SóProvas


ID
285271
Banca
FUNCAB
Órgão
Prefeitura de Porto Velho - RO
Ano
2009
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A vida após a morte

Muitos cientistas, talvez a maioria, não acreditam em
Deus,muito menos na vida após amorte.Os argumentos não
são fáceis de contestar. Um professor de matemática me
perguntou o que existia de mágico no número 2. "Por que
você não acredita que teremos três ou quatro vidas, cada uma
num estágio superior?" O que faria sentido, disse ele, seriam
o número zero, 1 e infinito. Zero vida seria a morte; uma vida,
aquela que temos; e infinitas vidas, justamente a visão
hinduísta e espírita.
Outro dia, um amigo biólogo me perguntou se eu
gostaria de conviver bilhões de anos ao lado dos ectoplasmas
de macaco, camundongo, besouro e formiga, trilhões de
trilhões de vidas após a morte. "Você vai passar a eternidade
perguntando: 'É você, mamãe?', até finalmente encontrá-la."
Não somos biologicamente tão superiores aos animais como
imaginávamos 2 000 anos atrás. "É uma arrogância humana",
continuou meu amigo biólogo, "achar que só nós merecemos
uma segunda vida."
O cientista Carl Sagan adverte, como muitos outros,
que vida só se tem uma e que devemos aproveitar ao máximo
a que temos. "Carpe diem", ensinava o ator Robin Williams,
"curtam o sexo e o rock and roll." Sociólogos e cientistas
políticos vão argumentar que o céu é um engenhoso truque
das classes religiosas para manter as massas "bem-
comportadas e responsáveis".
Aonde eu quero chegar é que, dependendo de sua
resposta a essa questão, seu comportamento em terra será
criticamente diferente. Resolver essa dúvida religiosa logo no
início da vida adulta é mais importante do que se imagina.
Obviamente, essa questão tem inúmeros ângulos e
dimensões mais completas do que este curto ponto de vista,
mas existe uma dimensão que poucos discutem, o que me
preocupa. Eu, pessoalmente, acredito na vida após a morte.
Acredito que existem até provas científicas compatíveis com
as escrituras religiosas. A genética mostra que você
continuará vivo, depois de sua morte, no DNA de seus filhos.
Seu DNA poderá ser eterno, ele continuará "vivo" em nossa
progênie, nos netos e bisnetos. "Nossa" vida continua;
geração após geração, teremos infinitas vidas, como pregam
os espíritas e os hindus.
Mais interessante ainda, seus genes serão
lentamente misturados, através do casamento de filhos e
netos, com praticamente os de todos os outros seres
humanos da Terra. Seremos lentamente todos irmãos ou
parentes, uma grande irmandade, como rezam muitos textos
místicos e religiosos. Por isso, precisamos ser mais
solidários, fraternos uns com os outros, e perdoar, como
pregam todas as religiões. A pessoa que hoje você está
ajudando ou perseguindo poderá vir a ser o bisavô daquela
moça que vai umdia se casar comseu bisneto.
Seremos todos um, católicos, anglicanos,
protestantes, negros, árabes e judeus, sem guerras religiosas
nem conflitos raciais. É simplesmente uma questão de tempo.
Por isso, temos de adotar um estilo de vida "bem-comportado
e responsável", seguindo preceitos éticos e morais úteis às
novas gerações.
Não há dúvida de que precisaremos curtir mais o dia
a dia, mas nunca à custa de nossos filhos, deixando um
planeta poluído, cheio de dívidas públicas e previdenciárias
para eles pagarem. Estamos deixando um mundo pior para
nós mesmos, são nossos genes que viverão nesse futuro.
Inferno nessa concepção é deixar filhos drogados, sem
valores morais, sem recursos, desempregados, sem uma
profissão útil e social. Se não transmitirmos uma ética robusta
a eles, nosso DNA terá curta duração.
“Estar no céu” significa saber que seus filhos e netos
serão bem-sucedidos, que serão dignos de seu sobrenome,
que carregarão seus genes com orgulho e veneração.
Ninguém precisa ter medo da morte sabendo que seus genes
serão imortais. Assim fica claro qual é um dos principais
objetivos na vida: criar filhos sadios, educá-los antes que
alguém os “eduque” e apoiá-los naquilo que for necessário.
Por isso, as mulheres são psicologicamente mais bem
resolvidas quanto a seu papel no mundo do que os homens,
com exceção das feministas.
Homens que têm mil outros objetivos nunca se
realizam, procurando a imortalidade na academia ou
matando-se uns aos outros. Se você pretende ser imortal,
cuide bem daqueles que continuarão a carregar seu DNA,
com carinho, amor e, principalmente, dedicação.

(Stephen Kanitz, in Veja, 21 de maio de 2008)


No trecho abaixo, as orações introduzidas pelos termos grifados são classificadas, em relação às imediatamente anteriores, como:

“Não há dúvida de que precisaremos curtir mais o dia a dia, mas nunca à custa de nossos filhos...”

Alternativas
Comentários
  • Alternativa D

    Não há dúvida de que precisaremos curtir mais o dia a dia -
    Como podemos distinguir que se trata de um período composto e que este se dá por subordinação? Primeiro: A presença de duas orações ( basta contar os verbos, neste caso o verbo ''há'' e a locução verbal ''precisaremos curtir'' ) isso demonstra que se trata de um período composto. Segundo: separando as duas orações percebemos que estas não possuem sentido completo de forma isolada, também percebemos a conjunção que ( presente na esmagadora maioria das orações subordinadas substantivas ), outro ponto é o fato da conjunçao ''que'' poder ser substituída MENTALMENTE por isso ( dúvida disso ), fator indicativo de oração subordinada substantiva. Terceiro: A segunda oração faz a funçào de complemento nominal da primeira, observe: Não há duvida ( o substantivo abstrato dúvida, irá ser completado ) de que precisaremos curtir... ( note para a preposição antes do ''que'', é a preposição obrigatória em todo complemento nominal) 
  • Segunda parte...

    precisaremos curtir mais o dia a dia, mas nunca à custa de nossos filhos...”
    O período composto estudado, dar-se-á por coordenação, veja que ambas as orações apresentam sentido completo, sendo unidas através de uma conjunção, conjunção considerada adversativa, proporciona um tom de negativa do pensamento. Ex: tudo ia muito bem, mas falhamos. São também conjunçoes adversativas: no entanto, entretanto, porém, todavia, etc.

    Bons estudos!!
  • Amigos, os 2 comentarios estao muito bons, mas me senti na obrigacao de mostrar uma outra forma de matar essa questao de maneira mais rapida que eu usei ok? So' para agregar ao que ja foi dito

    Vamos la':

    1a Oracao:

    Não há dúvida de que precisaremos curtir mais o dia a dia
    Substituindo a oracao por isso mantem o sentido?

    Nao ha' duvida disso.
    SIM

    Entao concluimos que trata-se de uma oracao subordinada. Isso ja restringe nossas opcoes a letra A ou D


    Porem, de cara vemos an primeira oracao que o nuncleo da mesma e' o verbo Ha' , logo, oracao sem sujeito.
    Se e' oracao sem sujeito o complemento desse verbo nao pode ser objeto indireto como proproe a letra A e sim um complemento nominal, conforme a letra D, ja era, da apra matar a questao analisando sintaticament a primeira oracao. Mas para confirmar, o que temos na segunda? Oracao Coordenada sindetica( o sindeto no caso e' a conjuncao mas) adversativa, trazenendo ideia de oposicao `a primeira oracao.

    RESPOSTA CERTA LETRA D
    Espero ter ajudado.
    As vezes ganhar um tempinho em questoes como essas fazem diferenca no final da prova!
  • Dúvida - nesse caso está como substantivo feminino! quem tem dúvida tem dúvida de alguma coisa! COMPLEMENTO NOMINAL!

  • Não se esqueça de identificar o verbo ou o nome diante do pronome substantivo: ISSO, NISSO, DISSO.

    Não há dúvida DISSO [de que precisaremos curtir mais o dia a dia], mas nunca à custa de nossos filhos. DISSO completa o nome dúvida. Completiva nominal

    à custa de nossos filhos é uma consequência + uma preposição adversativa.

  • DICA PARA MATAR A QUESTÃO

    a) O segundo termo da oração, o "mas", é uma conjunção caracteristicamente ADVERSATIVA;

    b) No segundo termo da oração, "de que", verifica-se claramente a presença de uma CONJUNÇÃO INTEGRANTE, que, dentro do contexto, pode ser entendida como "disso";

    c) A confusão poderia surgir nesse momento, pois "se não há dúvida, não há dúvida de algo ou disso". A presença da preposição "de" traz a ideia de que se trata de uma oração subordinada substantiva objetiva indireta. ENTRETANTO, na expressão "não há dúvida" NÃO EXISTE SUJEITO, logo, não há que se falar em objeto indireto.

    Como a palavra "dúvida" é um substantivo abstrato - pois vem do verbo "duvidar" -, temos a situação perfeita para a existência de um COMPLEMENTO NOMINAL, como visto no restante da oração, sendo esta, portanto, uma oração subordinada substantiva completiva nominal;

    OBS: a situação explicada acima seria completamente diferente se existisse um sujeito no início da oração. Ex.:

    Zeppelin não tem dúvida de que precisaremos curtir mais o dia a dia, mas nunca à custa de nossos filhos... (oração subordinada substantiva objetiva indireta, pois "quem não tem dúvida, não tem dúvida DE ALGO");

  • Completiva nominal subs+ Preposição + que