SóProvas


ID
4907845
Banca
CEPERJ
Órgão
SEFAZ-RJ
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO

PURO PRECONCEITO

Folha de São Paulo

    É razoável que as pessoas tenham medo de assaltos. Eles se tornaram rotina nos centros urbanos e, por vezes, têm consequências fatais. Faz todo o sentido, portanto, acautelar-se, evitar algumas regiões em certos horários e, até, evitar pessoas que pareçam suspeitas.

     E quem inspira desconfi ança é, no imaginário geral, mulato ou negro. Se falar com sotaque nordestino, torna-se duplamente suspeito. Pesquisa feita em São Paulo, contudo, mostra que essas pessoas não têm base na realidade. Não passa de preconceito na acepção literal do termo. Dados obtidos de 2.901 processos de crimes contra o patrimônio público (roubo e furto) entre 1991 e 1999 revelam que o ladrão típico de São Paulo é branco (57% dos crimes) e paulista (62%).

     Os negros, de acordo com a pesquisa, respondem apenas por 12% das ocorrências. Baianos e pernambucanos, juntos, por 14%. O estudo é estatisticamente signifi cativo. Os 2.901 processos correspondem a 5% do total do período. É claro que algum racista empedernido poderia levantar objeções metodológicas contra o estudo. Mas, por mais frágil que fosse a pesquisa, ela já serviria para mostrar que o vínculo entre mulatos, negros, nordestinos e assaltantes não passa de uma manifestação de racismo, do qual, aliás, o brasileiro gosta de declarar-se isento.

     A democracia racial brasileira é, antes e acima de tudo, um mito. Como qualquer outro povo do planeta, o brasileiro muitas vezes se revela racista e preconceituoso. Tem, é claro, a vantagem de não se engalfi nhar em explosões violentas de ódio e intolerância. Essas vantagens, contudo, têm o efeito indesejável de esconder o preconceito, varrendo-o para debaixo do tapete da cordialidade. Como já observou Albert Einstein: “Época triste é a nossa em que é mais difícil quebrar um preconceito do que um átomo”.

“Dados obtidos de 2.901 processos de crimes contra o patrimônio público (roubo e furto) entre 1991 e 1999...”; nesse segmento do texto há um problema de construção identificado como:

Alternativas
Comentários
  • ambiguidade:

    propriedade que apresentam diversas unidades linguísticas (morfemas, palavras, locuções, frases) de significar coisas diferentes, de admitir mais de uma leitura; anfibologia [A ambiguidade é um fenômeno muito frequente, mas, na maioria dos casos, os contextos linguístico e situacional indicam qual a interpretação correta; estilisticamente, é indesejável em texto científico ou informativo, mas é muito us. na linguagem poética e no humorismo.

  • Acredito que há ambiguidade na frase por não se especificar se foram os dados obtidos entre 1991 e 1999, ou se os crimes ocorreram entre 1991 e 1999.

  • "Entre 1991 e 1999" faz referência aos dados obtidos ou a roubo e furto?

    Não se pode determinar, logo temos um caso de ambiguidade.

    Gabarito letra C!

  • acredito que a ambiguidade esteja em "dados obtidos de 2091 processos...", pois os dados foram obtidos pelos processos, mas na frase usar a preposição "de" faz parecer que os processos forneceram os dados.
  • Gabarito C

    Acredito que a ambiguidade está em crimes contra o patrimônio, e depois e reafirmar roubos e furtos.

  • Gabarito: C

    O texto ficou AMBÍGUO!

    Dados obtidos entre 1991 e 1999 OU Crimes entre 1991 e 1999?

  • Gabarito C

    Polissemia: propriedade de uma palavra ou expressão que apresenta vários sentidos além de seu sentido original.

    Redundância: insistência desnecessária nas mesmas ideias; excesso de palavras, de expressões; prolixidade, abundância.

    Incoerência: Falta de ligação entre ideias e fatos.

    Paralelismo: Correspondência de funções gramaticais e semânticas existentes nas orações.

  •  ambiguidade:  pode apresentar a sensação de indecisão, hesitação, imprecisão, incerteza e indeterminação.

    Polissemia: propriedade de uma palavra ou expressão que apresenta vários sentidos além de seu sentido original.

    Redundância: insistência desnecessária nas mesmas ideias; excesso de palavras, de expressões; prolixidade, abundância.

    Incoerência: Falta de ligação entre ideias e fatos.

    Paralelismo: Correspondência de funções gramaticais e semânticas existentes nas orações.

    (Apenas para complementar o comentario do colega Marcelo)