SóProvas


ID
3083977
Banca
VUNESP
Órgão
UNICAMP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                      Página infeliz


      O mercado editorial no Brasil nunca pareceu tão próximo de uma catástrofe – com as duas principais redes de livrarias do país, Saraiva e Cultura, em uma crise profunda, reduzindo o número de lojas e com dívidas que parecem sem fim.

      Líder do mercado, a Saraiva, que já acumula atrasos de pagamentos a editores nos últimos anos, anunciou nesta semana o fechamento de 20 lojas. Em nota, a rede afirma que a medida tem a ver com “desafios econômicos e operacionais”, além de uma mudança na “dinâmica do varejo”.

      Na semana anterior, a Livraria Cultura entrou em recuperação judicial. No pedido à Justiça, a rede afirma acumular prejuízos nos últimos quatro anos, ter custos que só crescem e vendas menores. Mesmo assim, diz a petição enviada ao juiz, não teria aumentado seus preços.

      O enrosco da Cultura está explicado aí. Diante da crise, a empresa passou a pegar dinheiro emprestado com os bancos – o tamanho da dívida é de R$ 63 milhões.

      Com os atrasos nos pagamentos das duas redes, editoras já promoveram uma série de demissões ao longo dos últimos dois anos.

      O cenário de derrocada, contudo, parece estar em descompasso com os números de vendas. Desde o começo do ano, os dados compilados pela Nielsen, empresa de pesquisa de mercado, levantados a pedido do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, mostravam que o meio livreiro vinha dando sinais de melhoras pela primeira vez, desde o início da recessão econômica que abala o país.

      Simone Paulino, da Nós, editora independente de São Paulo, enxerga um descompasso entre as vendas em alta e a crise. Nas palavras dela, “um paradoxo assustador.” A editora nunca vendeu tanto na Cultura quanto nesses últimos seis meses”, diz. E é justamente nesse período que eles não têm sido pagos.

      “O modelo de produção do livro é muito complicado. Você investe desde a compra do direito autoral ou tradução e vai investindo ao longo de todo o processo. Na hora que você deveria receber, esse dinheiro não volta”, diz Paulino.

      “Os grandes grupos têm uma estrutura de advogados que vão ter estratégia para tentar receber. E para os pequenos? O que vai acontecer?”

      Mas há uma esperança para os editores do país: o preço fixo do livro. Diante do cenário de crise, a maior parte dos editores aposta em uma carta tirada da manga no apagar das luzes do atual governo – a criação, no país, do preço fixo do livro – norma a ser implantada por medida provisória – nos moldes de boa parte de países europeus, como França e Alemanha.

      Os editores se inspiram no pujante mercado europeu. Por lá, o preço fixo existe desde 1837, quando a Dinamarca criou a sua lei limitando descontos, abolida só em 2001. A crença é a de que a crise atual é em parte causada pela guerra de preço. Unificar o valor de capa permitiria um florescimento das livrarias independentes, uma vez que elas competiriam de forma mais justa com as grandes redes.

                                                                  (Folha de S. Paulo, 03.11.2018. Adaptado)

Assinale a alternativa em que as duas primeiras barras da frase devem ser substituídas por vírgulas, e a terceira, por dois-pontos.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    → apenas com as duas primeiras barras já matamos a questão:

    A) Na tentativa de recuperar, o mercado livreiro os editores se inspiram no mercado europeu para adotar lei criada/ na Dinamarca/ a fixação do preço fixo do livro. → recuperar alguma coisa (o mercado livreiro), separou o complemento de seu verbo, incorreto.

    B) Na tentativa de recuperar o mercado livreiro os editores, se inspiram no mercado europeu/ para adotar lei criada na Dinamarca/ a fixação do preço fixo do livro. → quem se inspirou (os editores → sujeito), sujeito separado de seu verbo, vírgula inadequada.

    C) Na tentativa de recuperar o mercado livreiro os editores, se inspiram no mercado europeu para adotar/ lei criada na Dinamarca/ a fixação do preço fixo do livro. → quem se inspirou (os editores → sujeito), sujeito separado de seu verbo, vírgula inadequada.

    D) Na tentativa de recuperar o mercado livreiro, os editores se inspiram no mercado europeu, para adotar lei criada na Dinamarca: a fixação do preço fixo do livro.

    E) Na tentativa, de recuperar o mercado livreiro os editores se inspiram/ no mercado europeu para adotar lei criada na Dinamarca/ a fixação do preço fixo do livro. → tentativa de alguma coisa (complemento nominal), separou o complemento de seu nome, vírgula inadequada.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺

  • Assertiva D

    SU VE CA

    SUJ ,VER, COM, AD

  • Para quem não entendeu o comentário zuado do @Eduardo Henrique, ele quis dizer a ordem direta da oração.

    Sujeito, Verbo, Complemento, Advérbio.

    Sendo que, se o advébio estiver na ordem direta da oração, a vírgula será facultativa. Se o advérbio estiver intercalado e ter 3 ou mais palavras, a vírgula será obrigatória, caso contrário, facultativa.

    ʕ•́ᴥ•̀ʔっ INSS 2020/21.

  • Não há resposta para essa questão. Mesmo na alternativa D, o gabarito assestado pela banca, a substituição da segunda barra por vírgula NÃO É OBRIGATÓRIA, e sim opcional. A redação do enunciado incorre em erro ao insinuar que é obrigatório o uso da vírgula.

    "Na tentativa de recuperar o mercado livreiro / os editores se inspiram no mercado europeu / para adotar lei criada na Dinamarca/ a fixação do preço fixo do livro."

    Note que o segmento "para adotar lei criada na Dinamarca" é uma oração adverbial posicionada em ordem direta. A inserção da vírgula é prescindível, consoante lição de Maria Tereza Piacentini em seu livro "Só Vírgula - Método Fácil em 20 Lições". Não há nenhuma obrigatoriedade, tal como o enunciado estimula considerar.

  • A banca deu a questão.

    Letra D

    Adjunto adverbial deslocado > na tentativa de recuperar os mercados livreiros.

    Sujeito + verbo + adjunto adverbial de lugar >

    1 os editores

    2 se inspiram

    3 no mercado europeu.

    Finalidade: para adotar lei criada na Dinamarca

    Explicação: fixação de preço.

    Frase na ordem direta:

    Os editores se inspiram no mercado interno, a fixação de preço, para adotar a lei criada na Dinamarca, na tentativa de recuperar os preços dos livreiros.

    PM/BA 2019. Lute, guerrilheiro.