- ID
- 4065106
- Banca
- VUNESP
- Órgão
- EBSERH
- Ano
- 2020
- Provas
-
- VUNESP - 2020 - EBSERH - Assistente Social
- VUNESP - 2020 - EBSERH - Biomédico
- VUNESP - 2020 - EBSERH - Cirurgião Dentista
- VUNESP - 2020 - EBSERH - Cirurgião Dentista - Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofaciais
- VUNESP - 2020 - EBSERH - Enfermeiro
- VUNESP - 2020 - EBSERH - Enfermeiro - Cardilogia - Perfusionista
- VUNESP - 2020 - EBSERH - Enfermeiro - Cardiologia
- VUNESP - 2020 - EBSERH - Enfermeiro - Cardiologia - Hemodinâmica
- VUNESP - 2020 - EBSERH - Enfermeiro - Oncologia
- VUNESP - 2020 - EBSERH - Enfermeiro - Saúde da Mulher Obstetrícia
- VUNESP - 2020 - EBSERH - Enfermeiro - Saúde do Idoso
- VUNESP - 2020 - EBSERH - Enfermeiro - Saúde Mental
- VUNESP - 2020 - EBSERH - Enfermeiro - Terapia Intensiva Neonatolgia
- VUNESP - 2020 - EBSERH - Enfermeiro - Terapia Intensiva Pediátrica
- VUNESP - 2020 - EBSERH - Farmacêutico
- VUNESP - 2020 - EBSERH - Fisioterapeuta
- VUNESP - 2020 - EBSERH - Fisioterapeuta - Terapia Intensiva
- VUNESP - 2020 - EBSERH - Fisioterapeuta - Terapia Intensiva
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Descanso ensurdecedor
Uma explicação evolucionista para a qualidade contagiosa dos bocejos reza que eles servem para sincronizar o ciclo de sono e vigília em grupos humanos, desde o tempo das cavernas. Numa cidade de 12 milhões de habitantes, há muito isso se tornou impossível.
Nessa megamultidão sempre haverá notívagos e madrugadores, os que podem dispor da noite para divertir-se e os que precisam padecer horas a fio em meios de transporte para chegar ao trabalho.
Sem chance de coordenar suas atividades, resta torná-las compatíveis por meio de regras de convivência, e compete ao poder público garantir seu cumprimento.
Dormir bem, afinal, constitui direito do cidadão. O sono é imprescindível para recuperar o corpo de fadigas e até para a mente fixar coisas aprendidas durante o dia, mas quem consegue adormecer e descansar na metrópole barulhenta?
Poucos saberão, mas vigora em território paulistano uma norma que estipula o máximo de 60-65 decibéis de ruído no período diurno e 50-55 no noturno, a depender da classificação urbana da área.
O limiar legal para a madrugada fica pouco acima do volume recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 40 decibéis, o equivalente a uma conversa em voz baixa.
A iniciativa Mapa do Ruído, por exemplo, já mediu 92 decibéis em ruas do Brás. O munícipe conta com um serviço de denúncias e reclamações da prefeitura, pelo telefone 156, mas as 440 multas aplicadas neste ano pelo programa Psiu não parecem surtir muito efeito.
Considere-se o bairro de Santa Cecília, primeiro no ranking das queixas. Só em 2019 acumularam-se 595 reclamações. As próximas vítimas do descaso ensurdecedor são os moradores de Pinheiros, que fizeram 511 denúncias neste ano.
A gastronomia e a vida noturna de São Paulo constituem um patrimônio cultural da metrópole, não se discute. Há que fiscalizar e punir com mais rigor, no entanto, quem as utiliza como álibi para perturbar o sono alheio.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 27.11.2019. Adaptado)