBJETO INDIRETO E SÓ HÁ UMA SEQUENCIA QUE CONTEM A ALTERNATIVA 1 EM PRIMEIRA POSIÇÃO