SóProvas


ID
3043807
Banca
IBFC
Órgão
IDAM
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia com atenção a história mítica “La Loba” escrita por Clarissa Pinkola Estés, com tradução de Waldéa Barcellos, para responder a questão.


      La Loba (Adaptado)


      Existe uma velha que vive num lugar oculto de que todos sabem, mas que poucos já viram. Como nos contos de fadas da Europa oriental, ela parece esperar que cheguem até ali pessoas que se perderam, que estão vagueando ou à procura de algo.

      Ela é circunspecta, quase sempre cabeluda e invariavelmente gorda, e demonstra especialmente querer evitar a maioria das pessoas. Ela sabe crocitar e cacarejar, apresentando geralmente mais sons animais do que humanos. (...)

      O único trabalho de La Loba é o de recolher ossos. Sabe-se que ela recolhe e conserva especialmente o que corre o risco de se perder para o mundo. Sua caverna é cheia dos ossos de todos os tipos de criaturas do deserto: o veado, a cascavel, o corvo. Dizem, porém, que sua especialidade reside nos lobos.

      Ela se arrasta sorrateira e esquadrinha as montanhas (...), leitos secos de rios, à procura de ossos de lobos e, quando consegue reunir um esqueleto inteiro, quando o último osso está no lugar e a bela escultura branca da criatura está disposta à sua frente, ela senta junto ao fogo e pensa na canção que irá cantar.

      Quando se decide, ela se levanta e aproxima-se da criatura, ergue seus braços sobre o esqueleto e começa a cantar. É aí que os ossos das costelas e das pernas do lobo começam a se forrar de carne, e que a criatura começa a se cobrir de pelos. La Loba canta um pouco mais, e uma proporção maior da criatura ganha vida. Seu rabo forma uma curva para cima, forte e desgrenhado.

      La Loba canta mais, e a criatura-lobo começa a respirar. E La Loba ainda canta, com tanta intensidade que o chão do deserto estremece, e enquanto canta, o lobo abre os olhos, dá um salto e sai correndo pelo desfiladeiro.

      Em algum ponto da corrida, quer pela velocidade, por atravessar um rio respingando água, quer pela incidência de um raio de sol ou de luar sobre seu flanco, o lobo de repente é transformado numa mulher que ri e corre livre na direção do horizonte.

      Por isso, diz-se que, se você estiver perambulando pelo deserto, por volta do pôr-do-sol, e quem sabe esteja um pouco perdido, cansado, sem dúvida você tem sorte, porque La Loba pode simpatizar com você e lhe ensinar algo — algo da alma.

(Fonte: ESTÉS, Clarissa Pinkola. Mulheres que correm com os lobos. Mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem. Tradução Waldéa Barcellos. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1994, pg. 43-44.)

De acordo com o texto e a Norma Culta da Língua Portuguesa, assinale a alternativa correta:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    A) No trecho “e a bela escultura branca da criatura está disposta à sua frente”, o acento grave é facultativo no termo destacado. → correto, antes de pronome possessivo substantivo feminino o uso de artigo "a" é facultativo, logo a crase será facultativa

    B) No trecho “Por isso, diz-se que, se você estiver perambulando pelo deserto”, as palavras destacadas desempenham mesma função sintática”. → incorreto, temos uma partícula apassivadora e uma conjunção subordinativa condicional, sem função sintática.

    C) Nos trechos “quando o último osso”, “quer pela incidência” e “um rio respingando água”, as palavras destacadas recebem acento gráfico devido à mesma regra gramatical. → incorreto, respectivamente: proparoxítona e as duas últimas são paroxítonas.

    D) No trecho “Sabe-se que ela recolhe e conserva especialmente o que corre o risco de se perder para o mundo”, as palavras destacadas têm a mesma classificação morfológica. → incorreto, o primeiro termo é uma conjunção integrante (ISSO), o segundo é um pronome relativo (retoma o pronome demonstrativo "o" → equivale a "aquilo": o/aquilo que).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺

  • Gab: A

    A) CORRETA - É facultativa a crase diante de pronome possessivo feminino;

    B) INCORRETA - Temos respectivamente o "se" como partícula apassivadora, e "se" como conjunção subordinativa condicional;

    C) INCORRETA - Temos respectivamente: proparoxítona e as duas últimas são paroxítonas terminadas em ditongo;

    D) INCORRETA - O primeiro termo trata-se de uma conjunção integrante (o Bizu é procurar substitui-lo por "isso", se der certo, é uma CI) e o segundo, por retomar um termo é um pronome relativo.

  • "ACENTO GRAVE" ? Ora, isso é um ACENTO AGUDO! QUESTÃO QUE DEVERIA SER ANULADA.

  • Davi Balsas,VOCÊ TEM Hipóxia cerebral ??

     Diante de pronome possessivo feminino:

    Observação: é facultativo o uso da crase diante de pronomes possessivos femininos porque é facultativo o uso do artigo. Observe:

    Minha avó tem setenta anos.

    A minha avó tem setenta anos.

    Minha irmã está esperando por você.

    A minha irmã está esperando por você.

    Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de pronomes possessivos femininos, então podemos escrever as frases abaixo das seguintes formas:

    Cedi o lugar minha avó.

    Cedi o lugar à minha avó.

    Cedi o lugar meu avô.

    Cedi o lugar ao meu avô.

    Diga a sua irmã que estou esperando por ela.

    Diga à sua irmã que estou esperando por ela.

    Diga a seu irmão que estou esperando por ele.

    Diga ao seu irmão que estou esperando por ele.

  • A partícula ‘se’ pode ser apassivadora, índice de indeterminação do sujeito, pronome reflexivo e conjunção subordinativa. Essas são algumas das funções da partícula Se.>>>>>>> Primeiro vamos aos exemplos em que a partícula Se funciona como conjunção:

    a) Conjunção subordinativa integrante: a conjunção introduz orações subordinadas substantivas. Como no exemplo: Quero saber se ela virá à festa.

    b) Conjunção subordinativa condicional: introduz orações subordinadas adverbiais condicionais. Veja: Deixe um recado se você não me encontrar. c) Como conjunção subordinativa condicional: introduz orações subordinadas adverbiais condicionais.

    Ex: Deixe um recado se você não me encontrar.

    E agora os casos que a partícula Se funciona como um pronome:

    1) Pronome reflexivo: funciona como objeto direto, objeto indireto e sujeito do infinitivo. Como podemos ver em: A criança machucou-se. (objeto direto)

    2) Partícula apassivadora: quando se liga a verbos transitivos diretos com a intenção de apassivá-los. Veja o exemplo: Contaram-se histórias estranhas.

    3) Índice de indeterminação do sujeito: quando se liga a verbos preposicionados com o papel de indeterminar o sujeito, como no exemplo: Discorda-se do fato.

    d) Partícula expletiva: não desempenha nenhuma função sintática ao se associar a verbos. Confira na frase: Ele acabou de sentar-se.

    5) Partícula integrante do verbo: ligada a verbos pronominais.

    Exemplo: Ela não cansa de queixar-se.

  • {QUE } CONJUNÇÃO INTEGRANTE OU PRONOME RELATIVO ? SE LIGA NOS EXEMPLOS

    É necessário que você venha ao meu encontro. 

    Temos aqui um período composto, o qual se constitui de duas orações: uma principal – “é necessário”, e outra subordinada – “que você venha ao meu encontro”. 

    Ao fazermos aquela famosa pergunta ao verbo, temos: o que é necessário? Que você venha ao meu encontro. 

    O termo em destaque, portanto, funciona como o sujeito do verbo em questão (no caso, o verbo ser). Assim, por meio de tais indícios, constatamos que a segunda oração se revela como uma oração subordinada substantiva subjetiva

    Para descobrir se se trata de uma conjunção integrante (que) é só analisar que antes dele não há um substantivo (haja vista que “necessário” é a palavra que o antecede). Portanto, ele não faz o papel de substituto de nenhum termo. 

    Conclusão: nesse caso, o “que” se classifica como uma conjunção integrante, pois introduz uma oração subordinada substantiva (subjetiva). 

    Partamos para outro enunciado: 

    As palavras que foram rispidamente proferidas causaram aborrecimentos. 

    Novamente nos deparamos com um período composto: constituído por uma oração principal – “as palavras causaram aborrecimentos”, e uma oração subordinada adjetiva restritiva – “que foram rispidamente proferidas”

    Instiga-nos o seguinte questionamento: o “que”, dessa vez, será pronome relativo ou conjunção integrante? 

    É simples, basta analisar que antes dele há um substantivo (no caso, “as palavras”), e que ele faz a função de substituí-lo. Assim, de modo a tornar ainda mais prática nossa discussão: o pronome “que” pode perfeitamente ser substituído por “as quais”, ou seja: 

    As palavras as quais foram rispidamente proferidas causaram aborrecimentos. 

    Eis aí a conclusão: nesse caso, o “que” atua como pronome relativo. 

  • No trecho “e a bela escultura branca da criatura está disposta à sua [Pron. Possessivo] frente”, o acento grave é facultativo no termo destacado.

    Casos Facultativos:

    1. Antes de Pron. Possessivos femininos, no singular, que não submete palavras. [Meu, Minha, Tua, Seu, Sua, Nosso, Vosso];

    2. Depois da proposição Até;

    3. Antes de nome preposição feminina. 

  • à sua = facultativo = pronome possessivo feminino

    #RUMOAPMBA

  • ATÉ SUA MARIA

  • O trocado por AQUILO tem que ser DEMONSTRATIVO se por QUE vier seguido esse que é RELATIVO

  • A) OK, crase facultativa

    B) Particula apassivadora e após a vírgula, inicia-se uma or. sub. adv. condicional

    C) As duas primeiras são paroxítonas e são acentuadas obrigatoriamente. Água não sei, mas sai pela regra das paroxítonas.

    D) O primeiro "que" é conjunção integrante, o segundo não achei com certeza, mas deve ser pronome relativo.

  • Cantem comigo:

    Diante possessivo, feminino e singular, crase facultativa vai ficar!

  • GABARITO A

  • Helder Andrade, creio que houve um equívoco em seu comentário. Vc provavelmente está confundindo as regras das paroxítonas com as proparoxítonas.

    "C) As duas primeiras são paroxítonas e são acentuadas obrigatoriamente. Água não sei, mas sai pela regra das paroxítonas".

    último - proparoxítona

    incidência - paroxitona terminada em ditongo ou proparoxítona acidental, a depender da banca

    água - paroxítona terminnada em ditongo.

    Acho que é isso.

  • A. Antes de pronome possessivos femininos, crase é opcional. CORRETO

    ► Segue as regras de crase facultativa:

    • Antes dos pronomes possessivos femininos minha, tua, nossa etc.: Nesses casos, o uso do artigo antes do pronome é opcional.

    Exemplo:

     "Eu devo respostas à minha professora" pode ser facultado por "eu devo respostas a minha professora".

    • Antes de substantivos femininos próprios: Vale lembrar que, antes de nomes próprios femininos, o uso da crase é opcional, até porque o artigo antes do nome não é obrigatório. Exemplo: "José fez um convite à Mari". José fez um convite a Mari.

    • Depois da preposição até. Ex: Foi até a porta - foi até à porta.

    Fonte:

    Fonte: https://www.acheconcursos.com.br/artigo/crase-regras-de-quando-usar

  • facultativo pronome possessivo feminino:minha, sua, nossa.

  • Cadê o comentário do arthur? kkkkkkk

  • Gabarito Letra A - A crase se deu antes de pronome possesivo FEMININO( minha(s), sua(s), tua(s) ) - Para esse caso especificamente, a crase é opcional/facultativa.

  • LETRA A

    A)No trecho “e a bela escultura branca da criatura está disposta à sua frente”, o acento grave é facultativo no termo destacado.(CORRETO) - A crase é facultativa diante de pronomes possessivos

    B)No trecho “Por isso, diz-se que, se você estiver perambulando pelo deserto”, as palavras destacadas desempenham mesma função sintática”.(ERRADO) - 1° pronome oblíquo átono e 2° conjunção condicional

    C)Nos trechos “quando o último osso”, “quer pela incidência” e “um rio respingando água”, as palavras destacadas recebem acento gráfico devido à mesma regra gramatical.(ERRADO) - último= proparoxítona, incidência= paroxítona terminada em ditongo, água= paroxítona terminada em ditongo.

    D)No trecho “Sabe-se que ela recolhe e conserva especialmente o que corre o risco de se perder para o mundo”, as palavras destacadas têm a mesma classificação morfológica.(ERRADO) - 1° conjunção integrante(=isso) e 2° pronome relativo

  • diante de pronome possessivo o acento grave é opcional

  • Fiquei na dúvida. Nesse contexto da questão, acento grave e crase têm a mesma classificação?

  • Obg Géssika.

  • crase facultativa :

    • antes de pronomes possessivos femininos
    • diante de nomes próprios femininos (exceto sagrados e históricos=proibido)
    • após preposição até