SóProvas


ID
3743806
Banca
Instituto UniFil
Órgão
Prefeitura de Mandaguaçu - PR
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder a questão.


   A advogada que deixou a carreira para virar professora e emocionou as redes ao ganhar chá de bebê dos alunos Por Vinícius Lemos


    Na tarde do dia 27 de novembro, a professora Natália Garcia Leão, de 33 anos, encontrou os alunos da sua turma reunidos em uma sala. Grávida de cinco meses, ela se emocionou ao descobrir que as crianças haviam preparado um chá de bebê em sua homenagem.

    Para a docente, a surpresa representou a certeza de que fez a coisa certa ao trocar a advocacia pelas salas de aula do ensino fundamental.

    A carreira como advogada estava consolidada quando ela percebeu que precisava repensar o futuro. "Eu não era uma pessoa feliz e isso me deixava angustiada. Sempre ia trabalhar desmotivada", diz.

    Aos 28 anos, ela visitou a escola particular onde estudou do maternal ao ensino médio, em Rondonópolis, Mato Grosso - cidade em que nasceu e onde mora até hoje - e se redescobriu. "Quando entrei no setor da educação infantil, as crianças estavam sentadas em círculos. Fiquei olhando para elas e pensei: 'quero muito trabalhar aqui'", relata à BBC News Brasil.

    Meses depois, ela ingressou no curso de pedagogia. Hoje, formada e trabalhando na escola, está realizada. "Parece que tirei um peso das costas depois que descobri que o Direito não era para mim. Agora me vejo como professora de ensino fundamental", declara.

    Para completar a felicidade, descobriu, em meados deste ano, que está grávida do primeiro filho. O chá de bebê surpresa, no fim do mês passado, é considerado pela professora como um dos momentos mais importantes que viveu durante o ainda curto período na nova carreira. "Foi uma emoção sem tamanho", comenta.

    De advogada a professora

   No fim do ensino médio, Natália decidiu cursar Direito. "Nunca foi o meu sonho, mas era um dos poucos cursos que havia em Rondonópolis e não queria ir para outra cidade", explica.

    Na metade do curso, descobriu que não gostava da área. "Mas concluí a faculdade, porque era particular e meu pai já havia investido dinheiro", conta. Logo que concluiu Direito, aos 22 anos, fez exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). "Não acreditava que fosse passar. Mas fui aprovada. Então, não tive outra opção e segui na área."

    Quando tinha pouco mais de cinco anos como advogada, Natália se sentiu ainda mais desmotivada e buscou alternativas para a carreira. A docente voltou a estudar para se preparar para concursos. "Foi o período mais longo da minha vida, porque não queria fazer aquilo, mas não tinha outra opção", revela.

    Certa vez, quando Natália ainda se dedicava aos concursos, uma prima dela, que passou a infância em Rondonópolis e havia se mudado para Uberlândia (MG), foi visitar a família na cidade mato-grossense. A parente quis ir ao lugar em que elas estudaram na infância e Natália a acompanhou. "Fiquei feliz em poder visitar a escola. Sempre guardei muitas boas lembranças de lá", comenta Natália.

    Para a advogada, o momento mais especial da visita à escola foi ver as crianças reunidas. "Senti uma energia diferente. Sempre gostei muito de crianças, mas não tinha noção de que gostava tanto assim."

    Em seguida, Natália conversou com a diretora da unidade de ensino. "Disse a ela que me deu muita vontade de trabalhar na escola. Ela estranhou, porque sabia que eu era advogada, mas me aconselhou a cursar Pedagogia para trabalhar ali." Dias depois, ela fez vestibular para uma universidade particular de Rondonópolis e no semestre seguinte começou o curso.

    A carreira como docente

    No início do curso, Natália, na época com 28 anos, temia não se adaptar. "Foi muito assustador, porque foi uma mudança radical", comenta. Mesmo com a insegurança, ela relata que tinha a certeza de que estava em um bom caminho. "Estava certa de que valeria a pena."

    Nos primeiros meses da faculdade, começou a ser chamada para trabalhar como auxiliar de professora na escola em que estudou quando era mais nova.

    "Quando alguma auxiliar faltava, me ligavam para ser a substituta. Sempre que me chamavam, eu ia muito feliz para trabalhar com as crianças. Fiquei encantada, porque era algo completamente diferente pra mim", diz.

    Cerca de um ano depois de ingressar na universidade, Natália foi contratada como auxiliar na escola em que estudou. No início deste ano, após concluir o curso de Pedagogia em 2017, a unidade de ensino contratou Natália como professora.

    Ela tornou-se responsável pela turma do segundo ano do ensino fundamental. Os 22 alunos têm entre sete e oito anos.

    O chá de bebê

    A professora comenta que teve uma boa relação com a turma desde o primeiro dia de aula. Em razão disso, pouco depois de descobrir a primeira gestação, contou aos estudantes sobre o fato. "Depois, sempre levava os ultrassons para que eles pudessem ver", diz.

    Casada há três anos, Natália e o marido queriam ter filhos desde o início do relacionamento. Ela não engravidou antes porque queria concluir o curso de Pedagogia. "Neste ano, começamos a planejar certinho. Está sendo muito desafiador. É um amor muito diferente."

    Segundo a professora, as crianças passaram a ser mais cuidadosas com ela depois que souberam da gestação. "Eles não me deixavam abaixar. Se caía algo no chão, eles mesmos pegavam. Além disso, pararam de levar doces para mim e começaram a levar somente frutas, porque falavam que eu só poderia comer coisas saudáveis."

    Para homenagear a docente, em um dos últimos dias de aula, as mães das crianças se uniram, por meio de um grupo de WhatsApp, e organizaram um chá de bebê surpresa. Uma das responsáveis por organizar a homenagem, a zootecnista Mirelli Forgiarini, mãe de um dos alunos, comenta que o evento foi organizado com ajuda da escola.

    "Os alunos sempre levam lanches individuais para comer no recreio e pedem para que os professores guardem. Nesse dia, para disfarçarmos, dissemos para a Natália que eles levariam salgadinhos, como se fosse um lanche coletivo de despedida, e por isso as coisas ficariam guardadas na secretaria", comenta Mirelli.

    A professora conta que não desconfiava da festa surpresa dos alunos. "Quando soube do lanche coletivo, já estava a caminho da escola e fiquei preocupada, porque não havia me organizado para levar nada", comenta Natália.

    No intervalo da aula, a coordenadora da escola chamou a professora e os alunos. Ao chegar à sala onde havia sido preparada a surpresa, a professora não conteve a emoção. "Comecei a chorar quando vi que era um chá de bebê. Me emocionei ainda mais quando as crianças colocaram as mãos em direção à minha barriga e começaram a fazer uma oração."

    Em seguida, os pequenos deram os presentes para Natália. Eles também entregaram desenhos em homenagem a ela e ao filho. As mães dos alunos acompanharam a comemoração por meio do WhatsApp. "A coordenadora nos enviou as fotos de tudo o que estava acontecendo", conta Mirelli.

    A homenagem para a professora foi um dos últimos eventos do ano letivo da turma. Em 2019, Natália não deve continuar como professora fixa de nenhuma turma, em razão da licença-maternidade, que deverá começar em março.

    Mesmo não sendo mais a professora dos alunos que a homenagearam, ela pretende continuar com a relação de proximidade com os pequenos. "Irei encontrá-los sempre, porque estaremos na mesma escola. Eles me fizeram prometer que vou levar meu filho para que possam conhecer. Queriam que eu o levasse no dia do nascimento, mas expliquei que não poderá ser tão rápido assim."

    Para Natália, a surpresa das crianças trouxe a certeza de que estava certa ao mudar de carreira. Ela mantém a inscrição na OAB, "por pura precaução", como define, mas não quer voltar a advogar. "Não me vejo mais como advogada. Nunca foi a minha área. Tanto é que não consigo mais usar ternos, nem roupas sociais."

    Como professora, a remuneração é menor. O fato, porém, não a desestimula. "Eu ganhava mais, mas era infeliz. Para o meu futuro, me vejo continuando como professora de crianças. Estou muito feliz assim. Há dificuldades, como a falta de valorização da nossa profissão, mas nada disso me faz querer desistir."

Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/salasocial-46595161

  

Analise: “Ela estranhou, porque sabia que eu era advogada” e assinale a alternativa que apresenta a classificação desta oração.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: A

    ✓ “Ela estranhou, porque sabia que eu era advogada”.

    ➥ Temos, em destaque, uma oração coordenada sindética explicativa, ela é iniciado pela conjunção coordenativa explicativa "porque", equivale a "pois", lembrando que também pode ser subordinativa causal ou final. 

    ➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • 1º Sindética: Com conjunções.

    Assindéticas: Sem conjunções

    2º Coordenada: Mantem uma relação de independência em relação a oração principal.

    É justamente isso que encontramos no período:

    Ela estranhou, porque sabia que eu era advogada

  • mas essa virgula não era para ser assindética?

  • No celular não aparece qual a oração destacada, tem que ir no chute se é a primeira ou a segunda. Destarte, se for a primeira oração, é Oração Coordenada Assindética, no entanto, como deve ser a segunda oração que está destacada, então é Oração Coordenada Sindética Explicativa.
  • CUIDADO COM ALGUNS COMENTÁRIOS

    Arthur Carvalho

    Embora acredite ser bastante discutível a classificação empregada pela banca, afirmar que a construção pode assumir mais de uma classificação é extremamente nocivo. Existem diferenças claras entre orações coordenadas explicativas, subordinadas adverbias causais e subordinadas adverbiais finais.

    Thiago Sena

    A classificação em oração sindética ou assindética ocorre quanto à existência ou não de síndeto. Em outras palavras, a presença ou não de conjunção.

    A presença ou a ausência de virgula não influi na classificação.

    Jackson Maciel

    A banca de fato solicita a análise da segunda oração, mas não podemos classificar a primeira oração como coordenada assindética.

    A classificação em sindética e assindética presume a ligação a outra oração com ou sem presença de síndeto, logo, por ser "oração principal" ou "primeira oração" e não estar ligada a nada (a segunda oração se liga a principal e não o contrario) não cabe classificação quanto ao síndeto.

    Lembre-se que para ser oração coordenada assindética, ela deve necessariamente estar ligada a outra oração sem presença de conjunção, o que não ocorre.

  • Estranho, mas tive convicção de ser uma oração causal (há perfeita relação de causalidade), apesar de não está nas opções.

  • Para mim a oração soa mais como subordinada causal do que explicativa, mas por falta dessa opção, a que melhor se encaixa é explicativa.

    Gabarito letra A!

  • oxente! não era pra ser assindética?

  • "Pois" depois do verbo = Conclusivo.

    "Pois" antes do verbo = Explicativo.

  • ==> Macete retirado do QC:

    "Se a gente substituir por "pois" conseguimos resolver com o macete:

    PAVÊ => Pois Antes do Verbo Explicação

               - Quando tiver valor explicativo, sempre virá antecedido de vírgula.

    PDVC => Pois Depois do Verbo Conclusão."

  • Musica para decorar as coordenadas.

    Aditiva traz a soma, Aversativa oposição, a Alternativa me dá uma opção.

    A Conclusiva justifica a primeira oração, a explicativa me dá uma explicação.

    Pois depois do verbo se torna conclusivo ( PDVC pois depois do verbo Conclusivo)

    Pois antes do verbo ele é explicativo. (PAVÊ Pois antes do verbo Explicativo)

  • Existem 5 tipos de orações coordenadas seindéticas:

     

     

    1- aditivas: e, não só...mas também, mas (quando transmitir ideia de adição), e não, como também...;

     

    2- adversativas: mas, porém. todavia. no entanto, entretanto...;

     

    3- alternativas: ou... ou, ou... ora, ora...ora, seja...seja, quer... quer;

     

    4- conclusivas: portanto, enfim, dito isto, dessarte, por conseguinte, logo, então, destarte, com isso...;

     

    5- explicativas: que, pois, porque, já que, visto que, porquanto...

     

     

    Observação: No mesmo período podem ocorrer orações coordenadas sindéticas de vários tipos: O menino olhava, / mas não falava, / nem lamuriava. Tentei detê-los por mais tempo; / eles porém tinham pressa, / ou estavam desconfiados. 

    Como dissemos, nem todas as conjunções coordenativas encabeçam a oração. A conclusiva pois vem sempre posposta a um de seus termos. As adversativas porém, contudo, no entanto, entretanto e todavia, bem como as conclusivas logo, portanto e por conseguinte, podem variar de posição, conforme o ritmo, a entoação, a harmonia da frase.

     

     

     

     

     

    Nova gramática do português contemporâneo Celso Cunha e Lindley Cintra 7 ed. pag. 612

  • A ta explicando pq estranhou
  • Ela estranhou, porque sabia que eu era advogada - Explicativa.

    GAB: a

  • LETRA A!!!!!!!!

    Oração Coordenada Sindética Explicativa.

  • Não tem opção melhor pra responder, do que esse macete!

    Aprendi com Noslem, super indico...

    "Pois" depois do verbo = Conclusivo.

    "Pois" antes do verbo = Explicativo.

  • o motivo pelo qual a diretora estranhou, foi saber que natalia era advogada. Assim, a segunda oração explica O MOTIVO da primeira.