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ID
3473488
Banca
VUNESP
Órgão
SeMAE
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia um trecho do romance “A Madona de Cedro”, de Antonio Callado, para responder à questão.


      No primeiro dia no Rio de Janeiro, Delfino Montiel quase se afogou. Ele tinha aprendido a nadar menino ainda no rio das Velhas, na fazenda de seu tio Dilermando. Mas a corrente dos rios é honesta e determinada, vai reta e sempre se disciplina pelas margens. O mar... Ora, quem vai entender o mar? Delfino largou-se para o mar no mesmo dia em que chegara ao Rio. Atravessou a areia e foi entrando no mar numa espécie de exaltação. Queria chorar com aquela frescura de água azul, queria abraçar e beijar o mar. A primeira onda que lhe veio ao encontro, Delfino a recebeu de braços abertos. Ela o derrubou numa cascata de areia e espuma. Ele bebeu água, muita, mas estava embriagado de mar.

      Só quando já se achava sentado na areia, arquejante, entre uma súcia de curiosos, é que Delfino compreendeu que quase tinha morrido afogado. Um dos que o havia salvo era um rapagão simpático que lhe perguntou:

      – Você donde é que veio, patrício, de Cabrobó1 ou Caixa Prego2?

      – De Congonhas do Campo, respondeu Delfino ingenuamente.

      Muita gente riu em torno dele.

      – Pois, se você ainda quer rever Congonhas, trate o mar com mais desconfiança.

      Enquanto o rapaz se afastava, Delfino notou principalmente o riso de uma menina de cabelos cor de mel. Ele a notou porque a menina não queria exatamente rir, com pena dele que estava, mas sua companheira ria tão à vontade que ela não podia deixar de acompanhá-la.

      Com os olhos fitos nela, Delfino a foi acompanhando com a vista enquanto a menina entrava no mar. Viu logo que era uma amiga íntima do mar. Viu-a furar uma primeira onda, ligeira e exata como uma agulha mergulhando na dobra azul de um pano. Quando ela se levantou do mergulho, o cabelo cor de mel estava preto e grudado ao pescoço, preto-esverdeado, como se ela tivesse voltado mais marinha do fundo do mar.

(Record/Altaya. Adaptado)

1Cabrobó é uma cidade pernambucana no sertão do São Francisco.

2Caixa Prego significa lugar muito distante, longínquo.

Considere a frase do sexto parágrafo.


    Ele a notou porque a menina não queria exatamente rir, com pena dele que estava, mas sua companheira ria tão à vontade que ela não podia deixar de acompanhá-la.


Os termos destacados apresentam, correta e respectivamente:

Alternativas
Comentários
  • Assertiva A

    explicação; oposição; consequência.

    2018

  • ✅ Gabarito: A

    ✓ Ele a notou porque a menina não queria exatamente rir, com pena dele que estava, mas sua companheira ria tão à vontade que ela não podia deixar de acompanhá-la.

    ➥ PORQUE (=conjunção coordenativa explicativa, matiz semântica de explicação); MAS (=conjunção coordenativa adversativa, matiz semântica de oposição, ressalva); tão...QUE (=conjunção subordinativa consecutiva, depois do Tesão vem a consequência).

    ➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • QUESTÃO - Ele a notou, porque a menina não queria exatamente rir, com pena dele que estava, mas sua companheira ria tão à vontade que ela não podia deixar de acompanhá-la.

    "Tão...que" ~> Sempre conjunção consecutiva

  • Porque= Conjunção explicativa

    Por que= usado no começo de frases

    Por quê= usado no final de frases

    Porquê= usado acompanhado de numerais ou artigos.

  • f) causa; oposição; consequência.

  • Depois q aprendemos consequência , tudo fica mais fácil.

    :D

    GABARITO LETRA: A

    BOM ESTUDO A TODOS!

  • Depois do ''tesão'' vem a consequência rsrsrsrs

    Tão...que

  • GAB: LETRA A

    Complementando!

    Fonte: Prof. Luciana Uhren

    A fim de facilitar a compreensão, vamos dividir a análise em três partes. 

    a) "porque

    • A conjunção "porque" exprime uma ideia de explicação para o fato de o homem ter notado a menina. 

    b) "mas

    • A conjunção "mas" representa uma ideia de adversidade (oposição). A menina não queria rir, mas sua amiga ria à vontade. 

    c) "que

    A locução conjuntiva "tão... que" exprime ideia de consequência. O fato de a menina rir é uma consequência de sua amiga ter rido à vontade.