SóProvas


ID
3342745
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de Lagoa Santa - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O tal movimento antivacina

A polêmica

Numa época em que se tornaram rotina os debates acalorados e polarizados em redes sociais, o tema vacinação tem ganhado cada vez mais destaque no Brasil, principalmente após a recente decisão do Ministério da Saúde de prorrogar a campanha contra a influenza, devido à baixa adesão.

Chama atenção o perfil das pessoas que estão optando por não se vacinar ou por não vacinar seus filhos: a maioria tem ensino superior completo, se considera bem informada sobre assuntos relacionados à saúde, e acredita que boas condições sanitárias e alimentares a protege suficientemente das doenças infecciosas.

O Conselho Federal de Medicina (Brasil), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (EUA),e a Organização Mundial de Saúde são algumas das organizações que emitiram comunicados se posicionando contra movimentos antivacina e alertando sobre potenciais consequências de baixas coberturas vacinais.

Quem decide não se vacinar usa como argumento o princípio bioético da autonomia, pelo qual as pessoas têm o direito de decidir (e de terem suas escolhas respeitadas) sobre questões relacionadas a seus corpos e suas vidas. O contraponto dos representantes da área da saúde é o de que uma escolha individual não poderia implicar num dano coletivo, uma vez que a baixa cobertura vacinal compromete o efeito chamado de imunidade de grupo: quando a vacinação em massa de uma comunidade interrompe a cadeia do processo infeccioso, protegendo inclusive quem não foi ou não pode ser vacinado.

É relevante lembrar que nem toda vacina provoca imunidade de grupo, há várias com efeitos apenas individuais, dentre elas a do tétano, coqueluche, difteria e raiva. Cabe ressaltar também a importância de analisar todos os aspectos envolvidos em cada surto de doença infecciosa imunoprevenível: campanhas vacinais que não contemplam adequadamente populações marginalizadas e vulneráveis, bem como o efeito de vacinas que não se sustenta ao longo dos anos estão relacionados a vários dos surtos recentes.

[...]

Teorias da conspiração

O famoso estudo publicado na revista Science, que concluía que o aumento dos casos de autismo tinha relação com vacinação – e que é exaustivamente citado em sites – não se mostrou verdadeiro. Bem como, até o momento, não há comprovação científica de métodos fitoterápicos ou homeopáticos com resposta imunológica protetora que substitua a vacinal.

Como qualquer intervenção medicamentosa, vacinas não são 100% seguras nem 100% eficazes. Toda ação em saúde deve ser pautada pelos princípios da beneficência e da não maleficência, de modo a maximizar o benefício e minimizar o dano de uma intervenção. É essencial que seja socialmente acordado quando e como serão tolerados os danos objetivando um determinado benefício, e que esses acordos sociais sejam repactuados ao longo dos anos.

Numa conjuntura em que já presenciamos sucessivos exemplos de grandes corporações cometendo crimes motivadas por lucro, bem como de práticas controversas de governos visando o controle de seus cidadãos, é compreensível e até positivo que intervenções populacionais em saúde suscitem questionamentos e sofram de falta de legitimidade.

O que devemos exigir como cidadãos é uma vacinação ética: baseada em pesquisas científicas que não supradimensionem eficácia, fiscalizada por um sistema de vigilância farmacológica que não permita a subnotificação de efeitos adversos, e com transparência na divulgação de políticas sobre autorização, compra e inclusão de vacinas em calendários nacionais.

DUQUE, Mariana. “O tal movimento antivacina”. In: Revista

Fórum. 4 jul 2017. Disponível em: <https://www.revistaforum.

com.br/o-tal-movimento-antivacina/>. Acesso em: 9 nov. 2018

(Adaptação).


Releia o segundo parágrafo do texto, disponível a seguir.

“Chama atenção o perfil das pessoas que estão optando por não se vacinar ou por não vacinar seus filhos: a maioria tem ensino superior completo, se considera bem informada sobre assuntos relacionados à saúde, e acredita que boas condições sanitárias e alimentares a protege suficientemente das doenças infecciosas.”

Em relação à norma-padrão da língua portuguesa, é correto afirmar:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    ? A concordância verbal em ?a maioria [...] acredita que boas condições sanitárias e alimentares a protege? não está de acordo com a norma-padrão.

    ? O correto seria "protegem" (=concordando com o núcleo do sujeito "condições").

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • ERREI POR ACHAR MUITO VISÍVEL ESSE "ERRO"

  • A palavra “sanitária” é acentuada segundo as regras de acentuação das palavras oxítonas.

    Não entendi. Não seria palavras paroxítonas? Obrigado !

  • Felipe Cavalheiro, a pergunta pede a CORRETA, logo só pode ser a C. Fique atento, pois essa banca adora trocar CORRETO por INCORRETO nas perguntas.

  • A . ERRADA. PRÓCLISE OBRIGATÓRIA - NÃO SE -- ADVÉRBIO SÃO ATRATIVOS DE PRONOME; 

    B . ERRADA. QUEM SE RELACIONA SE RELACIONA A ALGUMA COISA. RELACIONA A QUE? À SAÚDE , substantivo feminino, logo temos crase.

    C . CORRETO. O CERTO É PROTEGEM.

    D . ERRADA. REGRA: PAROXÍTONA TERMINADA EM DITONGO.

    Qualquer erro me avisem.

    Bons estudos.

  • Gostaria de saber o porquê da alternativa "A" está errada?

    Com o verbo no infinitivo impessoal, a colocação pronominal será sempre facultativa , isto é, poderá usar próclise ou ênclise, mesmo se tiver palavra atrativa.

    O verbo VACINAR está no infinitivo impessoal.

    Alguém me ajuda?

  • A letra A não está errada! Logo, dois gabaritos corretos. Questão passível de anulação!

  • A questão aborda vários assuntos; crase, colocação pronominal , acentuação, concordância verbal e crase. O comando da questão quer a que atenda às normas padrões da gramática portuguesa.

    a) A banca assim como muitas não aceitou o uso facultativo da colocação do pronome perante ao verbo no infinitivo diante de atrativo de próclise (não se vacinar). Incorreta.

    b) A alternativa erra ao dizer que o uso da crase está incorreto diante de "saúde". Não há nenhum impedimento, posto que o verbo relacionar exige a preposição "a" e o substantivo feminino saúde aceita o artigo "a". Incorreta.

    c) Realmente como afirma a explicação da própria alternativa, a norma padrão está em desacordo. Temos um erro de concordância verbal, pois o verbo "proteger" deveria estar no plural concordando com o sujeito que também se encontra no plural(boas condições). Correta.

    d) A palavra "sanitária" é acentuada pela regra da paroxítona terminada em ditongo.Incorreta.

    GABARITO C

  • Indo por eliminação da para acertar

  • Sobre a letra C, eu pedi ajuda ao meu professor do Estratégia, Felipe Luccas, e ele me deu a seguinte resposta: "Como não temos um determinante (Ex. a maioria [das PESSSOAS]), o verbo fica no singular mesmo "acredita", ou seja, concordando com o termo "maioria" (singular). Por outro lado, temos uma oração subordinada e, "dentro" dela, temos um núcleo no plural "boas CONDIÇÕES sanitárias e alimentares", ou seja, o verbo deve ficar no plural "protegem"."

    Espero que tirem proveito, pois eu achei interessante.