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Letra B.
Bleger (1991) diferencia Sociabilidade por Interação de Sociabilidade Sincrética.
A Sociabilidade Sincrética expressa uma dimensão do grupo não perceptível à observação natural, mas cuja importância reside em identificar a interação latente, a partir da qual compreendemos alguns fatos manifestos. Bleger ilustra o conceito descrevendo a interação entre a mãe e a criança: juntas numa sala passam um longo tempo, a mãe costurando e a criança brincando. Não se falam, nem interagem de forma observável, mas quando a mãe sai da sala, a criança imediatamente larga o que fazia e vai atrás da mãe.
O conceito de sociabilidade sincrética, quando utilizado como expressão dos aspectos transubjetivos, permite o conhecimento dos processos psíquicos, não só dos participantes do grupo, como também do seu grupo de pertença.
A sociabilidade sincrética é um tipo de pano de fundo sobre o qual se desenvolvem as interações propriamente ditas. Bleger também dá o exemplo de um grupo de pessoas aguardando o ônibus numa fila em silêncio. Ainda que não haja relação de interação, a sociabilidade sincrética está presente nas regras e normas que regem o comportamento dos indivíduos naquele momento. Uma relação muda da qual todos participam e a partir da qual podem – ou não – desenvolver outros tipos de interação.
As instituições não servem apenas de defesa contra as angústias psicóticas, mas são depositárias da sociabilidade sincrética dos indivíduos, ou da parte psicótica, e por isso têm uma tendência para a burocratização e resistência à mudança.
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-29702006000100006
http://seer.psicologia.ufrj.br/index.php/abp/article/view/675/470
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Kinicki e Kreitner referem-se ao conceito de “coesão de grupo” para discorrer sobre um sentimento de nós que liga os integrantes do grupo. Esse conceito relaciona-se com os conceitos da obra de José Bleger de sociabilidade e pertencimento sincréticos
LIVRO: A instituição e as Instituições R. KAËS, J. BLEGER, E. ENRIQUES, F. FORNARI,P. FUSTIER, R. ROUSSILLON, J. P. VIDAL São Paulo: Casa do Psicólogo, 1991, 171 p.
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Vamos analisar a questão:
José Bleger, em seu livro "O grupo como instituição e o grupo nas instituições", que publicou em 1991 em conjunto com outros autores, propõe que há entre os grupos aquilo que ele denomina de sociabilidade sincrética, isto é, "um tipo de relação que, paradoxalmente, é uma não-relação, ou seja, uma não individuação; este tipo de relação impõe-se como matriz ou como estrutura de base de todo o grupo e persiste de maneira variável durante toda a vida". Para o autor, justamente o fundo de sincretismo é o que constitui e estabelece os laços mais estreitos entre os membros do grupo. Ele explica, contrapondo-se a um exemplo dado por Sartre, que numa fila de espera por um ônibus, onde, na concepção sartriana, o indivíduo está totalmente isolado, que "a sociabilidade sincrética está presente, está depositada nas regras e nas normas que regem todos os indivíduos". Para Bleger, "podemos nos comportar como indivíduos em interação, à medida que participamos de regras e de normas que são mudas, mas que estão presentes e graças às quais podemos então desenvolver outras regras de comportamento. Para entrar em interação, é preciso que haja um fundo comum de sociabilidade."
GABARITO: B