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ID
2556016
Banca
PUC-PR
Órgão
TJ-MS
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Em uma conferência que escreveu sobre o destino da literatura, Lima Barreto afirmava: “Entrando no segredo das vidas e das coisas, a literatura reforça nosso natural sentimento de solidariedade com nossos semelhantes, explicando-lhes os defeitos, realçando-lhes as qualidades e zombando dos fúteis motivos que nos separam uns dos outros. Ela tende a obrigar a todos nós a nos tolerarmos e a nos compreendermos; e, por aí, nós nos chegaremos a amar mais perfeitamente na superfície do planeta que rola pelos espaços sem fim”.


A ideia de que a arte pode ter uma função na sociedade, seja como elemento de união entre os homens, seja pelo potencial de transformação da sociedade, era cara ao escritor carioca, homenageado da 15.ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Sua literatura incluía os suburbanos, negros, despossuídos de toda sorte e, nesse sentido, promovia um olhar da elite letrada sobre tais personagens esquecidos na trama urbana, bem como abarcava seus temas e reivindicações. Um tipo de arte que perdeu o sentido por longas décadas na história da literatura brasileira, mas que nos últimos anos tem mostrado sua pertinência atemporal.

Disponível em:<http://epoca.globo.com/cultura/noticia/2017/07.html> . Acesso em: 14/08/17. 

Sobre os mecanismos sintáticos destacados no texto, assinale a alternativa CORRETA.

Alternativas
Comentários
  • a) Nas duas ocorrências, o pronome “lhes” funciona como objeto indireto de formas verbais transitivas diretas e indiretas.  ERRADO.

     

    "explicando-lhes (= A ELES = OBJETO INDIRETO) os defeitos"

     

    "realçando-lhes (=DELES= ADJUNTO ADNOMINAL= As qualidades DELES) as qualidades"

     

    b) O termo “a todos nós” funciona como objeto direto preposicionado, já que a forma verbal “obrigar” é transitiva direta e indireta. CORRETO.

    Ela tende a obrigar a todos nós (objeto direto preposicionado) a nos tolerarmos (objeto indireto) e a nos compreendermos; 

     

    c) A estrutura correlativa “seja... seja...” poderia ser reescrita como “seja... ou” e ainda manter o paralelismo do período original, de acordo com a prescrição gramatical.  ERRADO. Em se tratando de conjunções alternativas, não é possível combiná-las entre si. O correto seria: seja...seja; ou...ou.

     

    d) O nexo “bem como” expressa comparação entre as orações, o que torna “como ainda” uma substituição correta nessa posição. ERRADO. Acredito que o sentido seja alterado.

     

    e) A preposição “de” antes da conjunção integrante “que” poderia ser omitida, já que seu uso é opcional nessa posição. ERRADO. A preposição DE é pedida pelo termo ideia.

  • Para reconhecermos um objeto direto preposicionado, basta isolarmos o verbo e verificarmos se ele é realmente transitivo direto.

    Observe os exemplos a seguir, em que a preposição tem apenas a função de enfatizar a informação:

    “Identifiquei a vocês todos naquela fotografia”.
    - “Identifiquei”: VTD
    - “a vocês todos”: Objeto Direto preposicionado (Preposição “a” não exigida pelo verbo).

    No exemplo acima, a preposição a inicia o objeto direto (OD) – a todos vocês – todavia sua presença não ocorre por exigência do verbo identificar, que é transitivo direto (VTD).
     

    Casos Obrigatórios
    Caso 1: Evitar ambiguidade (duplo sentido) – quando o verbo inicia a frase, a fim de que o objeto direto não seja confundido com o sujeito:

    Devorou o leão o caçador.

    Devorou ao leão o caçador.

    Devorou o leão ao caçador.

     

    Casos Facultativos

    Caso 1: Se o objeto direto for um substantivo próprio ou comum que indica pessoa, poder-se-á utilizar a preposição para iniciar o objeto direto.
    “Ama a Deus sobre todas as coisas.”

     

    Caso 2: Se o objeto direto for um pronome oblíquo tônico, a preposição aparece não por exigência do verbo, mas do pronome.

    “Clarice não cumprimentou a ninguém.”

     

    Caso 3: Algumas expressões que indicam ideia de partitivo, ou seja, o objeto direto transmite ideia de parte daquilo a que se refere.

    “Celina bebeu do próprio veneno.”

     

    Portal Educação

  • Aí me lasquei.....pergunta difícil .

  •  

    B)

    Pela transitividade do verbo obrigar.

    Quem obriga, obriga alguém, a alguma coisa.

    Ela tende a obrigar a todos nós(algúem OD) a nos tolerarmos (alguma coisa a que somos obrigados OI).