SóProvas


ID
2751193
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
INB
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão.


As anatomias do belo


Ainda polêmico, o corpo livre sempre foi um dos elementos centrais para a produção artística, seja a serviço de padrões de beleza, seja para quebrá-los radicalmente


O corpo sempre esteve presente na arte, durante muito tempo por meio de representações que dizem bastante sobre a cultura de cada época e, também, sobre a maneira como enxergamos cada uma delas. Nas pinturas rupestres, por exemplo, as imagens ilustravam basicamente homens em lutas com animais. Eram quase dicas de sobrevivência. Naquela época, não existiam pretensões estéticas, mas hoje somos capazes de ver equilíbrio nos traços duros de uma realidade crua. Também aprendemos a apreciar as figuras humanas angulosas da Grécia antiga, reflexos de uma sociedade otimista, voltada para uma revolução filosófica e, aí sim, em busca de ideais de beleza.

Entre a violência de um e a harmonia de outro, a história da arte foi construindo o que seria a percepção da beleza através do corpo humano. Trata-se de um conceito largo mesmo, que trafega entre a barbárie e a civilização com uma facilidade enganosa: variações entre esses dois extremos estão no centro da discussão, atualíssima, de como o corpo pode expressar – ou não – o belo na arte.

Ato 1: No dia 19 de novembro de 1971, o artista norte-americano Chris Burden entrou na pequena galeria F Space, em Santa Ana, Califórnia, e se posicionou em frente a uma parede. A uma distância de cerca de quatro metros, seu assistente empunhou um rifle calibre 22 e disparou em sua direção. O plano era que o tiro pegasse de raspão o seu braço esquerdo, fazendo escorrer uma única gota de sangue. Um vermelho singelo e poético. Belo. Mas a bala acabou entrando na pele. No registro da performance, filmada em Super 8, vemos um Chris Burden assustado sair de cena.

Shoot era uma crítica aos tiroteios a que os norte-americanos assistiam diariamente na TV durante a Guerra do Vietnã. Mas foi além e garantiu ao artista um lugar de destaque entre aqueles que exploram os limites entre a arte e a vida, e questionam a repulsa ou a atração que situações extremas causam nas pessoas. Os espectadores podiam interromper o atirador a qualquer momento. Mas, como viria a acontecer outras vezes na arte, testemunharam tudo em silêncio. A possibilidade do sangue derramado se impôs como outro tipo de estética – a de uma beleza que nasce do terrível.


KATO, Gisele. Bravo. Disponível em: <http://bravo.vc/seasons/ s03e02/>. Acesso em: 28 nov. 2017 (Adaptação).

Releia o trecho a seguir.

“Naquela época, não existiam pretensões estéticas, mas hoje somos capazes de ver equilíbrio nos traços duros de uma realidade crua.”

Em relação a essa frase, analise as afirmativas a seguir.

I. A conjunção utilizada nesse trecho indica que o que é dito na segunda oração é uma ressalva do que é dito na primeira.
II. O advérbio e a locução adverbial presentes na frase conferem a ela um aspecto comparativo.
III. Os sujeitos das orações são compostos.

Estão corretas as afirmativas:

Alternativas
Comentários
  • GAB. A

     

    I. A conjunção utilizada nesse trecho indica que o que é dito na segunda oração é uma ressalva do que é dito na primeira. (conjunção mas: ideia de ressalva, adversidade, oposição, contraste) 

    II. O advérbio e a locução adverbial presentes na frase conferem a ela um aspecto comparativo. (naquela época vs hoje: loc adv e adv que expressam relação de tempo). 

    III. Os sujeitos das orações são compostos. (sujeito simples)

  • Primeira oração: não existiam pretensões estéticas- pretensões  (sujeito simples) não existiam.

    Segunda oração: hoje (nós - sujeito simples, oculto ) somos capazes de ver equilibrio.... 

  • SUJ COMPOSTO POSSUI DOIS NÚCLEOS

  • Moisés, então a frase "Os professores vieram para a aula", seria um caso de sujeito composto ao invés de simples?


    Sinceramente, ao meu ver o gabarito teria apenas os itens I e II como corretos.

  • Matheus de Melo, o Moisés está certo. Os sujeitos compostos possuem mais de um núcleo. Mas você vê claramente, porque há a presença de mais de uma palavra. Na frase que você sugeriu, por exemplo, o núcleo é apenas "professores" (logo, sujeito simples).


    Sujeito composto - é representado por mais de um núcleo, como vimos acima. Lembre-se que o sujeito sempre está ligado à ação praticada:


    a) Ana e Leo gostam um do outro. (núcleos: Ana e Leo)

    b) As novelas e propagandas não acrescentam nada à vida. (núcleos: novelas e propagandas)

    c) Eu e ele não queremos você chorando mais! (núcleos: eu e ele)

    d) As uvas, os morangos e os mamões estão maduros demais! (núcleos: uvas, morangos e mamões)

  • Questão mal formulada:

    Deveria ter a alternativa de apenas a letra a) estar correta.

    Vejamos:

    Naquela época, não existiam pretensões estéticas, mas hoje somos capazes de ver equilíbrio nos traços duros de uma realidade crua.

    II - O advérbio e a locução adverbial presentes na frase conferem a ela um aspecto comparativo. 

    Naquela época: em (preposição) + A (artigo) + época (substantivo) = locução adverbial de tempo.

    NÃO = advérbio de negação.

    Hoje = advérbio de tempo.

    III - Os sujeitos das orações são compostos.

    Naquela época, não existiam pretensões estéticas, mas hoje somos capazes de ver equilíbrio nos traços duros de uma realidade crua.

    Vamos identificar os verbos:

    Naquela época, não existiam pretensões estéticas, mas hoje somos capazes de ver equilíbrio nos traços duros de uma realidade crua.

    O que não existe?

    Pretensões estéticas (sujeito simples)

    Pretensões = núcleo do sujeito (substantivo).

    Estéticas = adjunto adnominal (adjetivo).