TEXTO PARA A QUESTÃO
MARCAS DO BEM, MARCAS DO MAL.
“Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da
terra... a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso
não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”. Esse pensamento de John Donne
firma a ideia de que precisamos sempre de outro ser para completar nossa existência. [...] Também
se referem aos encontros que nos trazem tristeza e dor, mas que, de igual forma, nos fazem mudar
de pensamento e postura.
No primeiro caso, somos colocados em contato com homens e mulheres que nos trazem lições de
bondade e entrega para toda a vida. Os encontros com eles nos permitem a troca de experiências
vividas, de lágrimas vertidas, das conquistas todas, dos sonhos frustrados, da renúncia de si em
favor do próximo... Com eles, as palavras de Gonzaguinha ganham vida cada vez que pensamos:
“É tão bonito quando a gente sente que nunca está sozinho por mais que pense estar”. Muitos de
nós já conheceram o privilégio de ser objeto do cuidado de alguém, quando a vida nos permite
encontros com “anjos” que trouxeram brilho a nossa existência e que se tornaram nosso alicerce,
nosso porto seguro, nosso refúgio, nossa inspiração. E, conforme cantava o mesmo Gonzaguinha,
“aprendemos que se depende de tanta e muita gente”. Por isso, a insistência em dizer que não há
encontro por acaso, porque tudo o que aprendemos era exatamente o que faltava em nós e que
essas pessoas souberam, ao seu modo, nos ensinar.
Por vezes, porém, somos postos à prova, quando as relações se dão com pessoas com as quais não
dividimos nenhuma afinidade e que, a todo o tempo, parecem ser uma ameaça a nossa paz e ao
nosso caminhar. São aquelas que se satisfazem com nossa tristeza e derrota aparente, que não
medem esforços para nos ver caídos e dependentes. É preciso dizer que elas também nos são
importantes, porque nos fazem lançar novos olhares sobre nós mesmos e sobre os outros. Elas,
também, nos ensinam a tolerância, a aceitação, o respeito, o perdão, a espera e nos fazem conhecer
o processo de maturação.
Cabe-nos, tão somente, pensar que assim como a primeira classe de pessoas nos fez tão bem,
podemos nós, semelhantemente, lançar isso sobre outros. Não podemos esquecer que se os sinos
dobrarem por elas, estarão também, dobrado por nós, porque a morte do nosso semelhante é a
diminuição de nós mesmos...
Daí a necessidade de nos preocuparmos em deixar marcas de alegria e paz naqueles que de nós se
aproximam. Não importa se em algum momento fomos marcados de forma negativa por alguém:
importa, sim, que desejemos fazer a diferença na vida de todos os que nos cercam no pouco tempo
que a vida nos concede.
COSTA, Gilmar Souza. Marcas do bem, marcas do mal. Disponível em: http://itapuacity.com.br/marcas-do-bemmarcas-do-mal/. Acesso em 08 jun.2015 (adaptado)
O uso da referenciação no trecho “Com eles, as palavras de Gonzaguinha ganham vida
cada vez que pensamos...”, (l 10 e 11) o termo em destaque chama de volta: