LETRA B
No trabalho, o uso de álcool pode ser considerado como um dos diversos meios utilizados pelas pessoas para fazer frente ao estresse. No entanto, essa é uma estratégia útil apenas a curto prazo, pois este comportamento pode converter-se, com o tempo, em um hábito cada vez menos deliberado e cada vez mais compulsivo, acarretando conseqüências negativas para a saúde, para as relações sociais, e para o desempenho nas atividades laborativas (Kalimo e Mejman in Kalimo, ElBatawi e Cooper, 1988). Para Dejours, em sua contribuição da psicopatologia do trabalho, o consumo de álcool pode ser promovido ao status de defesa coletiva contra o sofrimento, e isso está indissociável da profissão. O consumo de álcool pode ser uma confrontação com a organização do trabalho por parte dos trabalhadores. Essas atitudes coletivas e profissionais podem ser resposta às organizações do trabalho, uma vez que implicam em riscos importantes à integridade corporal do trabalhador, e, por conseguinte, geram tensões psíquicas particulares (Vaissman, 2004)
Resumindo, os fatores de risco ligados ao trabalho podem ser inerentes à especificidade da ocupação. Às condições em que o trabalho é efetuado, ao tipo de agentes estressores e como eles atuam física e psicologicamente no trabalhador. E, por outro lado, existem as características e a vulnerabilidade da personalidade diante do ambiente de trabalho que favorecerão ou não o uso abusivo.
FONTE: http://www.prac.ufpb.br/anais/IXEnex/extensao/documentos/anais/6.SAUDE/6PRACPEX01.pdf