SóProvas


ID
5164291
Banca
VUNESP
Órgão
TJM-SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Será uma boa ideia ter armas que definem seus alvos e disparam os gatilhos automaticamente? Um robô capaz de selecionar contratados em uma empresa seria confiável? Como garantir que a tecnologia faça bem ao ser humano? Essas são algumas perguntas presentes no debate ético em torno da IA (inteligência artificial). O crescimento da área é acelerado e muitas vezes incorre em aplicações questionáveis.

    Diversos países correm para dominar a tecnologia visando benefícios comerciais e militares. Para isso, criam políticas nacionais a fim de fomentar a pesquisa e a criação de empresas especializadas na área. EUA, China e União Europeia são destaques nesse mundo.

    O caso chinês é o mais emblemático, com startups sendo incentivadas a desenvolver sistemas sofisticados de reconhecimento facial. O governo usa a tecnologia para rastrear algumas minorias, como os uigures, população majoritariamente muçulmana. Câmeras nas ruas e aplicativos nos celulares monitoram os passos dos cidadãos. A justificativa chinesa é pautada na segurança nacional: o objetivo é coibir ataques extremistas. O sistema de vigilância já foi vendido a governos na África, como o do Zimbábue.

    A discussão sobre ética no ocidente tenta impor limites à inteligência artificial para tentar impedir que a coisa fuja do controle. Outras ferramentas poderosas já precisaram do mesmo tratamento. A bioética, que ajuda a estabelecer as regras para pesquisas em áreas como a genética, é frequentemente citada como exemplo a ser seguido. Uma boa forma de lidar com os riscos de grandes avanços sem impedir o progresso da ciência é por meio de consensos de especialistas, em congressos. Eles podem suspender alguma atividade no mundo todo por um período determinado – uma moratória – para retomar a discussão no futuro, com a tecnologia mais avançada.

    Essa ideia de pé no freio aparece na inteligência artificial. Um rascunho de documento da União Europeia obtido pelo site “Politico”, em janeiro, mostra que o grupo considera banir o reconhecimento facial em áreas públicas por um período de três a cinco anos. Nesse tempo, regras mais robustas devem ser criadas.

(Raphael Hernandes. Inteligência artificial enfrenta questões éticas para ter evolução responsável. Disponível em: https://temas.folha.uol.com.br. Acesso em: 25.02.2020. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o enunciado entre colchetes substitui a construção original, com sentido compatível e de acordo com a norma-padrão de regência verbal.

Alternativas
Comentários
  • GAB. A

    Será boa ideia ter armas …[apropriar-se de armas

  • Gabarito: A

    A) Será boa ideia ter armas … [apropriar-se de armas] ➔ Verbo pronominal regido pela preposição "de": Apropriar-se DE algo.

    Todos os demais verbos, no presente contexto, são VTD, ou seja, seus complementos não exigem preposição:

    B) impor limites [instituir por limites] ➔ instituir limites

    C) retomar a discussão [resgatar da discussão] ➔ resgatar a discussão

    D) impedir o progresso [obstaculizar ao progresso] ➔ obstaculizar o progresso

    E) monitoram os passos [controlam aos passos] ➔ controlam os passos

  • CUIDADO!

    Há comentário equívoco acerca da transitividade verbal.

    a) Será boa ideia ter armas …[apropriar-se de armas]

    Correto. O verbo "apropriar-se", segundo Celso Pedro Luft em Dicionário Prático de Regência Verbal, p.66, não é transitivo indireto consoante consta em um comentário desta questão, senão pronominal e transitivo direto e indireto, regendo a preposição "de";

    b) impor limites [instituir por limites]

    Incorreto. O verbo "instituir", segundo Celso Pedro Luft em Dicionário Prático de Regência Verbal, p.337, pode ser transitivo direto ou transitivo direto e indireto. Na acepção trazida em tela, é transitivo direto, dispensando, pois, a preposição "por". Correção: "instituir limites";

    c) retomar a discussão [resgatar da discussão]

    Incorreto. O verbo "resgatar", segundo Celso Pedro Luft em Dicionário Prático de Regência Verbal, p.454, só se comporta como transitivo direto, ou seja, não rege preposição "de". Correção: "resgatar a discussão";

    d) impedir o progresso [obstaculizar ao progresso]

    Incorreto. O verbo "obstaculizar", segundo Celso Pedro Luft em Dicionário Prático de Regência Verbal, p.381, só se comporta como transitivo direto, ou seja, não rege preposição "a". Correção: "obstaculizar o progresso";

    e) monitoram os passos [controlam aos passos]

    Incorreto. O verbo "controlar", segundo Celso Pedro Luft em Dicionário Prático de Regência Verbal, p.150, só se comporta como transitivo direto, ou seja, não rege preposição "a". Correção: "controlam os passos".

    Letra A

  • Questão sem gabarito a meu ver

    Na alternativa A, mantém-se a norma-padrão de regência verbal, todavia o sentido é alterado.

    Ter: estar na posse, ser proprietário ou estar no gozo de; possuir, usufruir.

    Apropriar: tomar para si, tomar como propriedade; arrogar-se a posse de; apoderar(-se), assenhorear(-se).

  • Vunesp ta começando a viajar no entendimento das questões .

  • sei não hein

  • "Será boa ideia ter armas …[apropriar-se de armas]"

    Se ele pedissem para substituir somente pela expressão "ter armas" eu acertaria. Mas, ao meu ver, o "será" dá a ideia de algo duvidoso, de uma hipótese, ao passo que o verbo "Apropriar-se" não deixa inferir qualquer tipo de dúvida.

  • Sei,

    então pra VUNESP deveria ficar: "... Apropriar-se de armas que definem seus alvos e disparam os gatilhos automaticamente?..."

    Sei, tá bom!

  • Examinadores da FGV estão fazendo um extra na Vunesp devido à pandemia...

  • acertei por eliminação .

  • Será boa ideia ter armas …[apropriar-se de armas]

  • Raciocinei a questão da seguinte forma:

    A) Será boa ideia ter armas [apropriar-se de armas]

    Ter é posse, e a partir do momento que nos apropriamos de algo, estamos tomando posse. Ou seja, o trecho pode ser reescrito pelo o que está escrito entre colchetes sem qualquer alteração de sentido.

    B) Impor limites [instituir por limites]

    Instituir não tem relação com impor, uma vez que instituir significa criar, fundar, atribuir ou estabelecer algo, e impor significa obrigação, algo indispensável. Logo, não há como reescrever o trecho sem alteração em seu sentido. Sem contar que a reescrita correta seria: instituir os limites ou instituir limites, sem a inclusão do "por" como consta dentre os colchetes.

    C) Retomar a discussão [resgatar da discussão]

    Mesmo raciocínio da alternativa anterior: retornar nada tem a ver com resgatar, uma vez que retornar remete ao sentido de repetição/voltar. Enquanto resgatar remete ao sentido de livramento/salvação. Sem contar que a reescrita correta seria: resgatar a discussão, e não "da discussão" como consta nos colchetes.

    D) impedir o progresso [obstaculizar ao progresso]

    Seguimos com o raciocínio das alternativas B e C: impedir significa evitar, impossibilitar, empatar. Obstaculizar significa dificultar, mas não impossibilitar. Ou seja, ainda é possível praticar, porém, por decorrência dos obstáculos, a prática torna-se mais difícil. E mais uma vez, a reescrita correta seria: obstaculizar o progresso.

    E) Monitoram os passos [controlam aos passos]

    Ainda com o mesmo raciocínio: monitorar significa vigiar, acompanhar. Controlar significa mandar, conter, regular. E a reescrita correta seria: controlam os passos.

    Resumindo: com exceção da alternativa A, todas as outras alteram o sentido do trecho.

    Espero ter ajudado! :)

  • GABARITO - A

    Seria uma boa mesmo ...

    Parabéns! Você acertou!

  • O jeito foi ir por eliminação...

    Gabarito. A

  • Essa é uma questão que foca na regência verbal, conforme indica o próprio enunciado da questão. Nesse sentido, deve-se averiguar as opções e ver em qual delas o verbo proposto nos colchetes corresponde ao sentido do verbo original respeitando as regras da regência segundo a norma padrão da Língua Portuguesa.

    Começando pela letra A, a regência do verbo apropriar-se, com o sentido de ter em posse (ou simplesmente ter), de fato, dá-se com a preposição “de" – quem se apropria se apropria de algo/alguma coisa. Ainda que já se tenha descoberto a opção correta, vale analisar o porquê de as outras alternativas estarem incorretas.

    Seguindo a ordem, a letra B está incorreta pelo fato de a regência do verbo “instituir", no sentido de impor, de estabelecer, ser transitiva direta, o que significa que não se deve impor a ele nenhuma preposição. Assim, “instituir por limites" é um equívoco, já que o correto seria “instituir limites". O mesmo fenômeno ocorre com o verbo “resgatar", que é transitivo direto no sentido de retomar. Logo, alguém resgata algo, e não resgata de algo. Também a letra D e a letra E incorrem no mesmo equívoco, já que tanto o verbo obstaculizar no sentido de impedir quanto o verbo controlar no sentido de fiscalizar, monitorar, são transitivos diretos e não admitem preposições – alguém obstaculiza algo / alguém controla algo. Nessas duas opções, é errado usar a preposição “a".

     Portanto, a opção correta confirma-se como sendo a letra A.

    Gabarito do Professor: Letra A.
  • Essa foi para não zerar

  • pouco forçada...

  • Ter é diferente de apropriar-se.

  • Era só fazer a regência dos colchetes...todas, com exceção da A ( VTI), estão com a regência errada, ambas sendo VTD

  • Verbo transitivo direto -> Não rege preposição, pede complemento

    Verbo transitivo Indireto -> Rege preposição, não pede complemento

    Verbo transitivo direto e indireto -> Rege preposição e pede complemento

    MAS GABRIEL, me explica uma coisa, como diabos vou saber qual verbo é qual? Calma jovem padawan eu sofri muito já com isso. Se liga.

    Verbo dar. Quem dá algo, da algo a alguém (VTDI)

    Verbo beber. Quem bebe, bebe alguma coisa (VTD)

    Verbo fazer. Quem faz algo, faz a alguém (VTDI)

    ......

    Moral da história, Você pergunta ao verbo (algo ou alguém) e descobre se ele tem preposição ou não. Devemos nos atentar ainda que os verbos podem variar a depender do contexto.

    Sem delongas, vamos a correção.

    A

    Será boa ideia ter armas …[apropriar-se de armas] -> (Quem se apropria, se apropria-se DE alguma coisa)

    B

    impor limites [instituir por limites] -> (Quem institui, institui alguma coisa) (Sem preposição)

    C

    retomar a discussão [resgatar da discussão] (Quem resgata, resgata alguém) (Sem preposição)

    D

    impedir o progresso [obstaculizar ao progresso] (Quem obstaculiza, obstaculiza alguma coisa) (Sem preposição)

    E

    monitoram os passos [controlam aos passos] (Quem controla, controla alguma coisa) (Sem preposição)

    Bons estudos, caso tenha cometido algum equivoco, me chame no PV para arrumar!! abraçosss

  • a minha única critica nessa questão é que "ter" e "apropriar" têm sentidos diferentes, MAS se fizer a troca no texto, o sentido permacene.

  • Ter um cargo público é diferente de "apropriar-se" de um cargo público, assim como ter armas é diferente de "apropriar-se" de armas. Com certeza a Vunesp forçou um pouco nessa questão e se você não reler o texto e substituir, vai errar.

  • achei bem forçado tentarem aproximar os sentidos da letra A.

  • examinador levou chifrada, só pode.