SóProvas


ID
3322987
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de Uberaba - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão.


O homem que sabe


Para Anatol Rosenfeld, a concretização de muitas ideias kantianas apenas esboçadas coube a Schiller, especialmente no domínio da estética.

O homem, pensa Friedrich Schiller, é determinado pelas forças da natureza e, na grande maioria das vezes, perde para ela. A única liberdade humana consiste em não se deixar escravizar, o que implica exercer o senso moral por meio da linguagem e do pensamento. A capacidade humana de criar valores representa o domínio próprio do homem; eles são o modo humano de se contrapor à natureza, por isso não derivam da necessidade, mas da liberdade. É por “claro saber e livre decisão” que o homem troca o estatuto de independência, no estado natural, pelo do contrato, no estado moral.

No entanto, esta contraposição entre a natureza de um lado e o homem de outro se compõe com um combate que pode aniquilar o homem, porque gera uma luta sem fim. Somente o senso estético, ele diz, como um terceiro caráter, pode fazer a ponte entre estes dois domínios; é ele que desfaz esta polaridade, porque aproxima o que a razão afasta. Se a razão teórica precisa decompor, separar, o senso estético se caracteriza por compor, aproximar. O senso estético existe para reunir o que a razão teve de separar.

Enquanto apenas luta contra a natureza, por meio do conhecimento que fragmenta o mundo tentando conhecê-lo ou dominá-lo, o homem perde, porque, em última instância, é sempre finito, mortal. Mas ele pode, auxiliado pelo senso estético, não lutar contra o mundo, o que implica em não fragmentá-lo, mas se ver inserido nele e, fortalecido pelo sentimento de pertencimento, tornar-se capaz de lidar com as perdas. A faculdade do juízo, diz Kant, é a capacidade de pensar o particular contido no universal, por isso somente ela é capaz de desfazer a unidade fictícia e provisória do sujeito particular, reinserindo-o na totalidade que o sustenta e alimenta. É a sua consciência individual, ou seja, é o saber de si como provisório que o faz sofrer. Quando o homem se sente inserido no todo, o sofrimento particular perde importância e ele, então, não sucumbe e vence a natureza, não pela força, mas pelo puro exercício da liberdade moral, que fortalece, amplia, alarga a alma.

[...]

MOSÉ, Viviane. O homem que sabe. In: ARRAIS, Rafael.

Schiller e a dimensão estética. Textos para reflexão. Disponível em: 

<http://zip.net/bnsbWn>. Acesso em: 13 out. 2015 (Adaptação).

Releia o trecho a seguir.


“A capacidade humana de criar valores representa o domínio próprio do homem; eles são o modo humano de se contrapor à natureza, por isso não derivam da necessidade, mas da liberdade.”


Com base nesse trecho, analise as afirmativas a seguir.

I. O pronome “eles” refere-se aos valores humanos.

II. A locução “por isso” possui valor semântico conclusivo.

III. “Mas” é uma conjunção adversativa.

IV. Os valores são frutos da liberdade humana.


Segundo a norma padrão, estão CORRETAS as afirmativas:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    ? Todos itens corretos:

    ?A capacidade humana de criar valores representa o domínio próprio do homem; eles são o modo humano de se contrapor à natureza, por isso não derivam da necessidade, mas da liberdade.?

    I. O pronome ?eles? refere-se aos valores humanos ? correto, pronome pessoal do caso reto usado para que repetições sejam evitadas, retoma o termo "valores humanos".

    II. A locução ?por isso? possui valor semântico conclusivo ? correto, locução conjuntiva coordenativa conclusiva.

    III. ?Mas? é uma conjunção adversativa ? correto, conjunção coordenativa adversativa, ela traz valor semântico de oposição, contraposição.

    IV. Os valores são frutos da liberdade humana ? correto, conforme o trecho, eles derivam da liberdade, ou seja, são frutos dela.

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • A meu ver o pronome "eles" não retoma "valores humanos", mas tão somente "valores".

    “A capacidade humana de criar valores representa o domínio próprio do homem; os valores humanos são o modo humano de se contrapor à natureza, por isso não derivam da necessidade, mas da liberdade.”

    “A capacidade humana de criar valores representa o domínio próprio do homem; os valores são o modo humano de se contrapor à natureza, por isso não derivam da necessidade, mas da liberdade.”