SóProvas


ID
3504376
Banca
SELECON
Órgão
Prefeitura de Boa Vista - RR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I


De onde menos se espera


      O sucesso de atletas de elite depende de muitos fatores. Estamos acostumados a acompanhar relatos diversos que descrevem protocolos rígidos, geralmente envolvendo treinamento árduo, alimentação controlada, descanso e, em alguns casos, a dopagem – prática proibida que consiste na injeção de compostos, como a testosterona (hormônio anabolizante), para aumentar a massa muscular dos atletas. Jamais imaginaríamos que um dos segredos do sucesso poderia ter origem no intestino dos atletas, mais especificamente, num gênero de bactérias com o curioso nome de Veillonela atypica.

      Pesquisadores norte-americanos descobriram que, durante – e logo após – o exercício vigoroso, ocorre o crescimento agudo de populações de bactérias V. atypica nos intestinos de alguns maratonistas. A pergunta seguinte foi: qual a relação desses microrganismos com o desempenho dos atletas de elite? Essa pergunta foi respondida recentemente e se encontra no artigo do biólogo molecular Jonathan Scheiman e colaboradores, publicado na revista Nature Medicine em junho último.

      Para explicar esse fenômeno, é preciso antes descrever rapidamente um pouco o que acontece no metabolismo. Um exercício como a maratona implica a contração muscular repetitiva durante um período relativamente longo. Para que a contração ocorra, o músculo usa a glicose como combustível.

      Acontece que a glicólise também produz o lactato ou ácido láctico. Quem já fez exercícios repetitivos sabe que, ao final de certo tempo, o músculo sofre fadiga, o que produz uma sensação bem conhecida de queimação ou dor e, nesse momento, a pessoa deve parar o exercício. Quando isso acontece, o desconforto cessa e, após algum tempo, os músculos estão prontos para continuar a contrair.

      Para que haja recuperação da contração muscular, é importante que o lactato acumulado no músculo tenha sua concentração diminuída. Mas, qual a relação do lactato com a V. atypica? Bem, os cientistas descobriram que essas bactérias consomem o lactato, isto é, usam o lactato como nutriente. Assim, as bactérias contribuem para reduzir mais rapidamente a concentração do lactato nos músculos e, dessa forma, apressar a recuperação muscular. Isso é, decididamente, uma vantagem para os atletas que têm a V. atypica em seu intestino.

      Os pesquisadores realizaram experimentos com camundongos para demonstrar esse efeito. Transplantaram as bactérias para os roedores e os testaram em uma esteira adaptada para eles. Os animais que receberam as bactérias corriam durante bem mais tempo que aqueles controles, que não as receberam.

      Descobriu-se também que a V. Atypica, além de consumir o lactato, produz propionato – composto que é produto do metabolismo do lactato. Já se mostrou em camundongos que o propionato aumenta os batimentos cardíacos e, também, o consumo máximo de oxigênio (que é importante para gerar energia na fase aeróbica do exercício). Assim, estar contaminado com V. atypica é tudo de bom – se você for um atleta, é claro.

Franklin Rumjanek Adaptado de: hp://cienciahoje.org.br/

Em “Bem, os cientistas descobriram que essas bactérias consomem o lactato, isto é, usam o lactato como nutriente” (5º parágrafo), a expressão “isto é” pode ser substituída, mantendo o sentido da frase, por:

Alternativas
Comentários
  • “Bem, os cientistas descobriram que essas bactérias consomem o lactato, isto é, usam o lactato como nutriente”

    Temos uma expressão explicativa, retificativa que é perfeitamente intercambiável por outra de mesmo valor.

    GABARITO. D

  • GABARITO: LETRA D

    “Bem, os cientistas descobriram que essas bactérias consomem o lactato, isto é, usam o lactato como nutriente” (5º parágrafo).

    Temos uma expressão usada para iniciar uma explicação adicional em relação a algo que foi dito anteriormente. = OU SEJA, QUER DIZER.

    ☛ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • CONJUNÇÕES COORDENATIVAS

    *Explicativa: isto é, por exemplo, a saber, ou seja, pois, pois bem, ora, na verdade, depois, além disso, com efeito que, porque, ademais, outrossim, porquanto...

  • explicativas: isto é, por exemplo, a saber, ou seja, verbi gratia, pois, pois bem, ora, na verdade, porque, além disso, com efeito que, por que, ademais, outrossim, porquanto.

  • Gab D

    expressão no sentido de 'quer dizer', 'ou melhor', 'ou seja', que se usa colocar entre duas palavras ou frases, a segunda das quais explica, ou retifica, ou restringe o sentido da primeira.

  • GABARITO: letra D

    São palavras denotativas de explicação: isto é, por exemplo, ou seja, aliás, qual seja, outrossim, etc.

    **Devem ser isoladas por vírgulas!

  • A cada questão "fácil" que respondo dessa banca, penso na voadora no peito que vai ser a PPMG.

  • ppmg pra cima

  • A questão traz à baila conhecimentos acerca de conjunções. Em específico, cobra a substituição de uma conjunção coordenada explicativa por outra equivalente. Na alternativa A, vê-se uma conjunção coordenada adversativa. Quanto a alternativa B, nota-se uma conjunção subordinada concessiva. Por último, na alternativa C, tem-se uma conjunção coordenada adversativa. 

  • Complementando:

    as expressões: "ou seja, por exemplo, isto é".... tem que estar obrigatoriamente entre vírgulas.

  • Isto é . ou seja, explicativa.