Vamos lá pessoal:
A) A oração “se disse” é um complemento nominal. (errado) - entendo "se disse" como uma oração subordinada substantiva objetiva direta, em que pode ser interpretada como: "disse isso", o "se" é uma conjunção subordinativa.
B) Os complementos do verbo pegar são objetos indiretos. (errado) - verbo "pegar" é transitivo direto", o que ocorre no fragmento, é um processo de preposição do objeto direto, há objeto direto preposicionado.
C) A expressão a costureira em “Chegou a costureira” é objeto direto. (errado) - "a costureira" é o sujeito da ação. "quem chegou?" - a costureira chegou, apenas não temos a oração na ordem direta.
D) O se em “que isto se passava” deveria estar na posição enclítica. (errado) - "isto" é um pronome relativo, fator atrativo para próclise.
E) O pronome que em “que tinha a modista ao pé de si” exerce função sintática de sujeito. (correto) - "que" é um pronome relativo que introduz uma oração subordinada adjetiva explicativa, exerce função de sujeito, pois retoma "uma baronesa".
Gabarito letra E!
A questão compreende duas temáticas, a saber:
→ Análise sintática, ou seja, a função exercida pelos segmentos dentro da estrutura (p.ex. objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, adjunto adnominal, predicativo do objeto etc.);
→ Colocação pronominal, que diz respeito à colocação do pronome em relação ao verbo. Se anteposto, dá-se o nome de próclise (p.ex. eu o peguei no flagra); se interposto, mesóclise (p.ex. pegá-lo-ei no flagra); se posposto, ênclise (p.ex. peguei-o no flagra).
O trecho a ser inspecionado:
"Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha e entrou a coser."
a) A oração “se disse” é um complemento nominal.
Incorreto. A partícula "se" é conjunção e introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta, ou seja, que exerce a função sintática de objeto direto do verbo "saber";
b) Os complementos do verbo pegar são objetos indiretos.
Incorreto. São objetos diretos preposicionados. Em língua portuguesa, alguns verbos, mesmo sendo transitivos diretos, admitem esse tipo peculiar de objeto;
c) A expressão "a costureira" em “Chegou a costureira” é objeto direto.
Incorreto. É o sujeito da oração. Este apenas está à frente da forma verbal. Em ordem, assim se estruturaria a frase: "A costureira chegou";
d) O se em “que isto se passava” deveria estar na posição enclítica.
Incorreto. A ênclise caracteriza a posição do pronome à frente do verbo. Não é possível pospô-lo, tendo em vista que há um pronome demonstrativo (isto) que o reclama para perto de si;
e) O pronome que em “que tinha a modista ao pé de si” exerce função sintática de sujeito.
Correto. O pronome "que" é relativo (resgata o substantivo "baronesa") e exerce a função sintática de sujeito da oração a que pertence. Frequentemente, quando uma oração subordinada adjetiva explicativa é introduzida por pronome relativo "que", este desempenhará o papel de sujeito da oração.
Letra E