SóProvas


ID
2674594
Banca
VUNESP
Órgão
Câmara de Barretos - SP
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                  Utilidades demais


      Flanando outro dia pela avenida Rio Branco, vi-me sem querer numa galeria formada por camelôs na cidade do Rio de Janeiro. E, como estava ali, caí na tentação de procurar um objeto: uma lanterninha, daquelas micro, de plástico, a pilha.

      O camelô me mostrou uma pequena peça, que acoplou a seu celular, e produziu um jatinho de luz. Agradeci e respondi que não me servia – “Não uso celular”, expliquei. O camelô se escandalizou: “Não usa celular???”, perguntou, com vários pontos de interrogação e num volume que o fez ser ouvido por todo mundo em volta. A frase se espalhou pelos demais camelôs e, em segundos, à medida que eu passava pelo corredor humano, podia sentir os dedos apontados para mim e a frase: “Não usa celular!!!”. Para eles, eu devia equivaler a alguém que ainda não tinha aderido ao banho quente ou à luz elétrica. Acho até que um camelô me fotografou, talvez para mostrar a algum amigo incrédulo – como pode haver, em 2017, quem não use celular?

      Consciente de ser um anacronismo ambulante, confesso-me esta pessoa e me atrevo a dizer que o celular nunca me fez falta – e continua não fazendo. Para me comunicar, vivo hoje mais ou menos como em 1990, quando o treco ainda não existia e nem se pensava no assunto.

      Ninguém deixa de falar comigo por falta de telefone. Se estou em casa, atendo àquele aparelho que hoje chamam, com desprezo, de “fixo”. Se tiver de sair, faço as ligações de que preciso e vou alegremente para a rua. Se eu estiver fora e alguém me telefonar, paciência – se for importante, ligará de novo.

      Por que não uso celular? Porque, com suas 1001 utilidades, tipo Bombril, ele é capaz de me escravizar. O único jeito é manter-me à distância – até o dia em que, com ou sem ele, provavelmente ficarei inviável de vez.

(Ruy Castro. Folha de S.Paulo. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/ruycastro/2017/07/1905766-utilidades-demais.shtml. Publicado em 31.07.2017. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a frase escrita a partir do texto está correta quanto à pontuação e ao emprego do verbo, segundo a norma-padrão da língua portuguesa.

Alternativas
Comentários
  • B) O motivo de todo o mal-entendido era um só: a busca do autor por uma lanterna da qual talvez nem precisasse.

     

    Esses dois pontos da B entregaram a resposta. 

    https://www.youtube.com/watch?v=HN7G--rcos8

     

    Bons estudos

  • “Talvez” marca o presente do subjuntivo!
  • Uma Vunesp que não existe mais.

  • Verdade Willian, quem acredita que é aquela banca previsível, pode se surpreender com algumas disciplinas .

  • : PODE SER SUBSTITUIDO POR VIRGULA, SENDO ASSIM.

    A) ERA- VERBO DE LIGAÇÃO, NÃO SE SEPARA SUJEITO DE SEU PREDICATIVO

     

    B)GABARITO

     

    C) NÃO SE SEPARA O VERBO DE SEU COMPLEMENTO - A BUSCA POR....

     

    D) e E) NÃO SEI EXPLICAR AO CERTO NA QUESTÃO DE PONTUAÇÃO, PORÉM USEI A CONJUGAÇÃO 3° PESSOA DO SINGULAR DO VERBO NO FUTURO DO PRETERITO DO INDICATIVO (INDICA POSSIBILIDADE) - ELE TALVEZ PRECISASSE.  O COMANDO DA QUESTÃO TAMBEM PEDE A FRASE DE ACORDO COM A NORMA.

     

    CASO TENHA ALGUM ERRO, DIGAM-ME, ESTOU EM PROCESSO DE EVOLUÇÃO ASSIM COMO TODOS VOCÊS.

    BONS ESTUDOS.

     

  • O talvez coloca a questão no campo de hipótese. Hipótese em verbos está no campo subjuntivo. Precisasse é pretérito imperfeito do subjuntivo, logo a única alternativa que contém subjuntivo é a letra B