SóProvas


ID
246727
Banca
FCC
Órgão
MPE-RS
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Em 2008, Nicholas Carr assinou, na revista The Atlantic,
o polêmico artigo "Estará o Google nos tornando estúpidos?" O
texto ganhou a capa da revista e, desde sua publicação,
encontra-se entre os mais lidos de seu website. O autor nos
brinda agora com The Shallows: What the internet is doing
with our brains
, um livro instrutivo e provocativo, que dosa
linguagem fluida com a melhor tradição dos livros de
disseminação científica.

Novas tecnologias costumam provocar incerteza e medo.
As reações mais estridentes nem sempre têm fundamentos
científicos. Curiosamente, no caso da internet, os verdadeiros
fundamentos científicos deveriam, sim, provocar reações muito
estridentes. Carr mergulha em dezenas de estudos científicos
sobre o funcionamento do cérebro humano. Conclui que a
internet está provocando danos em partes do cérebro que
constituem a base do que entendemos como inteligência, além
de nos tornar menos sensíveis a sentimentos como compaixão
e piedade.

O frenesi hipertextual da internet, com seus múltiplos e
incessantes estímulos, adestra nossa habilidade de tomar
pequenas decisões. Saltamos textos e imagens, traçando um
caminho errático pelas páginas eletrônicas. No entanto, esse
ganho se dá à custa da perda da capacidade de alimentar
nossa memória de longa duração e estabelecer raciocínios mais
sofisticados. Carr menciona a dificuldade que muitos de nós,
depois de anos de exposição à internet, agora experimentam
diante de textos mais longos e elaborados: as sensações de
impaciência e de sonolência, com base em estudos científicos
sobre o impacto da internet no cérebro humano. Segundo o
autor, quando navegamos na rede, "entramos em um ambiente
que promove uma leitura apressada, rasa e distraída, e um
aprendizado superficial."

A internet converteu-se em uma ferramenta poderosa
para a transformação do nosso cérebro e, quanto mais a
utilizamos, estimulados pela carga gigantesca de informações,
imersos no mundo virtual, mais nossas mentes são afetadas. E
não se trata apenas de pequenas alterações, mas de mudanças
substanciais físicas e funcionais. Essa dispersão da atenção
vem à custa da capacidade de concentração e de reflexão.

(Thomaz Wood Jr. Carta capital, 27 de outubro de 2010, p. 72,
com adaptações)

Carr menciona a dificuldade que muitos de nós, depois de anos de exposição à internet, agora experimentam diante de textos mais longos e elaborados: as sensações de impaciência e de sonolência ... (3º parágrafo)

Considere as afirmativas seguintes:

I. A concordância verbal estaria inteiramente respeitada, com o verbo experimentar flexionado na 1ª pessoa do plural, experimentamos.

II. A presença do sinal de crase é facultativa, pois internet é palavra originária do inglês, adaptada ao nosso idioma.

III. O segmento introduzido pelos dois pontos explica a dificuldade decorrente da acentuada exposição à internet.

Está correto o que se afirma em:

Alternativas
Comentários
  • A crase ocorre em função de a palavra exposição exigir a preposição "a" mais artigo "a" da palavra feminina internet, quando ocorre essa fusão a crase é obrigatória.
  • I- O verbo experimentar na 1º pessoa do plural concorda com o sujeito muitos de nós
    II- a crase antes da palavra intenet é obrigatório, pois quem se expõe se expõe a alguma coisa no caso a internet
    III- nesse caso os dois pontos têm a função de explicar
  • somente a alternativa "c" esta correta?

  • Regra que explica porque o Item I está correto:
    Alguns de nós/vós, Muitos de nós/vós... Ou seja Pronomes Indefinidos no PLURAL + Nós ou Vós, concorda com o Pronomes indefinido ou com o pronome pessoal ( nós ou vós).

    Muitos de nós viajarão amanhã ( Correto ) - o verbo concordando com pronome indefinido muitos.
    Muitos de nós viajaremos amanhã ( Correto ) - o verbo concordando com pronome pessoal nós.
  • A primeira afirmativa está correta!
    A única diferença seria porque o autor se inclui,ou não, diante da situação, vejam:
    Muitos de nós experimentamos( autor está incluso; também experimentou...)
    Muitos de nós experimentam( não há como determinar se o autor está incluso nos que experimentaram)

    Portanto, os dois casos estão em conformidade com a norma culta; respeitando-se a concordância.
    Abraços!
  • Quando houver antes palavra no plural como no exemplo ''(...) muitos de nós, depois de anos de exposição à internet, agora experimentam diante de textos mais longos e elaborados(...) '' a concordância será opcional , pois pode concoradar tanto com ''muitos'' como com a pessoa ''nós''

  • Apenas fazendo uma adição - no item II, a crase é facultativa: diante de nomes próprios femininos, diante de pronome possessivo feminino e depois da preposição até.