SóProvas


ID
2536924
Banca
IBFC
Órgão
TJ-PE
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto


                                       Camelos e beija-flores...

                                                                                             (Rubem Alves)


      A revisora informou delicadamente que era norma do jornal que todas as “estórias” deveriam ser grafadas como “histórias”. É assim que os gramáticos decidiram e escreveram nos dicionários.

      Respondi também delicadamente: “Comigo não. Quando escrevo ‘estória’ eu quero dizer ‘estória’. Quando escrevo ‘história’ eu quero dizer ‘história’. Estória e história são tão diferentes quanto camelos e beija-fores...”

      Escrevi um livro baseado na diferença entre “história” e “estória”. O revisor, obediente ao dicionário, corrigiu minhas “estórias” para “história”. Confiando no rigor do revisor, não li o texto corrigido. Aí, um livro que era para falar de camelos e beija-flores, só falou de camelos. Foram-se os beija-flores engolidos pelos camelos...

      Escoro-me no Guimarães Rosa. Ele começa o Tutameia com esta afirmação: “A estória não quer ser história. A estória, em rigor, deve ser contra a história.”

      Qual é a diferença? É simples. Quando minha filha era pequena eu lhe inventava estórias. Ela, ao final, me perguntava: “Papai, isso aconteceu de verdade?” E eu ficava sem lhe poder responder porque a resposta seria de difícil compreensão para ela. A resposta que lhe daria seria: “Essa estória não aconteceu nunca para que aconteça sempre...”

      A história é o reino das coisas que aconteceram de verdade, no tempo, e que estão definitivamente enterradas no passado. Mortas para sempre. [...]

      Mas as estórias não aconteceram nunca. São invenções, mentiras. O mito de Narciso é uma invenção. O jovem que se apaixonou por sua própria imagem nunca existiu. Aí, ao ler o mito que nunca existiu eu me vejo hoje debruçado sobre a fonte que me reflete nos olhos dos outros. Toda estória é um espelho. [...]

      A história nos leva para o tempo do “nunca mais”, tempo da morte. As estórias nos levam para o tempo da ressurreição. Se elas sempre começam com o “era uma vez, há muito tempo” é só para nos arrancar da banalidade do presente e nos levar para o tempo mágico da alma.

      Assim, por favor, revisora: quando eu escrever “estória” não corrija para “história”. Não quero confundir camelos e beija-flores...

A oração destacada em “Confiando no rigor do revisor, não li o texto corrigido.”(3º§), está na forma reduzida e introduz, em relação à principal, o valor semântico de:

Alternativas
Comentários
  • LETRA: A

    O fato dele confiar no revisor (causa)  fez com que ele não lesse o texto corrigido.  (consequência)

  • A causa de eu ter confiado no revisor tive como consequência de não ter lido o texto corrigido.

     

     

    Letra A

     

     

    Qcom - Questão comentada

    https://www.youtube.com/watch?v=VQJkEPjUQFs

     

     

     

  • GABARITO A

     

    Confiando no Revisor: Causa

    Não lí o texto corrigido: Consequencia

     

    As expressões: "por e pelo fato de" expressam causa e poderiam substituir, feitas as devidas alterações, sem prejuizo para a correção gramatical, a palavra "confiando".

  • Oração subordinada adverbial causal reduzida de gerúndio.

  • LETRA A

    Confiando no rigor do revisor,                                          não li o texto corrigido.”

     

    Oração subordinada adverbial causal reduzida de gerúndio + oração principal.

     

    Para ter certeza, basta desenvolver a oração:

     

    JÁ QUE / VISTO QUE / NA MEDIDA EM QUE confio no rigor do revisor, não li o texto corrigido. 

    O FATO DE                           =============>                                                         FEZ COM QUE.

     

  • Não li o texto ....  Pois**** .....

  • É o mesmo que : Confiar no texto do revisor É CAUSA para não ler o texto corrigido.

  • Gab. A

  • Vamos ao que segue...

     

    Compartilho duas dicas rápidas que uso para diferenciar CAUSA de CONSEQUÊNCIA.

     

    1- utilizar a tática de colocar na oração: O FATO DE (causa)..... FAZ COM QUE (consequência) --> já explicada em comentários anteriores pelos colegas

     

    2 - Leia as duas orações separadas. O que acontecer primeiro será a CAUSA e o que acontecer depois será a CONSEQUÊNCIA.

    ex: O que aconteceu antes? "Confiar no revisor" ou "não ler o texto"?

    Veja que antes ele "confia no revisor" (causa)  para "não ler"  (consequência)...

     

    Espero ter ajudado...

     

    Abraço

  • Eu entendi da seguinte forma :

    1° coloquei na forma direta as orações : 

    Não li o texto corrigido confiando no rigor do revisor.

    Desta forma fica melhor de nós concluirmos o seguinte :

    O motivo (causa) do indivíduo não ter lido o texto foi porque ele confiava no revisor.

  • Vlw Marco Sousa

  • “Confiando no rigor do revisor, não li o texto corrigido.”(3º§).

    Por que ele não leu o texto corrigido? Porque ele confiou  no rigor do revisor. Qual foi a causa que ele não leu o texto corrigido? A causa foi porque ele confiou no rigor do revisor. Simples assim.

     

  • Forma desenvolvida :

    Já que confiava ...

  • Toda causa tem um "PORQUE" e toda consequência tem um "POR ISSO"...parece bobo mas ajuda

    "Não li o texto corrigido, PORQUE confiava no rigor do revisor"

    Conforme o Prof Pestana sempre coloca em suas aulas, o ideal é decorar as conjunções.

     

    Bons Estudos!!!

  • Causa: Por + infinitivo. "Por confiar no rigor do revisor, não li o texto corrigido"

    Finalidade: Para + infinitivo

    Tempo: Ao + infinitivo

    Condição: Ser+ Infinitivo ou A + infinitivo.

    Concessão: Ser + infinitivo

  • O MOTIVO  de confiar no rigor do revisor,não leu o texto corrigido>causa

     

  • Gente pelo amor de Deus indiquem para comentário do professor, não custa nada, fica um monte de gente comentando, sendo que temos professores capacitados e que estudaram para nos ajudar. Isso prejudica demais, PORTUGUÊS não é igual DIREITO , que em muitas questões é só copiar e colar o texto de lei. Ajuda aí galera, não custa nada!!!!!

  • a-

    Causa indica justificativa. Geralmente ha relação causa-consequencia no mesmo periodo. Se houver um resultado, procure pela sua causa-raiz

  • GABARITO: A

  • Gabarito: A

    “Confiando no rigor do revisor, (portanto) não li o texto corrigido.”

    (1º) Confiar no rigor do revisor foi a causa (2º) de não ler o texto corrigido.

  • "Não li o texto corrigido, PORQUE confiava no rigor do revisor"

  • GABARITO LETRA A.

    “Confiando no rigor do revisor, não li o texto corrigido.”(3º§)

    O fato de eu confiar no rigor do revisor (causa) fez com que não lia o texto corrigido (consequência).

    Daqui a pouco eu volto.

  • PRIMEIRA ORAÇÃO: O. SUBORD. ADVERBIAL CAUSAL REDUZIDA DE GERÚNDIO

    SEGUNDA ORAÇÃO: ORAÇÃO PRINCIPAL

     

  • Por ter confiado

  • Por que não li o texto corrigido? porque confiei no rigor do revisor (CAUSA)

    Relação de causa e consequência

    PMBA !!!!

  • Letra: A

    Porque confiei...(causa)

  • Não li o texto corrigido ( POR CAUSA DISSO)....

    A

    PM/BA 2020

  • cadiquê

  • Note que é possível reescrever a frase da seguinte forma: “Não li o texto corrigido, porque confio no rigor do revisor.”.

    Isso evidencia a relação de causa.

    Resposta: A

  • O que aconteceu? (consequência) → não li o texto corrigido

    Por qual motivo? (causa) → Porque confiei no rigor do revisor

  • confiando no rigor do revisor (causa)

    não li o texto corrigido (consequencia)