A
questão tem embasamento no artigo de Ari
Pedro Balieiro Junior, “Psicodiagnóstico e psicoterapia dimensões e paradoxos",
que nos apresenta uma paralelo histórico sobre o desenvolvimento das
psicoterapias e do psicodiagnóstico. Segundo ele
durante o século
XX, o prestígio do psicodiagnóstico e a prática concreta das estratégias de
avaliação psicodiagnósticas refletiram o debate teórico existente no campo da
saúde mental desde seus primórdios, entre as principais correntes de pensamento
que salientaram, cada uma, a primazia do comportamento, do afeto e da cognição
na organização e no funcionamento do psiquismo humano. De um lado, esse debate
levou a comunidade científica à percepção de que era necessário algum tipo de
padronização que criasse um campo comum às diferentes correntes de pensamento,
estabelecendo bases para um debate frutífero. Veio daí, como consequência do
desenvolvimento dos serviços de saúde pública e sua necessidade de estatísticas
confiáveis, a ideia de um sistema de classificação diagnóstica unificada, como
a Classificação Internacional de Doenças (CID) e o Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais (DSM). A característica mais típica desse
sistema é uma metodologia descritiva fortemente baseada em evidências empíricas
que busca a neutralidade em relação às teorias etiológicas sobre as doenças, em
boa parte herança da tradição médica, ou, mais especificamente, da
fenomenologia psiquiátrica.
Na
outra vertente, o debate provocou o surgimento de um grande número de escolas
psicoterápicas que se alternaram em visibilidade e prestígio. O século XX
assistiu a um acirrado debate entre as chamadas três forças: psicanálise, behaviorismo
e humanismo. Nas décadas de 60 e 70, tal
debate promoveu um grande desenvolvimento da área, discutindo questões
relativas à teoria psicológica e psicopatológica, especialmente no campo da
teoria da personalidade e das teorias sobre o estatuto e a etiologia da doença
mental, e questões relativas à teoria e prática da psicoterapia, especialmente
quanto à eficácia, alcance e aplicabilidade dos vários modelos teóricos, e
quanto à própria natureza da relação psicoterápica.
O
artigo pode ser encontrado na íntegra em:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932005000200005
GABARITO: CERTO