Gab. Certo
“Os Jardins foram sempre a expressão de um grande refinamento, sem dúvida porque são uma síntese de várias artes.
O material aqui é sublime por ser a própria natureza. O artista não procura vencer a matéria como nas outras artes, mas a natureza, que se desenvolve e se modifica. Vencer ou permitir que ela se expresse na medida certa, numa homenagem diante da criação, mas não demasiado, pois então não haveria mais obra humana nem arte.
Assim, a arte dos jardins consiste na ordenação humana de um material vivo do qual o homem faz parte, e do qual precisa para viver.
Os jardins reúnem necessidades que ele tem de beleza para se elevar e de clorofila para respirar.
Os jardins históricos constituem um conjunto de regras de composição que formam a gramática da profissão. Eles são, para os jardins modernos, aquilo que os autores clássicos: Homero, Shakespeare, Montaigne, ou Goethe, são para as línguas modernas.
Mas na época de lazer que se inicia, eles podem ajudar a dar às massas o senso de valor individual. Estes jardins são a melhor abertura para os valores imprescritíveis da natureza e de todas as artes.
Podemos considerar como jardins históricos os jardins pertencentes ao passado, podendo este passado ser recente.
Os jardins históricos são monumentos vivos que estão intactos ou devem ser restaurados. Mesmo quando intactos, sofreram uma evolução, pois os vegetais vivos se transformam, modificando o aspecto do jardim, com o passar do tempo, de tal modo que raramente se parecem com aquilo que eram originalmente.”
ICOMOS – Jardins et Sites Historiques
De
acordo com a Carta de Florença (1981) que aborda o tema Jardins Históricos,
um
jardim histórico é uma composição arquitetônica vegetal que, do ponto de vista
da história ou da arte, apresenta, um interesse público. Como tal, é considerado
monumento.
Ainda, o jardim histórico é uma composição de arquitetura cujo
material é principalmente vegetal, portanto, vivo e, como tal, perceptível e
renovável. Portanto, um jardim histórico como obra de arte efêmera pode ser
considerado um documento vivo e sua conservação deve estar associada à sua
integridade e autenticidade. De tal forma, intervenções devem prezar pela sua
inteireza. A autenticidade não está presente na matéria (espécies vegetais),
mas na integridade visual sim (PESSOA e FASOLATO, 2018).
FONTE:
PESSOA, Ana; FASOLATO, Douglas. Jardins
históricos: envolvimento, sensibilização e participação da sociedade. Rio de
Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 2018.
Gabarito do Professor: CERTO.
Carta de Florença 1981
Os Jardins Históricos possuem características que devem ser preservadas, como o traçado e a topografia, vegetação, mantendo espécies, volumes, cores, distâncias e alturas, elementos estruturais e/ou decorativos
* Como o Lucas David disse, por se tratar de um bem natural em "desenvolvimento", os jardins sempre se modificam ao longo do tempo