SóProvas


ID
2904763
Banca
FEPESE
Órgão
DEINFRA - SC
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Ética para quê?


   Essa é uma boa pergunta para quem pensa que está apenas resolvendo um projeto de engenharia, conformando uma solução arquitetônica ou urdindo um plano agronômico. Nisso que chamamos ato de ofício tecnológico aplicamos conhecimento científico, modus operandi, criatividade, observância das normas técnicas e das exigências legais. E onde entra a tal da ética?

   Em geral, os dicionários definem “ética” como um sistema de julgamento de condutas humanas, apreciáveis segundo valores, notadamente os classificáveis em bem e mal. O Dicionário Houaiss traz estes conceitos:


      […] estudo das finalidades últimas, ideais e em alguns casos, transcendentes, que orientam a ação humana para o máximo de harmonia, universalidade, excelência ou perfectibilidade, o que implica a superação de paixões e desejos irrefletidos. Estudo dos fatores concretos (afetivos, sociais etc.) que determinam a conduta humana em geral, estando tal investigação voltada para a consecução de objetivos pragmáticos e utilitários, no interesse do indivíduo e da sociedade.


   Quaisquer que sejam as formas de pensar, ....... preocupação é com a conduta dirigida ........ execução de algo que seja considerado como bom ou mau. É ....... ação produzindo resultados. Resultados sujeitos ....... juízo de valores. Somos dotados de uma capacidade racional de optar, de escolher, de seguir esta ou aquela via. Temos o livre-arbítrio. Somos juízes prévios de nós mesmos.

  Vejamos rapidamente uma metáfora para ....... melhor compreensão deste diferencial de consciência existente entre dois agentes de transformação do meio: a minhoca e o homem. É indubitável que as minhocas agem sobre o meio transformando-o. Reconhecem solos, fazem túneis, condicionam o ar de seus ninhos, constroem abrigos para seus ovos, preveem tempestades e sismos, convertem matéria orgânica em alimento e adubam o caminho por onde passam. São dispositivos sensores sofisticados e admiráveis máquinas de cavar. Tudo isso também é possível de realização pelo homem tecnológico. Fazemos abrigos, meios de transporte, manejamos o solo, produzimos alimento, modelamos matéria e energia, prospectamos e controlamos as coisas ao nosso redor. A diferença é que a minhoca faz isso por instinto e nós profissionais o fazemos por vontade, por arbítrio. A minhoca tem em sua natureza o impulso de agir assim. Nós outros, humanos, o fazemos para acrescentar algo de melhor em nossa condição. A minhoca é um ser natural. Nós somos seres éticos. Para as minhocas não há nem bem nem mal. Apenas seguem seu curso natural. Então, para que ética? Para fazermos exatamente aquilo que fazemos, porém bem feito e para o bem de alguém. Isso não é o bastante, mas já é um bom começo. Um pouco também para nos diferenciarmos das minhocas na nossa faina comum de mudar o mundo.

PUSCH. J. Ética e cultura profissional do engenheiro, do arquiteto e do engenheiro agrônomo. Disponível em:<http://www.crea-pr.org.br/ws/wp-content/uploads/2016/12/caderno08.pdf[Adaptado]

Analise as frases abaixo, retiradas do último parágrafo do texto:


1. [As minhocas] convertem matéria orgânica em alimento e adubam o caminho por onde passam.

2. A diferença é que a minhoca faz isso por instinto e nós profissionais o fazemos por vontade, por arbítrio.

3. Para fazermos exatamente aquilo que fazemos, porém bem feito e para o bem de alguém.


Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) com relação às frases.


( ) Em 1, “em alimento” funciona como objeto indireto do verbo converter.

( ) Em 1, “por onde” pode ser substituído por “pelo qual” sem prejuízo de significado e sem desvio da norma culta da língua escrita.

( ) Em 1 e 2, a conjunção “e” liga orações sintaticamente coordenadas e, em ambos os casos, o valor semântico é de contraste de informações.

( ) Em 3, a palavra “bem” funciona como adjunto adverbial de modo nas duas ocorrências.

( ) Em 3, “que fazemos” é uma oração subordinada adjetiva explicativa.


Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.

Alternativas
Comentários
  • Raciocinei dessa forma:

    F1: o valor semântico do "e" é de adição, e não adversativo. Acho que a segunda oração é subordinada, e a primeira é coordenada (e a oração principal) já que o "o" (presente na segunda oração) é um pronome anafórico.

    F2: o segundo "bem" funciona como substantivo (vide o uso do artigo, que tem função substantivadora)

    F3: "que fazemos" é oração subordinada adjetiva restritiva.

  • “em alimento” funciona como objeto indireto do verbo converter. V

    “por onde” pode ser substituído por “pelo qual” sem prejuízo de significado e sem desvio da norma culta da língua escrita. V

  • Estão corretas apenas as assertivas I e II:

     

    I) "converter" é VTDI e adimite OD e OI "As minhocas convertem matéria orgânica em alimento."

                                                                SUJEITO         VTDI            OD                    OI

     

    II) tanto "onde" e "qual" são pronomes relativos (regidos pela preposição "por") e a substituição de um pelo outro não traria prejuízo semântico. Somente "cujo" (e variações) é um pronome relativo que não pode ser substuído por outro.

     

    Vejamos os erros das demai assertivas:

     

    III) em ambos a conjunção “e” liga orações sintaticamente coordenadas, mas somente em 2 o valor semântico é de contraste de informações. Em 1, o valor semântico é de adição;

     

    IV)  a palavra “bem” funciona como adjunto adverbial de modo apenas na primeira ocorrência "bem feito", pois na segunda ocorrência, o advérbio "bem" aparece substantivado pelo artigo definido " .. para o bem ... " sofrendo derivação imprópria e assumindo caráter substantivo e somente advérbios exercem função de adjunto adverbial;

     

    V) “que fazemos” é uma oração subordinada adjetiva restritiva; (sem vírgula)

     

    Quem escolheu a busca não pode recusar a travessia - Guimarães Rosa

    ------------------- 

    Gabarito: A

  • Gabarito B

    Tive dificuldade em algumas alternativas mas consegui resolver.

    Uma hora vai!

  • a-

    (V) quem converte, converte algo em ALGUMA COISA

    (V) "onde” & "qual” sao pronomes retomando o subst "caminhos"

    (F) 1° caso é adicao mesmo

    (F) "o bem" nao pode ser adverbio

  • 1. [As minhocas] convertem (VTDI) matéria orgânica (OD) em alimento (OI) e (conjunção coordenativa com sentido de adição) adubam o caminho por onde/pelo qual passam.

    2. A diferença é que a minhoca faz isso por instinto e (conjunção coordenativa com sentido de contraste) nós profissionais o fazemos por vontade, por arbítrio.

    3. Para fazermos exatamente aquilo que fazemos (oração subordinada adjetiva restritiva), porém bem (advérbio) feito e para o bem (substantivo abstrato) de alguém.

    (V) Em 1, “em alimento” funciona como objeto indireto do verbo converter.

    (V) Em 1, “por onde” pode ser substituído por “pelo qual” sem prejuízo de significado e sem desvio da norma culta da língua escrita.

    (F) Em 1 e 2, a conjunção “e” liga orações sintaticamente coordenadas e, em ambos os casos, o valor semântico é de contraste de informações.

    (F) Em 3, a palavra “bem” funciona como adjunto adverbial de modo nas duas ocorrências.

    (F) Em 3, “que fazemos” é uma oração subordinada adjetiva explicativa.

  • DEAP/SC