SóProvas


ID
5265739
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
Prefeitura de João Pessoa - PB
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Borderline: o transtorno que faz pessoas irem
do "céu ao inferno" em horas
Tatiana Pronin
Uma alegria contagiante pode se transformar em tristeza profunda em um piscar de olhos porque alguém "pisou na bola". O amor intenso vira ódio profundo, porque a atitude foi interpretada como traição; o sentimento sai de controle e se traduz em gritos, palavrões e até socos. E, então, bate uma culpa enorme e o medo de ser abandonado, como sempre. Dá vontade de se cortar, de beber e até de morrer, porque a dor, o vazio e a raiva de si mesmo são insuportáveis. As emoções e comportamentos exaltados podem dar uma ideia do que vive alguém com transtorno de personalidade borderline (ou "limítrofe").
 Reconhecido como um dos transtornos mais lesivos, leva a episódios de automutilação, abuso de substâncias e agressões físicas. Além disso, cerca de 10% dos pacientes cometem suicídio. Além da montanha-russa emocional e da dificuldade em controlar os impulsos, o borderline tende a enxergar a si mesmo e aos outros na base do "tudo ou nada", o que torna as relações familiares, amorosas, de amizade e até mesmo a com o médico ou terapeuta extremamente desgastantes.
Muitos comportamentos do "border" (apelido usado pelos especialistas) lembram os de um jovem rebelde sem tolerância à frustração. Mas, enquanto um adolescente problemático pode melhorar com o tempo ou depois de uma boa terapia, o adulto com o transtorno parece alguém cujo lado afetivo não amadurece nunca.
Ainda que seja inteligente, talentoso e brilhante no que faz, reage como uma criança ao se relacionar com os outros e com as próprias emoções — o que os psicanalistas chamam de "ego imaturo". Em muitos casos, o transtorno fica camuflado entre outros, como o bipolar, a depressão e o uso abusivo de álcool, remédios e drogas ilícitas.
De forma resumida, um transtorno de personalidade pode ser descrito como um jeito de ser, de sentir, se perceber e se relacionar com os outros que foge do padrão considerado "normal" ou saudável. Ou seja, causa sofrimento para a própria pessoa e/ou para os outros. Enquadrar um indivíduo em uma categoria não é fácil — cada pessoa é um universo, com características próprias. [...]
O diagnóstico é bem mais frequente entre as mulheres, mas estudos sugerem que a incidência seja igual em ambos os sexos. O que acontece é que elas tendem a pedir mais socorro, enquanto os homens são mais propensos a se meter em encrencas, ir para a cadeira ou até morrer mais precocemente por causa de comportamentos de risco. Quase sempre o transtorno é identificado em adultos jovens e os sintomas tendem a se tornar atenuados com o passar da idade.
Transtornos de personalidade são diferentes de transtornos mentais (como depressão, ansiedade, transtorno bipolar, psicose etc.), embora seja difícil para leigos e desafiante até para especialistas fazer essa distinção, já que sobreposições ou comorbidades (existência de duas ou mais condições ao mesmo tempo) são muito frequentes. Não é raro que o borderline desenvolva transtorno bipolar, depressão, transtornos alimentares (em especial a bulimia), estresse pós-traumático, déficit de atenção/hiperatividade e transtorno por abuso de substâncias, entre outros. [...]
O paciente borderline sofre os períodos de instabilidade mais intensos no início da vida adulta. Há situações de crise, ou maior descontrole, que podem até resultar em internações porque o paciente coloca sua própria vida ou a dos outros em risco. Por volta dos 40 ou 50 anos, a maioria dos "borders" melhora bastante, probabilidade que aumenta se o paciente se engaja no tratamento. [...]
 A personalidade envolve não só aspectos herdados, mas também aprendidos, por isso a melhora é possível, ainda que seja difícil de acreditar no início. Se a psicoterapia é importante para ajudar o bipolar a identificar uma virada e evitar perdas, no transtorno de personalidade ela é o carro-chefe do tratamento. [...]
Medicamentos ajudam a aliviar os sintomas depressivos, a agressividade e o perfeccionismo exagerado, e são ainda mais importantes quando existe um transtorno mental associado. Os fármacos mais utilizados são os antidepressivos (flluoxetina, escitalopram, venlafaxina etc.), os estabilizadores de humor (lítio, lamotrigina, ácido valproico etc.), os antipsicóticos (olanzapina, risperidona, quietiapina etc.) e, em situações pontuais, sedativos ou remédios para dormir (clonazepan, diazepan, alprazolan etc.). Esses últimos costumam ser até solicitados pelos pacientes, mas devem ser evitados ao máximo, porque podem afrouxar o controle dos impulsos, assim como o álcool, além de causarem dependência. [...]
Disponível em:
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2018/04/16/borderlinea-doenca-que-faz-10-dos-diagnosticados-cometerem-suicidio.htm. Acesso em: 04 jan. 2021. 

Considerando o seguinte excerto, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
“O diagnóstico é bem mais frequente entre as mulheres, mas estudos sugerem que a incidência seja igual em ambos os sexos.”.
( ) Os termos “diagnóstico” e “incidência” são acentuados devido à mesma regra de acentuação em Língua Portuguesa.
( ) No termo “frequente”, há um encontro consonantal em “fr”.
( ) O vocábulo “mulheres” apresenta um dígrafo e um encontro consonantal.
( ) As palavras “frequente”, “mulheres” e “incidência” são todas paroxítonas.
( ) O termo “sexos” apresenta cinco letras e seis fonemas.

Alternativas
Comentários
  • gab c

    ( F )diagnóstico é proparoxítona e incidência paroxítona terminada em ditongo

    (V) correta

    (F) mulheres apresenta dígrafo em LH. som de uma letra só

    (V) correta

    (V) correta SÉKSOS 6 fonemas, SEXOS 5 letras

  • Para quem se passou no sugundo item "( ) No termo “frequente”, há um encontro consonantal em “fr”.":

    Digrafo consonatal é diferente de encontro consonantal. No dígrafo, as duas consoantes ficam juntas, mas possuem o som de uma letra só (duas consoantes que representam um fonema). Já no encontro consonantal, duas consoantes ficam juntas, mas cada uma produz o seu próprio som. Ao ser pronunciada a palavra, é possível compreender o som das duas letras.

  • Correntemente . O ''x'' é a unica hípotese de dífono na lingua portuguesa , que seria um grafema com dois fonemas , som de '' k'' e som de ''s''

  • Galera. Diagnóstico e Incidência, a segunda não pode ser classificada como uma Falsa proparoxítona?

  • (F) Os termos “diagnóstico” e “incidência” são acentuados devido à mesma regra de acentuação em Língua Portuguesa. ("Diagnóstico" é uma proparoxítina e "Incidência" é uma paroxítona terminada em ditongo).

    (V) No termo “frequente”, há um encontro consonantal em “fr”. ( é o encontro de duas consoantes).

    (F) O vocábulo “mulheres” apresenta um dígrafo e um encontro consonantal. (dígrafo é duas letras, um som - dígrafo vocálico são as anazaladas - dígrafo consonantal são duas consoantes e um som)

    (V) As palavras “frequente”, “mulheres” e “incidência” são todas paroxítonas.

    (V) O termo “sexos” apresenta cinco letras e seis fonemas. (S E K S O S - o "x" representa dois sons).

  • (f ) Os termos “diagnóstico” e “incidência” são acentuados devido à mesma regra de acentuação em Língua Portuguesa.

    Di - ag - nós - ti - co - Proparoxítona

    In - ci - dên - cia -(acento no vizinho o final fica juntinho) Paroxítona

    ( v) No termo “frequente”, há um encontro consonantal em “fr”.

    *Fre - quen - te _ (nt) também é.

    Encontro Consonantal- Reunião de duas ou mais consoantes, sem vogal entre elas.

    (f ) O vocábulo “mulheres” apresenta um dígrafo e um encontro consonantal.

    Dígrafo- grupo de duas letras para representar um único fonema(som).

    Mu - lhe - res

    (v ) As palavras “frequente”, “mulheres” e “incidência” são todas paroxítonas.

    Fre - quen - te mu - lhe - res in - ci - dên - cia

    (v ) O termo “sexos” apresenta cinco letras e seis fonemas.

    Séksos- 6 fonemas

    Sexos - 5 letras

    Gabarito: C

  • Acertei a questão, porém, o "lh" por mais que seja um dígrafo, é sim um encontro consonantal.

  • No meu ponto de vista o digrama consonantal "lh" não corresponde a encontro consonantal pois o "h" não consiste num fonema (consoante é espécie de fonema) e sim um marcador de nasalidade. " h" não é pronunciado, portanto não é fonema.
  • Gab C os colegas já explicaram

    bizu: pra última pergunta

    Número de fonemas: N de letras - n de digrafos + n de difonos = n de fonemas

    #foconaminhafarda pm.

    um dia pertencerei

  • Di-ag-nós-ti-co é proparoxítona. In-ci-dên-cia é paroxítona terminada em ditongo crescente. Logo, NÃO são acentuados pela mesma regra de acentuação.

    Em mu-lhe-res há somente o dígrafo consonantal LH (2 letras = 1 fonema). Não há encontro consonantal.

    Em sexos a letra x tem som de /ks/, ou seja, é um Dífono (1 letra = 2 fonemas).

    Resposta: letra C

  • Dígrafo significa “duas letras” (DI=duas/GRAFO=letra). Na língua portuguesa, quando essas duas letras, juntas na mesma palavra, possuem som de uma letra só quando reproduzidas foneticamente, são chamadas de dígrafo.

    Existem dois tipos de dígrafos. Veja:

    Dígrafo vocálico: acontece quando o encontro das duas letras formam um som vocálico.

    Exemplos:

    - AM: ambiente; lamparina.

    - EM: embrião; embalagem.

    - IM: improviso; impulso.

    - OM: ombro; combate.

    - UM: tumba; chumbo.

    - AN: anta; canto.

    - EN: frente; crente.

    - IN: insulto; linda.

    - ON: ponte; fonte.

    - UN: sunga; fundo.

    Dígrafo consonantal: quando as duas letras da palavra formam um único som consonantal.

    Exemplos:

    - LH: ilha; baralho.

    - CH: chapéu; chave.

    - NH: manhã; carinho.

    - RR: carro; Irritar.

    - SS: passar; pássaro.

    - QU: queijo; porque.

    - GU: guitarra; águia.

    - SC: nascer; crescer.

    - SÇ: cresça; desça.

    - XC: exceção; exceder.

    - XS: exsuflar; exsurgir.

    No dígrafo, as duas letras ficam juntas, mas possuem o som de uma letra só. Já no encontro consonantal, duas consoantes ficam juntas, mas cada uma produz o seu próprio som. Ao ser pronunciada a palavra, é possível compreender o som das duas letras. 

    Os encontros consonantais podem ser classificados ainda como perfeitos e imperfeitos. Veja a diferença:

    Encontro consonantal perfeito: acontece quando o encontro das duas consoantes permanece na mesma sílaba após a  da palavra. Além disso, eles possuem uma consoante seguida de L ou R na mesma sílaba.

    Exemplos:

    - Flores: flo-res;

    - Claro: cla-ro;

    - Soprar: so-prar;

    - Livro: li-vro;

    - Blusa: blu-sa;

    - Planta: plan-ta.

    Encontro consonantal imperfeito: acontece quando as duas consoantes da palavra se separam quando acontece a separação de sílabas.

    Exemplos:

    - Forte: for-te;

    - Curto: cur-to;

    - Torta: tor-ta;

    - Objeto: ob-je-to;

    - Advogado: ad-vo-ga-do;

    - Absoluto: ab-so-lu-to.

    Existem ainda os encontros consonantais que não se separam quando estão no início da frase, porque não existe uma sílaba sem uma vogal.

    Exemplos:

    - Gnomo: gno-mo;

    - Psicólogo: psi-có-lo-go;

    - Psicológico: psi-co-ló-gi-co.

    FONTE: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/digrafo

  • Esta questão avalia os conhecimentos do candidato sobre as convenções ortográficas, bem como a relação letra x fonema.

     

    De acordo com glossário do CEALE (Centro de Alfabetização Leitura e Escrita) da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a “ortografia é um sistema convencional de representação que prescreve a forma correta de se escrever as palavras, incluindo as letras, a acentuação gráfica e a segmentação das palavras. As convenções ortográficas preveem que todo usuário da língua reconheça o alfabeto como sistema de representação gráfica de sinais sonoros. Postula a necessidade de se escrever ortograficamente palavras com correspondências regulares diretas entre letras e fonemas. É necessário, também, conhecer e fazer uso das grafias de palavras com correspondências regulares contextuais, entre letras ou grupo de letras e seu valor sonoro".

     

    É importante frisas que letras são sinais gráficos que tornam possível a escrita. Já os fonemas são unidades sonoras que compõem o discurso e são representadas entre barras oblíquas (//). Apesar de o número de letras e de fonemas coincidir em boa parte das palavras, essa equivalência nem sempre existe. Vejam:

     

    ·         acesso = 6 letras

    ·         /a/ /c/ /e/ /s/ /o/ = 5 fonemas

     

     

    Para darmos uma resposta detalhada, vamos analisar o enunciado.

     

    Considerando o seguinte excerto, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.

     

    “O diagnóstico é bem mais frequente entre as mulheres, mas estudos sugerem que a incidência seja igual em ambos os sexos.".

     

    Agora, é hora de considerar cada uma das opções.

     

     

    (F) Os termos “diagnóstico" e “incidência" são acentuados devido à mesma regra de acentuação em Língua Portuguesa.

     

    Esta afirmação é falsa. Não se trata da mesma regra de acentuação. Diagnóstico (di-ag-nós-ti-co) é uma palavra proparoxítona, isto é, uma palavra cuja sílaba tônica é a antepenúltima. E segundo as regras de acentuação, todas as palavras proparoxítonas são acentuadas. Ainda bem, pois, se não fosse assim, haveria frequente confusão entre o substantivo diagnóstico (acentuada) e a forma conjugada do verbo diagnosticar na 1ª pessoa do presente do indicativo – Eu diagnostico (não acentuada).

     

    Já a palavra incidência (in-ci-dên-cia) é uma palavra paroxítona, isto é, cuja sílaba tônica é a penúltima. E notem que incidência é terminada em ditongo crescente (ia). De acordo com as regras de acentuação, quando as paroxítonas terminam em ditongo crescente elas devem ser acentuadas.

     

    (V) No termo “frequente", há um encontro consonantal em “fr".

     

    Esta afirmação é verdadeira. Encontros consonantais são palavras que contêm duas ou mais consoantes juntas, sem intervenção de vogal, como em prato, fraco, psicólogo, triagem. A palavra frequente é outro caso de termo em que existe o encontro consonantal

     

    (F) O vocábulo “mulheres" apresenta um dígrafo e um encontro consonantal.

     

    Esta afirmação é falsa. Segundo as regras gramaticais, a sequência lh é um dígrafo e não encontro consonantal. O dígrafo ocorre quando duas letras representam um único fonema, como na palavra máquina, por exemplo. Aqui, o qu representa o fonema k. Já no caso de mulheres, o lh é uma unidade sonora não tão facilmente verificável, sendo comum, às vezes, a confusão entre o dígrafo lh e a sílaba li.

     

    (V) As palavras “frequente", “mulheres" e “incidência" são todas paroxítonas.

    Esta afirmação é verdadeira. As três palavras são paroxítonas. A diferença é que paroxítonas terminas em ditongo crescente, como incidência (ia é um ditongo crescente) são acentuadas, ao passo que paroxítonas terminadas em e e em s não são acentuadas.

     

    (V) O termo “sexos" apresenta cinco letras e seis fonemas.

    Esta afirmação é verdadeira. A palavra sexos apresenta cinco letras (s,e, x,o, s) e seis fonemas (/s/, /e/, /k/, /s/, /o/, /s/).

     

    Resumindo, temos F – V – F – V – V. Esta combinação de respostas só existe na alternativa C.

     

    Gabarito do Professor: Letra C.

     

    REFERÊNCIA BIBLIOGÁFICA:

    GLOSSÁRIO CEALE. Disponível em: http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/convencoes-ortograficas

  • acertei essa bagaça!

    gabarito: C

    PMPI vai que cole!

  • DIFERENÇA ENTRE DIGRAFOS E ENCONTRO CONSONONTAL

    Como visto no decorrer do texto, quando duas ou mais consoantes estão juntas em uma mesma palavra são classificadas como encontros consonantais. No entanto, existem exceções em que (o que aparentemente seria um encontro consonantal) é um.  

    Correspondem a esse caso as consoantes: ch, lh, nh, rr, ss, qu e gu. Tratam-se, portanto, de ressalvas que auxiliam na formação de fonemas.

    Por dígrafo entende-se que é quando uma palavra tem consoantes que perdem o som próprio, formando, assim, um único som. Nesses casos, a quantidade de fonema e letra na palavra é diferente.

    FONTE https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/encontros-consonantais