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ID
3063403
Banca
SELECON
Órgão
Prefeitura de Campo Grande - MS
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I

Inteligência cultural

   É ponto pacífico que os seres humanos são dotados de capacidades cognitivas superiores em relação aos símios, seus parentes mais próximos na evolução. Basta lembrara linguagem, o simbolismo matemático e o raciocínio científico, para citar apenas algumas. Tudo indica que essa superioridade esteja relacionada ao grande cérebro que temos, três vezes maior que o dos chimpanzés, e dotado também de três vezes mais neurônios.

   A questão central é saber de que modo a estrutura do cérebro e suas estratégias funcionais adquiriram capacidades cognitivas tão poderosas e únicas entre os seres vivos. A natureza teria nos dotado especificamente de uma capacidade superior - a cognição social.

  Uma hipótese bem aceita é a da ‘inteligência geral’. Dizem os seus adeptos que os cérebros maiores permitiram realizarmos operações cognitivas de todo tipo, com maior eficiência que outras espécies. Teríamos maior memória, aprendizagem mais rápida, percepção mais ágil (inclusive do estado mental de outras pessoas), planejamento de longo prazo. Dotado dessas potencialidades genéricas, o ambiente faria a diferenciação individual, lapidando cada um diferentemente do outro.

 O antropólogo M. Tomasello, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, na Alemanha, defende a hipótese da ‘inteligência cultural’, cuja premissa é que a natureza nos dotou especificamente de uma capacidade superior - a cognição social - que nos oferece um grau elevado de cooperação interindividual, e a construção de redes sociais nunca conseguida pelos símios ou qualquer outra espécie, mesmo aquelas que apresentam uma organização populacional que se pode chamar de social. Outras capacidades humanas seriam semelhantes às dos símios, apenas potencializadas pela cultura e a vida em sociedade.

  Se a hipótese da ‘inteligência cultural’ for verdadeira, existiría uma idade em humanos, durante o seu desenvolvimento precoce (antes que a cultura os influencie fortemente), em que a cognição física (relações de espaço, quantidade e causalidade entre fenômenos) seria semelhante à dos grandes símios. Nessa mesma idade, porém, a previsão é que a nossa cognição social seja nitidamente superior à dos chimpanzés e orangotangos.

 Os resultados obtidos pela equipe de Tomasello comprovaram a sua hipótese da ‘inteligência cultural’. Nos testes de cognição física, as crianças e os chimpanzés não diferiram estatisticamente, mas ambos tiveram desempenho melhor que os orangotangos. Nos testes de cognição social, entretanto, as crianças mostraram-se muito superiores aos símios que, por sua vez, não diferiram entre si.

  Tudo indica, então, que a cultura e a vida social representam capacidades cognitivas que nascem conosco, possivelmente derivadas do nosso grande cérebro povoado por quase 90 bilhões de neurônios. Possivelmente, a aquisição dessa capacidade social se deu em algum momento entre um e dois milhões de anos atrás, quando a evolução foi selecionando cérebros dotados de mais que os 40 bilhões estimados para os australopitecos, nossos ancestrais africanos.

  O processo seletivo continuou até chegar ao gênero Homo, que gradualmente atingiu os nossos atuais 90 bilhões e adquiriu novas capacidades: a comunicação entre indivíduos por meio da linguagem, a aprendizagem social de regras de conduta coletiva voltadas para a cooperação, a percepção do estado mental dos outros e de suas intenções e emoções (‘teoria da mente’) e o planejamento de ações futuras de longo prazo.

  Assim, nascemos propensos à cooperação social: essa é a nossa força. Provavelmente, os poucos genes que nos diferenciam dos chimpanzés são responsáveis pelos circuitos neurais que coordenam as funções relacionadas à vida social. Sua expressão, entretanto, deve ser modulada pela sociedade que nós próprios construímos.

Roberto Lent

Instituto de Ciências Biomédicas

Universidade Federal do Rio de Janeiro

(Adaptado de: http://cienciahoie.org.br/coluna/inteliqencia-cultural/)

Considerando o trecho, responda a questão:

“Se a hipótese da ‘inteligência cultural’ for verdadeira, existiria uma idade em humanos, durante o seu desenvolvimento precoce” (5º parágrafo).

A palavra “se” apresenta o mesmo valor de:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    → “Se a hipótese da ‘inteligência cultural’ for verdadeira, existiria uma idade em humanos, durante o seu desenvolvimento precoce” (5º parágrafo).

    → temos uma conjunção subordinativa condicional, a única alternativa condicional é a letra "c", expressando uma condicionalidade para que algo ocorra.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • A partícula SE introduz uma condição que é o mesmo valor expresso pela partícula CASO.

    GABARITO. C

  • GABARITO C

    Principais conjunções condicionais. SE, CASO, SEM QUE, EXCETO SE, A MENOS QUE (...)

    bons estudos.

  • Caso, de caso eu estude pouco, continuarei na lama.

  • contanto que é conjunção condicional, por que não pode ser essa alternativa?

  • CONTANTO QUE também expressa valor condicional. Essa questão vai ser anulada.

  • Fácil de matar essa conjunção subordinativa adverbial pelo fato do verbo "existir" estar no Futuro Do Pretérito. Pois como o nosso colega, Leandro Cunha, citou abaixo, a locução "contanto que" é uma conjunção subordinada condicional, porém a mesma não aceita verbos no futuro do pretérito, mas, sim, no pretérito imperfeito do subjuntivo ou no presente do subjuntivo. Por isso a questão é, sim, de longe a alternativa C.

  • Para usarmos "contando que" precisaríamos alterar as estruturas das palavras na frase.
  • GABARITO: LETRA C

    TIPOS DE SE

    CONJUNÇÃO = Une orações dentro de um mesmo período

    Conjunção Condicional: *Sugere ideia de condição

    *Apresenta Verbo no Subjetivo

    *Valor de Caso ( Oração Subordinada Adverbial Condicional)

    Conjunção Causal: *Sugere ideia de Causa

    *Apresenta Verbo no Indicativo

    *Valor de Como/Já que

    *Conjunção Subordinativa Adverbial

  • Questão passível de anulação. Apesar de a expressão Contanto que não ser adequada ao verbo da oração , mas o enunciado refere-se somente ao valor das conjunções, e não ao uso adequado ao contexto.

  • Conjunção Condicional:

  • “Se a hipótese da ‘inteligência cultural’ for verdadeira..."

    "Contanto que... fosse"

  • Gabarito: C

    “Se a hipótese da ‘inteligência cultural’ for verdadeira, existiria uma idade em humanos, durante o seu desenvolvimento precoce” (5º parágrafo).

    Trecho que introduz uma oração subordinativa condicional, essa expressa uma condição sob a qual realiza ou não a ação indicada pelo verbo lá na oração principal. Exemplos de conjunções e locuções condicionais: se, caso, desde que, contanto que, sem que (= se não), entre outras...

    E de acordo com as assertivas a única opção é: caso.

    Foco, força e fé!a menos que, salvo se, etc...a menos que, salvo se, etc...a menos que, salvo se, etc...

  • Gab C

    Conjunções Subordinativas Condicionais:

    Se

    Caso

    Contanto que

    a menos que

    sem que

    salvo

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  • Note que a palavra "SE" é condicional, ou seja, impõe uma condição para a ocorrência do fato. Desse modo, pode ser substituído por "caso". Infelizmente é uma questão de decoreba de conjunções.

  • Arthur, (contanto que) também é uma conjunção condicional. Portanto, a questão tem 2 respostas possíveis.

    Conjunções Condicionais: CASO, CONTANTO QUE, DESDE QUE, SEM QUE, SALVO SE, A MENOS QUE, EXCETO SE, etc.

  • Essa foi p/ não zerar :)

  • Creio que há duas respostas que podem estar corretas, pois tanto se substituísse por "caso", bem como por "contanto que" deveria ter modificação no verbo e, também, ambas as conjunções possuem valor de hipótese

  • SE = ACASO!