SóProvas


ID
5265745
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
Prefeitura de João Pessoa - PB
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Borderline: o transtorno que faz pessoas irem
do "céu ao inferno" em horas
Tatiana Pronin
Uma alegria contagiante pode se transformar em tristeza profunda em um piscar de olhos porque alguém "pisou na bola". O amor intenso vira ódio profundo, porque a atitude foi interpretada como traição; o sentimento sai de controle e se traduz em gritos, palavrões e até socos. E, então, bate uma culpa enorme e o medo de ser abandonado, como sempre. Dá vontade de se cortar, de beber e até de morrer, porque a dor, o vazio e a raiva de si mesmo são insuportáveis. As emoções e comportamentos exaltados podem dar uma ideia do que vive alguém com transtorno de personalidade borderline (ou "limítrofe").
 Reconhecido como um dos transtornos mais lesivos, leva a episódios de automutilação, abuso de substâncias e agressões físicas. Além disso, cerca de 10% dos pacientes cometem suicídio. Além da montanha-russa emocional e da dificuldade em controlar os impulsos, o borderline tende a enxergar a si mesmo e aos outros na base do "tudo ou nada", o que torna as relações familiares, amorosas, de amizade e até mesmo a com o médico ou terapeuta extremamente desgastantes.
Muitos comportamentos do "border" (apelido usado pelos especialistas) lembram os de um jovem rebelde sem tolerância à frustração. Mas, enquanto um adolescente problemático pode melhorar com o tempo ou depois de uma boa terapia, o adulto com o transtorno parece alguém cujo lado afetivo não amadurece nunca.
Ainda que seja inteligente, talentoso e brilhante no que faz, reage como uma criança ao se relacionar com os outros e com as próprias emoções — o que os psicanalistas chamam de "ego imaturo". Em muitos casos, o transtorno fica camuflado entre outros, como o bipolar, a depressão e o uso abusivo de álcool, remédios e drogas ilícitas.
De forma resumida, um transtorno de personalidade pode ser descrito como um jeito de ser, de sentir, se perceber e se relacionar com os outros que foge do padrão considerado "normal" ou saudável. Ou seja, causa sofrimento para a própria pessoa e/ou para os outros. Enquadrar um indivíduo em uma categoria não é fácil — cada pessoa é um universo, com características próprias. [...]
O diagnóstico é bem mais frequente entre as mulheres, mas estudos sugerem que a incidência seja igual em ambos os sexos. O que acontece é que elas tendem a pedir mais socorro, enquanto os homens são mais propensos a se meter em encrencas, ir para a cadeira ou até morrer mais precocemente por causa de comportamentos de risco. Quase sempre o transtorno é identificado em adultos jovens e os sintomas tendem a se tornar atenuados com o passar da idade.
Transtornos de personalidade são diferentes de transtornos mentais (como depressão, ansiedade, transtorno bipolar, psicose etc.), embora seja difícil para leigos e desafiante até para especialistas fazer essa distinção, já que sobreposições ou comorbidades (existência de duas ou mais condições ao mesmo tempo) são muito frequentes. Não é raro que o borderline desenvolva transtorno bipolar, depressão, transtornos alimentares (em especial a bulimia), estresse pós-traumático, déficit de atenção/hiperatividade e transtorno por abuso de substâncias, entre outros. [...]
O paciente borderline sofre os períodos de instabilidade mais intensos no início da vida adulta. Há situações de crise, ou maior descontrole, que podem até resultar em internações porque o paciente coloca sua própria vida ou a dos outros em risco. Por volta dos 40 ou 50 anos, a maioria dos "borders" melhora bastante, probabilidade que aumenta se o paciente se engaja no tratamento. [...]
 A personalidade envolve não só aspectos herdados, mas também aprendidos, por isso a melhora é possível, ainda que seja difícil de acreditar no início. Se a psicoterapia é importante para ajudar o bipolar a identificar uma virada e evitar perdas, no transtorno de personalidade ela é o carro-chefe do tratamento. [...]
Medicamentos ajudam a aliviar os sintomas depressivos, a agressividade e o perfeccionismo exagerado, e são ainda mais importantes quando existe um transtorno mental associado. Os fármacos mais utilizados são os antidepressivos (flluoxetina, escitalopram, venlafaxina etc.), os estabilizadores de humor (lítio, lamotrigina, ácido valproico etc.), os antipsicóticos (olanzapina, risperidona, quietiapina etc.) e, em situações pontuais, sedativos ou remédios para dormir (clonazepan, diazepan, alprazolan etc.). Esses últimos costumam ser até solicitados pelos pacientes, mas devem ser evitados ao máximo, porque podem afrouxar o controle dos impulsos, assim como o álcool, além de causarem dependência. [...]
Disponível em:
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2018/04/16/borderlinea-doenca-que-faz-10-dos-diagnosticados-cometerem-suicidio.htm. Acesso em: 04 jan. 2021. 

Ainda em relação ao trecho “Esses últimos costumam ser até solicitados pelos pacientes, mas devem ser evitados ao máximo, porque podem afrouxar o controle dos impulsos, assim como o álcool, além de causarem dependência.”, os verbos destacados retomam a expressão “Esses últimos” e fazem referência a ela por meio de

Alternativas
Comentários
  • Gab : A

    sujeito será classificado como determinado elíptico (existem outras nomenclaturas, sujeito oculto ou sujeito desinencial) quando ele não for apresentando de maneira explícita na oração. Ele poderá ser reconhecido por meio da desinência verbal ou do contexto em que a oração é empregada.

  • Zeugma > é quando há uma ocultação de termo já citado anteriormente (utilizado em figuras de linguagem);

    Anáfora > coesão para recuperar elemento já anunciado;

    Catáfora > coesão para anunciar elemento que será citado posteriormente.

    Bizu que uso: penso na letras "A" (1) e "C" (2) conforme a ordem alfabética, isso me faz lembrar o que esses elementos de coesão buscam retomar/anunciar.

    #MDMT

  • ANáfora = termo ANterior (Ex.: Eu amo meus filhos... eles são tudo para mim)

    Catáfora = vai ser posterior (Ex.: Eu só desejo isto: paz e saúde)

    ---

    Elipse: termo oculto NÃO DITO que, pela desinência do verbo, é aferível (Ex.: Tenho dois filhos, uma filha e amo todos da mesma maneira. ← Nesse caso, temos o sujeito elíptico "Eu", tendo em vista a desinência do verbo "ter" e "amo" [eu tenho ... eu amo]

    Zeugma: omissão de um termo JÁ DITO e que, pelo contexto, é de fácil percepção (Ex.: Meus colegas de trabalho gostam de futebol; eu, de vôlei. Houve a zeugma do verbo "gostar" [eu gosto de vôlei]

  • Sujeito elíptico, desinencial, oculto: Identificável no discurso do texto.

    1. Verbo na 1º pessoa do singular ou plural
    2. Verbo na 2ºpessoa singular ou plural
    3. Verbo na 3ºpessoa do singular
    4. Verbo 3º pessoa plural com referência textual

    Prof. Elias Santana do Gran Curso

  • Complementos:

    Anáfora e Zeugma estabelecem relação com o que já foi dito.

    Bons estudos!!!

  • GABARITO: A

    Sujeito determinado elíptico (oculto ou desinencial)

    O sujeito será classificado como determinado elíptico (existem outras nomenclaturas, sujeito oculto ou sujeito desinencial) quando ele não for apresentando de maneira explícita na oração. Ele poderá ser reconhecido por meio da desinência verbal ou do contexto em que a oração é empregada. Observe os exemplos:

    Como estudaremos para a prova sem os livros?

    Sujeito: nós (elíptico, identificável pela desinência verbal -emos)

    Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/tipos-sujeito.htm

  • a) Correta

    b) zeugma, em que se oculta um termo, independente de ter sido mencionado antes ou não. (a zeugma é um tipo de elipse e necessariamente é quando o termo já foi mencionado antes. Quando não menciona é apenas elipse).

    c) coesão por anáfora, em que se usa um elemento para anunciar outro, ainda não mencionado no texto. (a anáfora é o uso de um elemento para anunciar outra já mencionado no texto)

    d) coesão por catáfora, em que se usa um elemento para recuperar outro, já mencionado no texto. (a catáfora é o uso de um termo que não foi antes mencionado no texto e terá menção posterior, no caso o termo já foi mencionado "esses últimos")

    e) referenciação nominal, em que se emprega um nome para recuperar um termo anterior. (a referenciação nominal é quando se usa um nome para recuperar termo anterior, no caso são usados verbos).

  • Dica: A AOCP adora elipse e metáfora!!

  • A Banca AOCP não sabe nem diferenciar Elipse de Zeugma: Q714932:

    Em relação ao excerto: “O primeiro momento é de exaltação e esperança. O segundo é sombrio.”, é correto afirmar que:

    C) ocorre uma elipse na segunda oração. (Gabarito).

    O correto seria: ocorre uma zeugma na segunda oração.

    Banca FRACA!!!

  • A alternativa B está incorreta, pois a definição de zeugma não é verídica.

  • A Ana já foi e a Cátia ainda não.

  • Alternativa A: O sujeito desinencial (0culto, elíptico, implícito, subentendido) não se encontra expresso na oração, no entanto pode ser identificado por meio da desinência.

    Alternativa B: A zeugma é um tipo de elipse e necessariamente é quando o termo já foi mencionado antes.

    Alternativa C: Anáfora retoma um termo anteriormente mencionado no texto.

    Alternativa D: Catáfora anuncia um termo ainda não mencionado no texto.

    Alternativa E: Referenciação nominal trata-se do uso de anáfora e catáfora. O que se usou, neste contexto, foi o uso do sujeito desinencial.