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Alguém sabe que autor fez essa definição?
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Carol Medeiros, também gostaria de saber porque essa nomenclatura me é nova.
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Acho que é BURKE no livro Uma história social do conhecimento: de Gutemberg a Diderot... mas só encontrei essa citação "Assim como o binômio inovadores–guardiães da tradição é analisado por Burke, no quarto capítulo o autor aproxima-se de sua geografia do conhecimento, discutindo o “lugar do conhecimento: centros e periferias”. Importa aqui a circulação e a cooperação internacional entre essa rede de letrados, e as cidades vão desempenhar importante papel como locais de encontros e troca de informações. Nas palavras do autor trata-se de: “uma distribuição espacial do conhecimento, dos lugares em que o conhecimento foi descoberto, guardado ou elaborado, e também daqueles para os quais era difundido” (p. 56)."
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Localizei no livro Ciência da informação e biblioteconomia: novos conteúdos e espaços de atuação. Marlene de Oliveira (coord.). pág. 33. Essa expressão é usada por Burke (2003) para mapear a produção de conhecimento, notadamente dos séculos XVI, XVII E XVIII. Ele distingue a distribuição espacial do conhecimento desde os locais onde foi produzido, descoberto, guardado até onde era difundido.
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Esta questão trabalha com conceitos das Ciências da
Informação ligados ao mapeamento da
produção de conhecimento.
O enunciado fala de mapeamento de produção de conhecimento
que é a identificação dos atores, meios de publicação, troca de informações,
relatórios de pesquisas em andamento e outros itens e fatores envolvidos nesta
produção.
Esta questão pede do candidato muita atenção e um pouco de
sagacidade na leitura das alternativas.
Vejamos as alternativas A e B. Ambas podem ser imediatamente
descartadas pois se tratam de apenas uma parte do que é citado no enunciado: o
mapeamento da produção de conhecimento. Tanto a difusão quanto a disseminação
são as pontas finais da produção de informação e não compreendem o todo no caso
do mapeamento.
O mesmo vale para a organização e representação do
conhecimento. Ambos os termos estão relacionados a atividades técnicas de
unidades de informação diversas e não ao fluxo que envolve a produção de
conhecimento. A produção precisa acontecer para ser organizada e representada.
Sobra a opção C “geografia do conhecimento" como a
alternativa a ser escolhida. Este termo não é de uso comum na área. Burke e
Dentzien (2003) utilizam o termo para mapear a produção do conhecimento entre
os séculos XVI e XVIII em uma abordagem espacial que vai da produção até a
difusão do conhecimento.
Todavia, ainda que esta expressão não circule com frequência
na literatura da área, o candidato pode identificá-la como correta pela exclusão
das outras quatro opções e pela associação direta entre os termos “mapeamento"
e “geografia"
Gabarito do Professor: Letra C.
Ref: BURKE, Peter; DENTZIEN, Plínio. Uma história social do conhecimento I: de Gutenberg a Diderot. Rio
de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. 241 p. ISBN 9788571107113 (broch.)
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"O tema deste capítulo - seguindo trabalhos recentes sobre a geografia e a história da ciência - é essencialmente uma "distribuição espacial" do conhecimento, dos lugares em que o conhecimento foi descoberto, guardado ou elaborado, e também daqueles para os quais era difundido" (BURKE, 2003, p. 56)
BURKE, Peter. Uma história social do conhecimento: de Gutemberg a Diderot. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. 241 p.
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"As bibliotecas, com a invenção da imprensa, além de expandirem seus acervos, atuavam como sedes de conhecimento, pois naquela época, assim como os cafés e as livrarias, elas se tornaram centros de estudos, lugares de debates entre intelectuais e espaços de sociabilidade de idéias e troca de informações, rompendo seu vínculo único e exclusivo com o silêncio e a leitura. Ainda tratando das sedes de conhecimento, Burke enfatiza a importância de cidades como Veneza, Amsterdã, Sevilha, Paris, Roma e Londres no papel de agências de informação e capitais de conhecimento na Europa. Tais cidades privilegiaram-se nesse período pela quantidade de bibliotecas que possuíam, pela língua de publicação das obras naquele período e, em alguns casos, por aproveitarem-se das atividades portuárias como forma de intercâmbio e “importação” de conhecimento. Em decorrência da crescente demanda social por informações, há uma proliferação dos serviços de informação nas primeiras cidades modernas. Surgem assim os primeiros catálogos, guias e livros de endereços. Passa-se de um conhecimento centralizado à necessidade de seu compartilhamento e distribuição e de descobertas globais, o que fortalece significativamente as traduções e as reproduções de documentos e livros." (CURTY, 2004, p. 142)
Fonte: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/42896