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ID
3446686
Banca
COMPERVE
Órgão
TJ-RN
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O texto abaixo servirá de base para a questão. 


Futuro exige homem multidisciplinar para driblar automatismo do algoritmo


                                                                                                          Jacqueline Lafloufa


É muito raro que algoritmos, sequências de códigos que executam uma função automaticamente, saibam lidar com o que foge ao padrão ou é inesperado. "Existe a chance de que o viés dos algoritmos nos leve a tratar as pessoas de forma injusta", destaca o relatório de tendências 2019 da Fjord, braço da consultoria Accenture. O alerta já tinha sido dado por Cathy O'Neil em 2016, quando ela defendeu, em seu livro "Armas de Destruição Matemática", que opiniões e estereótipos costumam estar embutidos nos algoritmos. Um caso famoso de algoritmo estereotipado foi o reconhecimento facial errôneo do Google Photos, descoberto por Jacky Alciné em 2015, que reparou que seus amigos negros estavam sendo identificados como "gorilas" em suas fotos. O Google se desculpou alegando que a tecnologia de etiquetamento de imagens ainda não era perfeita, mas até o ano passado o problema continuava não resolvido, e muitas faces negras ainda não são identificadas na plataforma.


Será que, se houvesse desenvolvedores ou bases de dados mais diversas, um erro tão terrível como esse teria acontecido? Talvez não. Gustavo Abreu, designer de conteúdo e líder de inclusão e diversidade da Fjord, afirma que uma solução possível é trazer o diferente para dentro dos times. "Não tem como pedir a um homem branco e hétero ser menos enviesado. Precisamos pensar, ao recrutar ou formar uma equipe, qual é o problema e quem vamos colocar para resolvê-lo", analisa. Segundo Abreu, essa inclusão deve ser além da demográfica (que considera gênero, faixa etária ou classe socioeconômica), abrangendo também a diversidade cognitiva (jeitos de pensar) e experiencial (experiências anteriores).


Diante da pressão pública por mais diversidade nas corporações, grandes empresas como Amazon, Google e Facebook apostaram na indicação de executivos ou equipes dedicadas a garantir a inclusão e a diversidade. "É lidando com a diversidade, com a pluralidade cultural, rompendo a matriz colonialista, eurocêntrica, branca e ocidental dos currículos, que vamos solucionar questões que não são parte do repertório ocidentalizado das disciplinas", opina Carlota Boto, professora de Filosofia da Educação na USP (Universidade de São Paulo), que vê o surgimento de um movimento contrário à divisão disciplinar do século 18. "Para ser capaz de responder problemas contemporâneos, vivemos um movimento de entrelaçamento das diferentes áreas", explica, apontando que a capacidade interdisciplinar passará a ser cada vez mais desejada pelo mercado de trabalho.


Mais do que colocar um app na rua, desenvolvedores estão sendo pressionados a pensar nos impactos que suas inovações vão trazer. Em apresentação no festival SXSW, Jesus Ramos, especialista em aprendizado de máquina, comentou sobre o dilema que enfrentou ao publicar o app Revisa Mi Grieta, capaz de identificar se uma trinca em um edifício apontava danos na estrutura. "Um falso positivo levaria uma família a buscar assistência sem necessidade, enquanto um falso negativo poderia manter pessoas em um edifício condenado", resumiu. A experiência fez com que ele detectasse a necessidade de incluir, nos processos, profissionais de outras áreas ou disciplinas. "Nosso time hoje conta não apenas com matemáticos e programadores mas também engenheiros e filósofos", ressaltou.


As inovações futuras também precisarão de perfis diversos trabalhando juntos em prol de uma solução, como é o caso da impressão 4D, que cria materiais capazes de se transformar em outros formatos. Os grupos de estudo da área costumam reunir profissionais de diversas áreas, conforme o material que tentam transformar. "Mesclamos engenharia de materiais, ciência da computação, design e práticas artísticas. Os profissionais que atuam conosco são multifacetados, com conhecimento da sua área de especialidade , mas também sabem se comunicar no 'idioma' de outros campos", detalhou Lining Yao, da Universidade Carnegie Mellon, uma das pioneiras da impressão 4D no mundo.


No fim das contas, não é como se todos os profissionais fossem precisar se tornar programadores ou engenheiros de materiais, mas será preciso estar aberto a interagir e compreender as recomendações dos profissionais de diferentes especialidades, como a moda e a gastronomia. "A parte mais difícil é conseguir um bom equilíbrio entre a profundidade e a amplitude desse conhecimento", complementa Yao. Reunir gente tão diferente em uma mesma sala em busca de soluções é uma tarefa que precisa de habilidade na gestão das diversidades. "Haverá cada vez menos espaço para individualismos, porque as competências técnica s deixam de ser predominantes, dando lugar à sabedoria dos grupos multidisciplinares com colaboração e apoio mútuo", analisa Glaucy Bocci, diretora de talentos da consultoria Willis Towers Watson. 


Disponível em: https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2019/08/20/futuro-multidisciplinar-exige-tolerancia-no-mercado-de-trabalho.htm. Acesso em: 27 jan. 2020. [Adaptado]

A leitura do texto permite inferir que

Alternativas
Comentários
  • A explicação para as falhas no reconhecimento de faces negras pode estar relacionada à falta de diversidade nas corporações.

    Linhas 07 e 08:

    Será que, se houvesse desenvolvedores ou bases de dados mais diversas, um erro tão terrível como esse teria acontecido? Talvez não. Gustavo Abreu, designer de conteúdo e líder de inclusão e diversidade da Fjord, afirma que uma solução possível é trazer o diferente para dentro dos times.

    Gabarito, letra D.

  • Por que a letra A está errada,?

  • GABARITO D de Diversidade

    SEGUNDO PARAGRAFO

    Será que, se houvesse desenvolvedores ou bases de dados mais diversas, um erro tão terrível como esse teria acontecido ? Talvez não. Gustavo Abreu, designer de conteúdo e líder de inclusão e diversidade da Fjord, afirma que uma solução possível é trazer o diferente para dentro dos times.

  • A) é recomendável que as empresas de tecnologia foquem a inclusão demográfica no momento de estruturar suas equipes de trabalho.

    (...) Diante da pressão pública por mais diversidade nas corporações, grandes empresas como Amazon, Google e Facebook apostaram na indicação de executivos ou equipes dedicadas a garantir a inclusão e a diversidade. (..)

    B) a preocupação com a formação das equipes de trabalho deve eliminar antigos desafios de gestão enfrentados pelas corporações.

    A inclusão e a diversidade não são temas que estão presente somente na atualidade, todavia enfrentamos desde tempos antigos..

    Mesma lógica...

    C) é certo que a adoção de políticas de diversidade elimina a ocorrência de erros no reconhecimento facial de pessoas negras.

    (...) Será que, se houvesse desenvolvedores ou bases de dados mais diversas, um erro tão terrível como esse teria acontecido? Talvez não. Gustavo Abreu (...)

    Sucesso,Bons estudos, Nãodesista!

  • Um absurdo alguém cobrar em uma prova a interpretação de um texto desse tamanho. Melhor é pular e deixar para o final se houver tempo.

    Perder tempo com um texto LIXO desse e gigantesco.

  • Texto horrível. Tinha q ser da UOL

  • Nessa Galeano,

    Veja que o texto diz que a inclusão demográfica se refere basicamente ao gênero, faixa etária ou classe socioeconômica, quando na verdade a inclusão deve ser outra totalmente diferente, baseada em experiências, novas formas de pensar, etc. Portanto o gabarito não pode ser a letra A, já que as empresas de hoje devem pensar de diferentes vertentes. Ou seja, as equipes das empresas precisam ter pessoas com experiências de vida e pensamentos diferentes e não o que é considerado como padrão.

    Abraço e bons estudos!

  • Adendo referente a ALTERNATIVA A:

    "Segundo Abreu, essa inclusão deve ser além da demográfica (que considera gênero, faixa etária ou classe socioeconômica), abrangendo também a diversidade cognitiva (jeitos de pensar) e experiencial (experiências anteriores)".

    Pelo trecho entende-se que não é só focar na inclusão demográfica como pede a alternativa A, mas também é preciso focar na diversidade cognitiva e experiencial.

  • Será que, se houvesse desenvolvedores ou bases de dados mais diversas, um erro tão terrível como esse teria acontecido? Talvez não. Gustavo Abreu, designer de conteúdo e líder de inclusão e diversidade da Fjord, afirma que uma solução possível é trazer o diferente para dentro dos times. "Não tem como pedir a um homem branco e hétero ser menos enviesado. Precisamos pensar, ao recrutar ou formar uma equipe, qual é o problema e quem vamos colocar para resolvê-lo", analisa. Segundo Abreu, essa inclusão deve ser além da demográfica (que considera gênero, faixa etária ou classe socioeconômica), abrangendo também a diversidade cognitiva (jeitos de pensar) e experiencial (experiências anteriores).

    D -a explicação para as falhas no reconhecimento de faces negras pode estar relacionada à falta de diversidade nas corporações.

  • Falou em bancas de universidades federais eu já sei que vão colocar sempre os mesmos assuntos nos textos... O cérebro já queimou uns 200 fusíveis na resolução da prova e a banca de quebra vem martelar com textos densos e gigantescos que dizem sempre mais do mesmo.

    Negócio chato da p.....

  • a)ERRADO, é recomendável que as empresas de tecnologia foquem a inclusão demográfica no momento de estruturar suas equipes de trabalho.

    R: Segundo Abreu, essa inclusão deve ser além da demográfica (que considera gênero, faixa etária ou classe socioeconômica), abrangendo também a diversidade cognitiva (jeitos de pensar) e experiencial (experiências anteriores).

    b)ERRADO, a preocupação com a formação das equipes de trabalho deve eliminar antigos desafios de gestão enfrentados pelas corporações.

    R: Na verdade, possa ser até que essa dificuldade aumente!! "Reunir gente tão diferente em uma mesma sala em busca de soluções é uma tarefa que precisa de habilidade na gestão das diversidades(...)".

    c)ERRADO, é certo que a adoção de políticas de diversidade elimina a ocorrência de erros no reconhecimento facial de pessoas negras.

    R: B e C se complementam, não temos um certo ou errado, temos algumas diretrizes que podem solucionar problemas atuais.

    d)CORRETO, a explicação para as falhas no reconhecimento de faces negras pode estar relacionada à falta de diversidade nas corporações.

    R: "(...)Gustavo Abreu, designer de conteúdo e líder de inclusão e diversidade da Fjord, afirma que uma solução possível é trazer o diferente para dentro dos times(...)"