SóProvas


ID
4863214
Banca
FUNCERN
Órgão
Prefeitura de Jardim de Piranhas - RN
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Futuro a distância


    A aura de sacralidade que envolve o corpo humano e, por extensão, a prática médica enfrenta seguidos desafios postos por inovações técnicas, como a telemedicina, hoje, ou a reprodução assistida, no passado. A inquietação daí surgida justifica prolongar o debate, mas não afastar indefinidamente futuros aperfeiçoamentos.

    O Conselho Federal de Medicina (CFM) baixara resolução, para entrar em vigor em maio, regulamentando o atendimento a distância. Foram tantas as reações contrárias e de questionamento que a norma foi revogada, pois não haveria tempo hábil para processar todas as objeções e sugestões.

    Mas muito do que se regulamentava ali já existe como praxe de mercado, caso de consultas remotas.

     Embora exame físico e anamnese presencial constituam os fundamentos básicos da relação entre médico e paciente, existem casos em que são dispensáveis (como na entrega de resultados de testes laboratoriais) ou ficam impossibilitadas pela distância.

    A resolução do CFM estipulava regras para esse tipo de encontro, como ser necessariamente precedido por um contato pessoal, contar com autorização do paciente e ficar gravado em meio digital. Fixava, ainda, normas para outros procedimentos, como telecirurgias.

    Algumas questões levantadas fazem sentido, como a obrigatoriedade de gravação da teleconsulta. Se não se exige tal coisa em encontros presenciais, por que fazê-lo quando se recorre a meios tecnológicos? Abre-se flanco considerável para deslizes de privacidade e se reforça o preconceito retrógrado contra a modalidade inovadora.

    Por detrás da aparente preocupação com a qualidade do atendimento, está a suspeita, oculta-se o zelo corporativo que tantas vezes resiste ao aumento de produtividade. Não há mal algum em banalizar (no bom sentido da palavra) a telemedicina, se isso não acarretar prejuízo ao doente.

    Não são raras as consultas, hoje em dia, em que o médico dispensa uma conversa atenta e a interação física com pacientes em favor da realização de exames laboratoriais ou de imagem. Identifica-se algo de tecnocrático e desumanizador nesse tipo de relacionamento, com alguma dose de razão.

    Admitindo que seja necessário combater tal tendência, a melhor maneira de fazê-lo seria rever o tipo de formação oferecida nas faculdades de medicina, como já se faz em alguns estabelecimentos. Não será com obstáculos à tecnologia, quando ela se provar mais útil e barata, que se reduzirá o distanciamento entre médicos e pacientes.


Disponível em: : <www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 08 mar. 2019.

Algumas questões levantadas fazem sentido, como a obrigatoriedade de gravação da teleconsulta. Se não se exige tal coisa em encontros presenciais, por que fazê-lo quando se recorre a meios tecnológicos? Abre-se flanco considerável para deslizes de privacidade e se reforça o preconceito retrógrado contra a modalidade inovadora.


Sobre esse parágrafo, é correto afirmar:

Alternativas
Comentários
  • Retomam obrigatoriedade de gravação da teleconsulta.

  • Porque é fazê-LO, e não fazê-LA? sendo que retornam "A obrigatoriedade de gravação de teleconsulta?

  • Retomam a mesma coisa e não algo diferente. Acontece que o "o" é um pronome demonstrativo e sempre fica no masculino quando usado com os verbos "ser" e "fazer".

    O "o" em "lo" não é pronome oblíquo!

  • Discordo do gabarito.

    "A gravação de teleconsulta" , se o referente do pronome oblíquo átono "lo" fosse tal expressão, o correto seria "fazê-la", e não "fazê-lo". Vejo "fazê-lo" retomar "encontros presenciais", todavia, mesmo assim, deveria estar no plural "fazê-los".

    Não obstante, "tal coisa" refere-se a "gravação de teleconsulta"

  • Resposta: alternativa a

    Tanto tal coisa quanto -lo se referem à gravação.

    A dúvida que fica é se o -lo é um erro gramatical e deveria ser -la (já que se refere à gravação) ou se é um pronome demonstrativo (como o colega disse) substituível por isso:

    ...por que fazer isso quando se recorre a meios tecnológicos?

  • Fazê-lo faz referência a exigir.

    Se não se exige tal coisa em encontros presenciais, por que fazê-lo (exigi-lo) quando se recorre a meios tecnológicos?

  • GABARITO CORRETO C

    Repare que o primeiro retoma uma expressão feminina e o segundo uma expressão masculina. Portanto, INCONCEBÍVEL retornar a mesma informação.

  • Me corrijam se eu estiver errada

    Eu entendi de outra forma por isso coloquei a alternativa C.

    Entendi que a tal coisa retoma gravações e o fazer - ló retorna a encontros presenciais. O que acham?