SóProvas


ID
5091085
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Precisamos falar sobre fake news

    Minha mãe tem 74 anos e, como milhões de pessoas no mundo, faz uso frequente do celular. É com ele que. conversando por voz ou por vídeo. diariamente. vence a distância e a saudade dos netos e netas.
    Mas, para ela, assim como para milhares e milhares de pessoas, o celular pode ser também uma fonte de engano. De vez em quando, por acreditar no que chega por meio de amigos no seu WhatsApp, me envia uma ou outra mensagem contendo uma fake news. A última foi sobre um suposto problema com a vacina da gripe que, por um momento, diferente de anos anteriores, a fez desistir de se vacinar.
    Eu e minha mãe, como boa parte dos brasileiros, não nascemos na era digital. Nesta sociedade somos os chamados migrantes e, como tais, a tecnologia nos gera um certo estranhamento (e até constrangimento), embora nos fascine e facilite a vida.
    Sejamos sinceros. Nada nem ninguém nos preparou para essas mudanças que revolucionaram a comunicação. Pior: é difícil destrinchar o que é verdade em tempo de fake news.
    Um dos maiores estudos sobre a disseminação de notícias falsas na internet, publicado ano passado na revista "Science", foi realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, e concluiu que as notícias falsas se espalham 70% mais rápido que as verdadeiras e alcançam muito mais gente.
    Isso porque as fake news se valem de textos alarmistas, polêmicos, sensacionalistas, com destaque para notícias atreladas a temas de saúde, seguidas de informações mentirosas sobre tudo. Até pouco tempo atrás, a imprensa era a detentora do que chamamos de produção de notícias. E os fatos obedeciam a critérios de apuração e checagem.
    O problema é que hoje mantemos essa mesma crença, quase que religiosa, junto a mensagens das quais não identificamos sequer a origem, boa parte delas disseminada em redes sociais. Confia-se a ponto de compartilhar, sem questionar. O impacto disso é preocupante. Partindo de pesquisas que mostram que notícias e seus enquadramentos influenciam opiniões e constroem leituras da realidade. a disseminação das notícias falsas tem criado versões alternativas do mundo, da História, das Ciências "ao gosto do cliente", como dizem por ar.
    Os problemas gerados estão em todos os campos. No âmbito familiar, por exemplo, vai de pais que deixam de vacinar seus filhos a ponto de criar um grave problema de saúde pública de impacto mundial. E passa por jovens vítimas de violência virtual e física.
    No mundo corporativo, estabelecimentos comerciais fecham portas, profissionais perdem suas reputações e produtos são desacreditados como resultado de uma foto descontextualizada, uma imagem alterada ou uma legenda falsa.
    A democracia também se fragiliza. O processo democrático corre o risco de ter sua força e credibilidade afetadas por boatos. Não há um estudo capaz de mensurar os danos causados, mas iniciativas fragmentadas já sinalizam que ela está em risco.
    Estamos em um novo momento cultural e social, que deve ser entendido para encontrarmos um caminho seguro de convivência com as novas formas e ferramentas de comunicação.
    No Congresso Nacional, tramitam várias iniciativas nesse sentido, que precisam ser amplamente debatidas, com a participação de especialistas e representantes da sociedade civil.
    O problema das fake news certamente passa pelo domínio das novas tecnologias, com instrumentos de combate ao crime, mas, também, pela pedagogia do esclarecimento.
    O que posso afirmar, é que, embora não saibamos ainda o antídoto que usaremos contra a disseminação de notícias falsas em escala industrial, não passa pela cabeça de ninguém aceitar a utilização de qualquer tipo de controle que não seja democrático.
    
O.A., O Globo, em 10 de julho de 2019

Em ''Ninguém nos preparou para essas mudanças que revolucionaram a comunicação.", o pronome relativo exerce a mesma função sintática que o destacado em:

Alternativas
Comentários
  • A função sintática do QUE é sujeito. Para isso, basta substituirmos o PR "que" pelo qual ele se refere e fazer a frase, por exemplo: As mudanças revolucionaram a comunicação. Assim, podemos constatar a função sintática do QUE com a questão E. "O jornalista" defenderá o problema nas redes sociais em relação às notícias sensacionalistas.

  • A questão pede a alternativa que o ''que'' exerce função de sujeito.

    Alternativa A- Nessa alternativa exerce função de OD

    Alternativa B- Facilmente descartada, pois antes de sujeito não se usa preposição

    Alternativa C- Mesma regra citada anteriormente

    Alternativa D- Mesma regra citada anteriormente

    Alternativa E- gabarito, pois o ''que'' é um pronome relativo que substitui o termo o jornalista .

  • A questão pede a alternativa que o ''que'' exerce função de sujeito.

    Alternativa A- Função de OD

    Alternativa B- Função de OI

    Alternativa C- Função de AGENTE DA PASSIVA

    Alternativa D- Função de CN

    Alternativa E- Função de SUJEITO (= Enunciado)

    --------------------------------------------------------

    Passos:

    1- Acha o PR e ve oq ele RETOMA

    2- Ve o VERBO depois do PR e faz a análise( Oq o Termo retomado pelo PR significa pro Verbo[que está depois do PR])

    -------------------------------------------------------------

    A) Pronome Relativo(PR)- Retoma INFORMAÇÕES // RECEBER Algo= Informações

    B)Pronome Relativo(PR)- Retoma JORNALISTA // PEGAR Algo DE ALGUÉM= Do Jornalista (DELE)

    C)Pronome Relativo(PR)- Retoma JORNALISTAS // FORAM ANALISADAS= PELO JORNALISTA

    D)Pronome Relativo(PR)- Retoma PROCESSSO DEMOCRÁTICO // FAVORÁVEL = Quem é favorável é favorável A ALGO

    E)Pronome Relativo(PR)- Retoma JORNALISTA // DEFENDERÁ= Quem Defenderá= O Jornalista

  • Essa professora Isabel Vega do gabarito comentado é excelente!