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ID
5000941
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
PM-ES
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I

Nasce o primeiro antídoto contra a falta de memória

Técnica americana, que consiste na implantação de eletrodos no cérebro de pacientes, consegue recuperar até 15% da capacidade de lembrar

Por Natalia Cuminale


“Usas um vestido / Que é uma lembrança / Para o meu coração. / Usou-o outrora / Alguém que me ficou / Lembrada sem vista. / Tudo na vida / Se faz por recordações. / Ama-se por memória.”

    O poema de Álvaro de Campos, um dos heterônimos mais conhecidos do escritor português Fernando Pessoa (1888-1935), remete ao conceito universal de que a memória é o que nós somos. Sem que tenhamos a possibilidade de recordar, a existência se esvazia por completo. A vida se sustenta com base nas ideias do presente, nas referências do passado e na forma como processamos e armazenamos as nossas experiências. Por isso, ninguém quer perder a memória, todos querem melhorá-la. Pois um novo e ousado procedimento médico foi capaz de impulsionar o mecanismo que forma e preserva as lembranças, um feito inédito na medicina. Eletrodos implantados em uma área específica do cérebro recuperaram 15% da memória de pacientes. A taxa equivale ao que se perde em dois anos e meio com a degeneração provocada pela doença de Alzheimer. Ou ao que se esvai naturalmente em dezoito anos de vida de uma pessoa saudável. Traduzindo: quem tem 56 anos hoje pode, em tese, voltar a ter a mesma memória que tinha aos 38 anos. Disse à VEJA Youssef Ezzyat, psicólogo da Universidade da Pensilvânia, autor principal da técnica: “O método abre um caminho de possibilidades para auxiliar as pessoas com problemas de memória”. Publicado na revista Nature Communications, o trabalho tem sido considerado por especialistas do mundo todo como um dos feitos mais promissores ocorridos na neurologia nas últimas décadas, desde a disseminação dos aparelhos de ressonância magnética que revelam o cérebro em atividade.

Adaptado de:<https://veja.abril.com.br/saude/nasce-o-primeiro-antidoto-contra-a-falta-de-memoria/> . Acesso em 22 jun. 2018.

Assinale a alternativa em que a omissão das vírgulas, apresentadas nos trechos, NÃO gere erros gramaticais nem altere o sentido da frase.

Alternativas
Comentários
  • A)“[…] ninguém quer perder a memória, todos querem melhorá-la.”

    → A vírgula está separando orações coordenadas assindéticas são termos coordenados que devem ser separados por vírgula obrigatoriamente.

    B)“[…] o trabalho tem sido considerado por especialistas do mundo todo como um dos feitos mais promissores ocorridos na neurologia nas últimas décadas, desde a disseminação dos aparelhos de ressonância magnética [...]”.

    → A vírgula está marcando um adjunto adverbial de longa extensão do restante do período, porém ele está na sua ordem direta, nesse caso, o uso da vírgula torna-se facultativo. Diferente seria se o adjunto adverbial estivesse deslocado para o início do período, nesse caso a vírgula seria usada obrigatoriamente. (A maioria das bancas tem esse entendimento).

    C)“Técnica americana, que consiste na implantação de eletrodos no cérebro de pacientes, consegue recuperar até 15% da capacidade de lembrar.”

    → As vírgulas estão marcando uma oração subordinada adjetiva explicativa, a retirada iria fazer com que a oração passasse a ser classificada como adjetiva restritiva, ou seja, haveria mudança de sentido.

    D)“O poema de Álvaro de Campos, um dos heterônimos mais conhecidos do escritor português Fernando Pessoa (1888-1935), remete ao conceito universal de que a memória é o que nós somos.”

    → As vírgulas estão marcando um aposto explicativo, o aposto é o termo que explica o termo anterior, o uso das vírgulas é obrigatório.

    E)“Sem que tenhamos a possibilidade de recordar, a existência se esvazia por completo.”

    Sem que equivale a se não expressa valor de condição, introduz uma oração condicional e por estar anteposta à principal, torna-se obrigatório o uso da vírgula.

    QUALQUER ERRO SÓ AVISAR NO PRIVADO

    GABARITO. B