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ID
3193564
Banca
FCC
Órgão
Câmara de Fortaleza - CE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Considere o texto abaixo para responder a questão. 


         No livro A velhice, Simone de Beauvoir não apresenta muitas alternativas para construir um olhar positivo sobre a última fase da vida. Ela tem como propósito fundamental denunciar a conspiração do silêncio e revelar como a sociedade trata os velhos: eles costumam ser desprezados e estigmatizados. Apesar de ter consciência de que são inúmeros os problemas relacionados ao processo de envelhecimento, quero compreender se existe algum caminho para chegar à última fase da vida de uma maneira mais plena e mais feliz. Encontro na própria Simone de Beauvoir a resposta para esta questão. Ela sugere, nas entrelinhas de A velhice, um possível caminho para a construção de uma “bela velhice”: o projeto de vida.

       No Brasil temos vários exemplos de “belos velhos”: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Ney Mato grosso, Chico Buarque, Marieta Severo, Rita Lee, entre outros. Duvido que alguém consiga enxergar neles, que já chegaram ou estão chegando aos 70 anos, um retrato negativo do envelhecimento. São típicos exemplos de pessoas chamadas “sem idade”.

       Fazem parte de uma geração que não aceitará o imperativo “Seja um velho!” ou qualquer outro rótulo que sempre contestaram. São de uma geração que transformou comportamentos e valores de homens e mulheres, que inventou diferentes arranjos amorosos e que legitimou novas formas de família. Esses “belos velhos” inventaram um lugar especial no mundo e se reinventam permanentemente. Continuam cantando, dançando, criando, amando, brincando, trabalhando, transgredindo tabus. Não se aposentaram de si mesmos, recusaram as regras que os obrigariam a se comportar como velhos. Não se tornaram invisíveis, infelizes, deprimidos. Eles, como tantos outros “belos velhos”, rejeitam estereótipos e dão novos significados ao envelhecimento. Como diz a música de Arnaldo Antunes, “Somos o que somos: inclassificáveis”.

       Desde muito cedo, somos livres para fazer escolhas. “A liberdade é o que você faz com o que a vida fez com você”. Esta máxima existencialista é fundamental para compreender a construção de um projeto de vida. O projeto de cada indivíduo pode ser traçado desde a infância, mas também pode ser construído ou modificado nas diferentes fases da vida, pois a ênfase existencialista se coloca no exercício permanente da liberdade de escolha e da responsabilidade individual na construção de um projeto de vida que dê significado às nossas existências até os últimos dias.  

(Adaptado de: GOLDENBERG, Mirian. A bela velhice. Record. edição digital) 

Considerado o contexto, afirma-se corretamente:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra A

    -> Como diz a música de Arnaldo Antunes“Somos o que somos” (3º parágrafo), expressa noção de conformidade.

    Conforme diz a música de Arnaldo Antunes [...]

  • A)   CORRETA A oração subordinada em Como diz a música de Arnaldo Antunes“Somos o que somos” (3º parágrafo), expressa noção de conformidade.

    B)   ERRADA O conectivo que coordena as orações Esses “belos velhos” inventaram um lugar especial no mundo e se reinventam permanentemente (3º parágrafo) tem valor ADITIVO.

    C)  ERRADA Com prejuízo do sentido, uma vírgula pode ser inserida imediatamente após “geração” em São de uma geração que transformou comportamentos e valores de homens e mulheres (3º parágrafo). A virgula não gera nenhum erro gramatical, mas uma mudança na coesão, alterando o sentido.

    D)  ERRADA  Em Elescomo tantos outros “belos velhos”rejeitam estereótipos (3º parágrafo) o segmento isolado por vírgulas expressa noção de CONFORMIDADE.

    E)  ERRADA No segundo parágrafo, o sinal de dois-pontos introduz uma ENUMERAÇÃO.

    LETRA A

  • Na D é conformidade não... está dando uma ideia de comparação! Sempre analisar cada caso, não basta apenas decorar conjunção!