Para ser respondida corretamente, é preciso que o candidato tenha conhecimento sobre os modelos de administração pública que já foram adotados no Brasil, bem como conhecimentos sobre a teoria da administração sistêmica e o conceito de governança.
Antes de passarmos à análise das alternativas, vamos às principais características de cada modelo.
A - incorreta. O modelo Sistêmico de administrar não faz parte do rol de modelos de administração pública. Esse modelo possui a seguinte filosofia: tudo depende de tudo e qualquer situação tem inúmeras causas e pode produzir inúmeros efeitos, dada sua interação constante com o ambiente.
B - correta. O modelo burocrático surge no Brasil com o objetivo de combater algumas disfunções do modelo patrimonialista. algumas das principais críticas ao modelo foi realizada por Robert Merton (1949), ele chamou os efeitos negativos das burocracia de disfunções. Entre as principais disfunções estavam o impacto da prescrição de tarefas sobre a motivação dos funcionários, a resistência às mudanças e o desvirtuamento de objetivos, provocado pela obediência às normas.
C - incorreta. A realidade vista no modelo patrimonialista é a de uma elite política que "manda e desmanda" de forma autoritária na coisa pública como se sua fosse. Essa é, inclusive, umas das grandes marcas desse modelo; a confusão entre o que é público e o que é dessa elite dominante. Além do escalão político, existe uma camada de funcionários públicos marcada pela corrupção, nepotismo e clientelismo (troca de favores).
D - incorreta. O modelo gerencial é marcado pela vinda de práticas típicas do setor privado para a administração pública. Em razão disso, suas principais características são: a orientação para resultados, foco no cidadão como cliente, descentralização administrativa e política, terceirização etc. Nesse modelo, a eficiência é uma prioridade, tanto que, por meio da EC 19/98, o princípio da eficiência foi inserido como norteador da atividade administrativa no Brasil.
E - incorreta. A governança pública também não é um modelo administrativo, mas a capacidade de decisão e de implementação das políticas públicas pelo governo. Está relacionada ao aspectos estruturais, gerenciais, financeiros e técnicos do estado.
Após analisar as alternativas acima à luz de um pouco de teoria, podemos afirmar, portanto, que:
GABARITO: B
Fonte: MOREIRA, E. A. L. Administração Geral e Pública para concursos. Salvador: Juspodivm, 2016.
A questão em análise nos apresenta um
cenário de resultados negativos da racionalização do trabalho ou do excesso de
normas.
Isso nos faz refletir sobre a Teoria Burocrática da Administração. Essa
Teoria surge com as ideias de Max Weber de buscar a máxima
eficiência e previsibilidade das organizações. Para Weber, a burocracia é a
forma mais racional de exercício de dominação, porque nela se alcança tecnicamente o máximo de rendimento em virtude de precisão, continuidade,
disciplina, rigor, confiabilidade, intensidade, extensibilidade dos serviços
prestados à sociedade. Com isso, ela trouxe a ideia de
profissionalização, carreira, hierarquia funcional, impessoalidade, controle
rígido de processos e formalismo.
Contudo, o excesso desses ideais levou
ao surgimento das chamadas disfunções
da burocracia. Essas disfunções surgiram pelo fato de a Administração
Burocrática não levar em conta as organizações informais existentes em qualquer
tipo de instituição. Assim, um sociólogo americano e professor da Columbia
University, Robert K.
Merton (1910 – 2003),
aprofundou o estudo das disfunções da burocracia e apresentou as principais
disfunções: internalização das regras e apego aos regulamentos; excesso de
formalismo e de papelório; resistência a mudanças; despersonalização dos
relacionamentos; categorização como base de processo decisorial;
superconformidade às regras e aos procedimentos; exibição de autoridade; e
dificuldade no atendimento ao cliente e conflitos com o público. Em face do
exposto, podemos afirmar que a única alternativa viável correta seria a letra
“B".
Gabarito do Professor: Letra B.