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ID
3446701
Banca
COMPERVE
Órgão
TJ-RN
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O texto abaixo servirá de base para a questão. 


Futuro exige homem multidisciplinar para driblar automatismo do algoritmo


                                                                                                          Jacqueline Lafloufa


É muito raro que algoritmos, sequências de códigos que executam uma função automaticamente, saibam lidar com o que foge ao padrão ou é inesperado. "Existe a chance de que o viés dos algoritmos nos leve a tratar as pessoas de forma injusta", destaca o relatório de tendências 2019 da Fjord, braço da consultoria Accenture. O alerta já tinha sido dado por Cathy O'Neil em 2016, quando ela defendeu, em seu livro "Armas de Destruição Matemática", que opiniões e estereótipos costumam estar embutidos nos algoritmos. Um caso famoso de algoritmo estereotipado foi o reconhecimento facial errôneo do Google Photos, descoberto por Jacky Alciné em 2015, que reparou que seus amigos negros estavam sendo identificados como "gorilas" em suas fotos. O Google se desculpou alegando que a tecnologia de etiquetamento de imagens ainda não era perfeita, mas até o ano passado o problema continuava não resolvido, e muitas faces negras ainda não são identificadas na plataforma.


Será que, se houvesse desenvolvedores ou bases de dados mais diversas, um erro tão terrível como esse teria acontecido? Talvez não. Gustavo Abreu, designer de conteúdo e líder de inclusão e diversidade da Fjord, afirma que uma solução possível é trazer o diferente para dentro dos times. "Não tem como pedir a um homem branco e hétero ser menos enviesado. Precisamos pensar, ao recrutar ou formar uma equipe, qual é o problema e quem vamos colocar para resolvê-lo", analisa. Segundo Abreu, essa inclusão deve ser além da demográfica (que considera gênero, faixa etária ou classe socioeconômica), abrangendo também a diversidade cognitiva (jeitos de pensar) e experiencial (experiências anteriores).


Diante da pressão pública por mais diversidade nas corporações, grandes empresas como Amazon, Google e Facebook apostaram na indicação de executivos ou equipes dedicadas a garantir a inclusão e a diversidade. "É lidando com a diversidade, com a pluralidade cultural, rompendo a matriz colonialista, eurocêntrica, branca e ocidental dos currículos, que vamos solucionar questões que não são parte do repertório ocidentalizado das disciplinas", opina Carlota Boto, professora de Filosofia da Educação na USP (Universidade de São Paulo), que vê o surgimento de um movimento contrário à divisão disciplinar do século 18. "Para ser capaz de responder problemas contemporâneos, vivemos um movimento de entrelaçamento das diferentes áreas", explica, apontando que a capacidade interdisciplinar passará a ser cada vez mais desejada pelo mercado de trabalho.


Mais do que colocar um app na rua, desenvolvedores estão sendo pressionados a pensar nos impactos que suas inovações vão trazer. Em apresentação no festival SXSW, Jesus Ramos, especialista em aprendizado de máquina, comentou sobre o dilema que enfrentou ao publicar o app Revisa Mi Grieta, capaz de identificar se uma trinca em um edifício apontava danos na estrutura. "Um falso positivo levaria uma família a buscar assistência sem necessidade, enquanto um falso negativo poderia manter pessoas em um edifício condenado", resumiu. A experiência fez com que ele detectasse a necessidade de incluir, nos processos, profissionais de outras áreas ou disciplinas. "Nosso time hoje conta não apenas com matemáticos e programadores mas também engenheiros e filósofos", ressaltou.


As inovações futuras também precisarão de perfis diversos trabalhando juntos em prol de uma solução, como é o caso da impressão 4D, que cria materiais capazes de se transformar em outros formatos. Os grupos de estudo da área costumam reunir profissionais de diversas áreas, conforme o material que tentam transformar. "Mesclamos engenharia de materiais, ciência da computação, design e práticas artísticas. Os profissionais que atuam conosco são multifacetados, com conhecimento da sua área de especialidade , mas também sabem se comunicar no 'idioma' de outros campos", detalhou Lining Yao, da Universidade Carnegie Mellon, uma das pioneiras da impressão 4D no mundo.


No fim das contas, não é como se todos os profissionais fossem precisar se tornar programadores ou engenheiros de materiais, mas será preciso estar aberto a interagir e compreender as recomendações dos profissionais de diferentes especialidades, como a moda e a gastronomia. "A parte mais difícil é conseguir um bom equilíbrio entre a profundidade e a amplitude desse conhecimento", complementa Yao. Reunir gente tão diferente em uma mesma sala em busca de soluções é uma tarefa que precisa de habilidade na gestão das diversidades. "Haverá cada vez menos espaço para individualismos, porque as competências técnica s deixam de ser predominantes, dando lugar à sabedoria dos grupos multidisciplinares com colaboração e apoio mútuo", analisa Glaucy Bocci, diretora de talentos da consultoria Willis Towers Watson. 


Disponível em: https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2019/08/20/futuro-multidisciplinar-exige-tolerancia-no-mercado-de-trabalho.htm. Acesso em: 27 jan. 2020. [Adaptado]

Para responder à questão, considere o excerto transcrito abaixo.


“É lidando[1] com a diversidade, com a pluralidade cultural, rompendo a matriz colonialista, eurocêntrica, branca e ocidental dos currículos, que vamos solucionar questões que[2] não são parte do repertório ocidentalizado das disciplinas ” opina Carlota Boto, professora de Filosofia da Educação na USP (Universidade de São Paulo), que vê o surgimento de um movimento contrário à divisão disciplinar do século 18.


O elemento linguístico [2] funciona como

Alternativas
Comentários
  • questões que[2] não são parte do repertório ocidentalizado das disciplinas

    questões as quais não são parte do repertório ocidentalizado das disciplinas

    Que - retoma questões funcionando como pronome relativo na função de sujeito, por isso não há preposição.

  • GABARITO: LETRA C

    ? que vamos solucionar questões que[2] não são parte do repertório ocidentalizado das disciplinas [...].

    ? Temos um pronome relativo que retoma o substantivo "questões", ele pode ser substituído por "as quais" (=dá início a uma oração subordinada adjetiva restritiva).

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!!? 

  • MACETE --> USO DO QUÊ

    Conjunção Integrante x Pronome relativo

    Conjunção integrante = Troque o "que" por "isso"

    Ex = O homem queria dizer que ele não é mais professor. --> O homem queria dizer "isso"

    --> Conjunção integrante --> SEMPRE orações subordinadas substantivas !!!

    Pronome relativo = Troque o "que" por "o qual (is)"

    Ex da assertiva = "... que vamos solucionar questões que[2] não são parte do repertório ... " --> as quais vamos solucionar.

    --> Pronome relativo --> SEMPRE orações subordinadas adjetivas !!!

    Foco na missão guerreiros, mais um dia de estudo é menos um dia para a sua nomeação !

  • A partícula que ou nome que será pronome relativo quando puder ser substituída por (o qual ,a qual ,os quais, as quais ) retomando um termo anterior.

  • direto e como uma "bala", rs.

    questões que[2] não são parte do repertório ocidentalizado das disciplinas 

    A)

    Quando o maluco vier com este papo vc só precisa fazer uma diferenciação rápida..

    que= isto/isso= Conjunção integrante

    que= qual(ais) = pronome relativo..

    vem comigo... as questões que[2]  questões as quais/ não são parte do repertório

    B)

    tenha algumas coisa em mente quando se fala em cujas...

     substitui nomes de pessoas, animais e coisas desde que expressem ideia de posse. Esse pronome sempre concorda com o substantivo posterior a ele. Não pode haver artigo entre o pronome cujo e o substantivo com o qual ele concorda..

    1) Depois do pronome cujo só pode aparecer substantivo. Estão erradas as frases: Ela é a mulher cuja ninguém conhece.

    (Agnaldo Martino,268)

    D)

    Na mesma lógica..não é conjunção integrante pq trocamos por qual(ais) além disso, na predicativa é imperiosa a presença de um verbo de ligação..exemplo: O ideal é / que nos tornemos amigos.

    Sucesso, Bons estuos, Nãodesista!

  • o   Gabarito: C.

    .

    Pronome Relativo

    - Retoma um substantivo ou um pronome substantivo antecedente.

    - Pode ser substituído por outro pronome relativo, como "o/os/a/as qual/is".

    - Ex: Achei o livro que você procura.

    .

    No caso em tela, temos "que" retomando a palavra questões. Podemos, portanto, substituí-lo por "as quais", concordando com "questões".

  • Que como pronome relativo introduz orações subordinadas adjetivas.

    Pode ser substituído por "o qual".

    Depois de verbo nunca haverá pronome relativo. Assim, todo "que" que aprece depois de verbo será conjunção integrante.

    Todo "que" depois de algum substantivo será pronome relativo.

    Outro macete que é:

    a) se puder trocar o "QUE" por "O QUAL/AS QUAIS" é pronome relativo.

    b) se puder trocar o "QUE" por "ISSO" é conjunção integrante.

  • GABARITO: LETRA C

    Que é um pronome relativo quando:

    -substitui um substantivo, evitando a sua repetição;

    -estabelece uma relação com o substantivo que substitui;

    -aparece após o substantivo que substitui;

    -pode ser substituído por o qual, a qual, os quais ou as quais.

    Exemplos de que como pronome relativo:

    -A professora que queríamos contratar recusou a oferta.

    -Os meninos que foram encontrados na mata estavam perdidos.

    -Já acabei de ler o livro que você me emprestou.

    -Está aqui o dinheiro que foi arrecadado na campanha.

    Substituição de que por o qual, a qual, os quais ou as quais:

    A opinião com que concordo é a sua.

    A opinião com a qual concordo é a sua.

    FONTE: WWW.NORMACULTA.COM.BR

  • Assertiva C

    pronome relativo, podendo ser substituído por “as quais”.

  • não troque seu CUJO por nada

  • Lembrando que o "cujo" somente é utilizado no sentido de posse, fazendo referência ao termo antecedente e ao substantivo subsequente.

    Ex.:O garoto cujo pai esteve aqui...

  • "Cujo" não pode ser substituído, e nem substituir outro relativo sem mudança da estrutura da oração.

  • A questão quer saber qual a classificação da palavra "que" na frase abaixo:

    “É lidando[1] com a diversidade, com a pluralidade cultural, rompendo a matriz colonialista, eurocêntrica, branca e ocidental dos currículos, que vamos solucionar questões que[2] não são parte do repertório ocidentalizado das disciplinas”

    "...solucionar questões que[2] (AS QUAIS) não são parte do repertório..." Temos nesse caso um pronome relativo que equivale a "as quais" e retoma "questões".

     .

    "QUE" pronome relativo equivale a O(A) (S) QUAL (IS) Ex.: O livro que eu li é ruim. (que = O QUAL)

    "QUE" conjunção integrante equivale a ISSO / ESSE (A) Ex.: Estou certo de que você passará nas provas. (= Estou certo DISSO)

     .

    A) conjunção integrante, introduzindo uma oração objetiva direta.

    Errado. O "que" nesse caso não é conjunção integrante, mas, sim, pronome relativo e introduz uma oração subordinada adjetiva restritiva (sem vírgula).

    B) pronome relativo, podendo ser substituído por “cujas”.

    Errado. O "que" nesse caso é pronome relativo, mas não pode ser substituído por "cujas", pois o pronome relativo "cujo" (e variações) indica POSSE, ou seja, se algo pertence a alguém.

    C) pronome relativo, podendo ser substituído por “as quais”.

    Certo. O "que" nesse caso é pronome relativo e pode ser substituído por "as quais" (questões)

    D) conjunção integrante, introduzindo uma oração predicativa.

    Errado. O "que" nesse caso não é conjunção integrante, mas, sim, pronome relativo e introduz uma oração subordinada adjetiva restritiva (sem vírgula).

    Gabarito: Letra C