Leia o seguinte trecho do conto 1983, de Jorge
Luis Borges.
Num restaurante do centro, Haydée Lange e eu
conversávamos. A mesa estava posta e restavam
fragmentos de pão e possivelmente dois cálices;
é verossímil supor que havíamos jantado juntos.
Discutíamos, acho, um filme de King Vidor. Nos
cálices devia haver um pouco de vinho. Senti, com
um início de tédio, que estava repetindo coisas
já ditas e que ela sabia disso e me respondia
de forma mecânica. De repente, me lembrei que
Haydée Lange morrera havia muito tempo. Era
um fantasma e não sabia. Não senti medo; senti
que era impossível e talvez descortês revelar-lhe
que era um fantasma, um belo fantasma.
[...]
(BORGES, Jorge Luis. Atlas. São Paulo: Companhia das
Letras, 2010. p. 107).
O termo em destaque, “disso”, refere-se: