SóProvas


ID
2886472
Banca
IBAM
Órgão
Prefeitura de Santos - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

OS SHORTINHOS E A FALTA DE DIÁLOGO


Li na coluna de Monica Bergamo na Folha da última sexta-feira (5) a reportagem "A crise dos shortinhos no colégio Rio Branco". Trata-se do seguinte: o uniforme dessa escola pede bermudas, mas as garotas querem usar shortinhos, pois não querem ser obrigadas a "sofrer em silêncio com o calor do verão", como afirmam em um abaixo-assinado intitulado "Liberdade aos shortinhos".

Os argumentos das jovens, contidos no texto do abaixo-assinado que li na internet, passam pelas exigências diferentes feitas pela escola aos meninos e às meninas, pela falta de recursos de algumas alunas para comprar uma calça que substituiria o shortinho vetado e pelo desrespeito dos meninos, que não sabem controlar seus hormônios, qualquer que seja a vestimenta das meninas. 

Resumo da história: a direção insiste no uso do uniforme, e as jovens no uso do shortinho. Vale a pena, caro leitor, pensar a respeito desse que seria um conflito que representa muitos outros que ocorrem diariamente em todas as escolas, mas que já nasce como confronto. E quero destacar dois pontos para esta conversa.

Não é incrível que, mesmo depois do movimento de ocupação das escolas públicas de São Paulo e em outros Estados, nossas escolas continuem a ignorar a participação dos alunos, para que eles sintam de forma mais concreta que fazem parte dela? Eles precisam se sentir ativos e participativos na escola, e não somente atender às regras a eles impostas. Aliás, onde há regra, há transgressão, mas parece que as escolas não sabem o que fazer quando as transgressões ocorrem.

O grande receio da instituição escolar é o de ter de atender a todas as demandas do alunado, inclusive as impertinentes. Como a do uso do shortinho, por exemplo. Mas aí cabe discutir, à luz do conhecimento, a informalidade no mundo contemporâneo e os seus limites em ambientes profissionais, por exemplo.

Por que as escolas não discutem o uso do uniforme com seus alunos, já que serão eles que o utilizarão? Algumas poucas escolas já fizeram isso e conseguiram adesão dos alunos que, inclusive, criaram as vestimentas que usam diariamente.

O segundo ponto que quero ressaltar é que a falta de diálogo e de administração de conflitos gera jovens que nem sequer conseguem elaborar argumentos sólidos, coerentes e bem fundamentados para suas idéias.

Faz parte do papel da escola ensinar os jovens a debater, defender pontos de vista, dialogar, argumentar e contra argumentar, mas sempre à luz do conhecimento.

Hoje, porém, os alunos podem falar qualquer bobagem, que famílias e escolas aceitam, não é?

Já testemunhei mães e pais aceitarem como argumento dos filhos para fazer algo com as explicações "porque todo mundo faz" ou "porque está na moda". Já vi mães e professores aceitarem as justificativas mais esfarrapadas dos mais novos para algo que fizeram ou aceitar desculpas deles sem que estes demonstrassem o menor sinal de arrependimento. Falar por falar: é isso o que temos ensinado aos jovens, mas que não deveríamos. 

Precisamos honrar nosso papel de adultos e levar a relação com os mais novos com seriedade, mas sem sisudez. O bom humor no trato com eles é fundamental para que eles não ouçam tudo o que o adulto diz como um sermão, como afirmou a diretora-geral do colégio ao qual a reportagem citada se refere.

Rosely Sayão, jornal Folha de São Paulo, edição de 9/2/16.

Assinale o trecho transcrito no qual conste um vocábulo que deixou de ser acentuado em razão das modificações introduzidas pela recente reforma ortográfica da língua portuguesa.

Alternativas
Comentários
  • De acordo com a norma, o acento agudo (´) deixa de ser usado nos ditongos (encontro entre duas vogais na mesma sílaba) ei e oi das palavras paroxítonas (em que a penúltima sílaba é pronunciada de forma mais forte). Assim, jiboia, paleozoico, asteroide, estreia, diarreia, entre outras, também perderam o acento.

  • e)ideias.

    De acordo com a norma, o acento agudo (´) deixa de ser usado nos ditongos (encontro entre duas vogais na mesma sílaba) ei e oi das palavras paroxítonas (em que a penúltima sílaba é pronunciada de forma mais forte). Assim, jiboia, paleozoico, asteroide, estreia, diarreia, entre outras, também perderam o acento.

  • BIZU:

    REGRA GERAL

    1- OXÍTONAS: terminadas em -a, -e, -o, em (s) ---> acentuam-se

    2- PAROXÍTONAS: terminadas em -a, -e, -o, -em (s), ens ---> não se acentuam (exceção: en)

    3- PROPAROXÍTONAS: acentuam-se TODAS

    4- MONOSSÍLABAS TÔNICAS: terminadas em -a, -e, -o (s) ---> acentuam-se

    REGRA PARTICULAR

    1- DITONGOS ABERTOS: terminados em -ei, -ai ---> (no caso de paroxítonas, não se acentuam); terminandas em -eu --> acentuam-se

    2- HIATOS: terminados em -i,-u, -ee, -oo ---> acentuam -se (ex: saída); (exceção: baiuca, feiura) --> não se acentuam

    3- VERBOS: TER, VIR, CRER, DAR LER E VER (e as demais palavras derivadas desses verbos, como deter, convir, prover) ---> acentuam-se

    4- ACENTO DIFERENCIAL: pôr, pôde, côa, fôrma

    Bons estudos! :D

  • Antes: acentuavam-se todas as palavras que apresentavam os ditongos abertos ÉU, ÉI e ÓI.

    Após a reforma: O acento agudo permanece apenas nas monossílabas e nas oxítonas.

  • Bizu:

    "A plateia perdeu o assento (acento)" >>> Nos ditongos abertos éi e ói das paroxítonas o acento caiu.

    Pla-tei-a

    Col-mei-a

    I-dei-a

    He-roi-co

    Es-trei-a

    ge-lei-a

    ji-boi-a

    joi-a

    a-poi-o (Verbo 'apoiar' conjugado no presente do indicativo)

    Prepare-se para a GLÓRIA!!!

  • A questão em tela versa sobre regra de acentuação gráfica e teremos que indicar qual alternativa a palavra está deixou de receber acento pelo novo acordo ortográfico.  Vejamos alguns conceitos: Na língua portuguesa, a sílaba tônica pode aparecer em três diferentes posições; consequentemente, as palavras podem receber três classificações quanto a esse aspecto:

    → Oxítonas são aquelas cuja sílaba tônica é a última: você, café, jiló…

    ▪Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em a(s), e(s). o(s) e em (ens) e nos ditongos abertos éi(s). éu(s), ói(s): 

    → Paroxítonas são aquelas cuja sílaba tônica é a penúltima: gente, âmbar, éter…

    ▪São as palavras mais numerosas da língua e justamente por isso as que recebem menos acentos. São acentuadas as que terminam em: i, is, us, um, l, n, r, x, ps, ã, ãs, ão, ãos, , ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de s: águas, árduo, pônei…

      Proparoxítonas - são aquelas cuja sílaba tônica é a antepenúltima: lágrima, trânsito…

    ▪São todas acentuadas.

    → Quanto às de apenas uma sílaba, os chamados monossílabos: má, pó, fé…

    ▪São acentuados os terminados em: a, as, e, es, o, os.

    → Acentuam-se o "i" e "u" tônicos quando formam hiato com a vogal anterior, estando eles sozinhos na sílaba ou acompanhados apenas de "s", desde que não sejam seguidos por "-nh". Razão: -i ou -u não estão sozinhos nem acompanhados de -s na sílaba..

    NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO MODIFICOU:

     De acordo com a reforma ortográfica, não se acentuam os ditongos abertos ei e oi nas palavras paroxítonas: assembleia, ideia, boia, heroico. 

     De acordo com a nova reforma ortográfica, não se acentuam as vogais I e u tônicas precedidas de ditongo das palavras paroxítonas: feiura. baiuca. 

     O trema caiu De acordo com a reforma ortográfica, o trema deixou de existir na língua portuguesa. Assim, por exemplo, hoje se grafam: frequente, tranquilo, aguentar, sagui. 

    Vem ou vêm? Tem ou têm? Intervém ou intervêm? 

    1. Os verbos vir e ter na 3, pessoa do plural do presente do indicativo, apesar de serem monossílabos tônicos terminados em -em, recebem o acento circunflexo para diferenciarem-se da 3, pessoa do singular: ele vem - eles vêm ele tem - eles têm :

    2. Não se deve confundir o plural dos verbos citados com o dos verbos crer, ler, ver e dar: ele crê - eles creem ele lê - eles leem ele vê - eles veem ele dê - eles deem.

    Após explanarmos o conteúdo de acentuação acima, ao olharmos cada alternativa, iremos nos deparar somente com a palavra "ideias" que entra nessa regra de perda de acento no novo acordo ortográfico, portanto, gabarito D, visto que apenas está situada nessa alternativa.

    d) "coerentes e bem fundamentados para suas ideias".

    Referência bibliográfica:

    CEREJA, William Roberto. Conecte : gramática reflexiva / William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães - 2. ed. - São Paulo: Saraiva, 2013.

    GABARITO: D

  • Fizeram a gente ler tudo