SóProvas


ID
5288464
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
Prefeitura de João Pessoa - PB
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Consumo Consciente

Helio Mattar


A adoção de processos sustentáveis é uma questão não de escolha, mas de sobrevivência. Não desta ou daquela empresa, mas da vida de todos os indivíduos do planeta. Portanto, é imprescindível que os valores da sustentabilidade sejam incorporados a marcas, bens, serviços e aos pequenos atos do cotidiano. Pesquisas realizadas ao longo de dez anos de trabalho para conscientizar a população das formas mais racionais e sustentáveis de consumir comprovam que quem investe em sustentabilidade ganha também na preferência do consumidor. Afinal, 65% dos chamados formadores de opinião discutem o comportamento ético socioambiental de empresas, assim como 41% da população brasileira, segundo a Pesquisa Responsabilidade Social das Empresas - Percepção do Consumidor Brasileiro, realizada pelo Instituto Akatu e pelo Instituto Ethos, em dezembro de 2010. Hoje, dois em cada cinco brasileiros já topam pagar um pouco mais por uma marca que seja mais sustentável.

As empresas obviamente precisam de lucros, mas os interesses empresariais devem ir muito além da esfera monetária e focar, principalmente, uma sociedade melhor para todos. E cada membro dessa sociedade sustentável deve necessariamente superar o consumismo para assentar bases mais no durável e menos no descartável, mais no virtual e menos no físico, mais no público ou no compartilhado e menos no individual, mais no uso que na posse, mais no renovável que no fóssil, mais na cooperação que na competição.

As corporações e a propaganda podem contribuir fortemente como indutoras desse novo estilo de vida ao estimular a imaginação e a projeção de um futuro sustentável e desejável e ao investir em meios para alcançar esse futuro: inovação de processos, de produtos e de comportamentos, reforço de novos valores da sustentabilidade e articulação, pressão, parceria por novas políticas públicas para novos projetos, com variados e novos agentes.

Hoje, as mudanças já vêm ocorrendo e, com um atributo muito simples, é possível acelerar na direção da sustentabilidade: comunicação clara e transparente. Do rótulo à campanha na TV. O consumidor precisa de informações sobre os impactos ambientais e sociais de seu consumo para que possa exercer escolhas conscientes. Dando informação confiável, a corporação não só destaca seu produto e melhora a cadeia produtiva, mas também aumenta o protagonismo do consumidor. Mostra respeito por ele e diz "você é nosso parceiro rumo à sociedade sustentável". Essa é a arma mais eficaz a ser posta a serviço da sociedade. Quanto mais marcas e agências de publicidade o fizerem, mais contribuirão para uma vida melhor para todos, hoje e no futuro.

Helio Mattar, 63, PhD em engenharia industrial, é diretor-presidente do Instituto Akatu, ONG que trabalha há dez anos pelo consumo consciente.

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/topofmind/2011/10/996028-opiniao-consumo-consciente.shtml Acesso em: 04 dez. 2020. 

Releia o período seguinte.

“Dando informação confiável, a corporação não só destaca seu produto e melhora a cadeia produtiva, mas também aumenta o protagonismo do consumidor.”.

A respeito de tal período, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas.


I. A sentença “Dando informação confiável” tem valor de condição, com relação ao restante do período.

II. A sentença “Dando informação confiável” tem valor de consequência, com relação ao restante do período.

III. O uso do par “não só/mas também” em “[...] a corporação não só destaca seu produto e melhora a cadeia produtiva, mas também aumenta o protagonismo do consumidor.” atribui valor de adição ao período.

IV. O trecho citado na assertiva anterior também poderia ter sido escrito com uso de “e” em vez de “não só/mas também”, sem prejuízo no que tange ao sentido aditivo.

V. A forma “[...] a corporação não só destaca seu produto e melhora a cadeia produtiva, mas também aumenta o protagonismo do consumidor.” é menos enfática que “(...) a corporação destaca seu produto, melhora a cadeia produtiva e aumenta o protagonismo do consumidor.”.

Alternativas
Comentários
  • Não entendi.

  • alguém pode me dizer pq o item IV esta correto?

    achei que tava errado.

  • No item IV, estaríamos trocando uma conjunção aditiva por outra.

  • I. A sentença “Dando informação confiável” tem valor de condição, com relação ao restante do período.

    SOMENTE dando uma informação confiável é que a corporação consegue aqueles benefícios. Ou seja, a sentença destacada é CONDIÇÃO para que as demais ocorram. CORRETO

    II. A sentença “Dando informação confiável” tem valor de consequência, com relação ao restante do período.

    Pelo contrário, os benefícios (destacar produto, melhorar cadeia produtiva, aumentar protagonismo) são consequências de a empresa dar informações confiáveis. Se a corporação der informações confiáveis, ela terá os benefício. Para "dar informação confiável" ser consequência das demais sentenças, estas deveriam dar causa àquela. ERRADO

    III. O uso do par “não só/mas também” em “[...] a corporação não só destaca seu produto e melhora a cadeia produtiva, mas também aumenta o protagonismo do consumidor.” atribui valor de adição ao período.

    destaca seu produto + melhora a cadeia produtiva + aumenta o protagonismo. Adição.

    Poderia ser somente "Dando informação confiável, a corporação destaca seu produto.", mas, como possuem outras consequências, o período fala que NÃO APENAS destaca o produto, COMO TAMBÉM faz outras coisas. Portanto, ideia de adição. CORRETO

    IV. O trecho citado na assertiva anterior também poderia ter sido escrito com uso de “e” em vez de “não só/mas também”, sem prejuízo no que tange ao sentido aditivo.

    O conjuntivo "e" traz ideia de adição: "Eu fui no mercado e comprei banana e arroz e feijão e água.".

    Como explicado no item III acima, a frase está adicionando consequências pelo ato de a corporação dar informação confiável. Assim, poderia ser "Dando informação confiável, a corporação destaca seu produto, melhora a cadeia produtiva e aumenta o protagonismo do consumidor.". Tirei o "não só/mas também" e substituí por "e" e a frase seguiu com o mesmo significado. CORRETO

    V. A forma “[...] a corporação não só destaca seu produto e melhora a cadeia produtiva, mas também aumenta o protagonismo do consumidor.” é menos enfática que “(...) a corporação destaca seu produto, melhora a cadeia produtiva e aumenta o protagonismo do consumidor.”.

    Se a frase fosse "Dando informação confiável, a corporação destaca seu produto, melhora a cadeia produtiva e aumenta o protagonismo do consumidor.", seria mais simples e menos enfática do que falar que ocorreu NÃO APENAS tal coisa, COMO TAMBÉM outras coisas.

    Exemplo: Fui ao estádio assistir ao jogo e conheci um jogador. X Fui ao estádio e NÃO SÓ vi o jogo, COMO TAMBÉM conheci o jogador fulano...

    A última frase tem uma ênfase bem maior na ocorrência dos fatos. Portanto item ERRADO.

  • "a corporação e destaca seu produto e melhora" boa AOCP!

  • IV. O trecho citado na assertiva anterior também poderia ter sido escrito com uso de “e” em vez de “não só/mas também”, sem prejuízo no que tange ao sentido aditivo.

    Para estar correto não seria preciso retirar a vírgula antes do 'mas'? Com a vírgula usa-se o 'e' com sentido de adversativo, não?

    “Dando informação confiável, a corporação não só destaca seu produto e melhora a cadeia produtiva, mas também aumenta o protagonismo do consumidor.”.

    Alguém poderia explicar a relação da vírgula destacada com a questão?

  • Existe uma outra questão dessa banca que aborda o item IV e a mesma considerou errado.

  • Mais forçada que perva pagando de santa

  • rapaz não vejo como condicional isso aí não

  • Quem é acostumado com a cespe, pode estranhar, pois ela é mais objetiva nesse tipo de questão, ou seja, quando tem "se" e "caso" dificilmente não sera condicional.

    Pra AOCP é diferente. Mesmo sem essas condições aparecerem, ela busca o sentido da frase.

  • Meu Deus o item IV é ridículo a abordagem e a mudança de posicionamento dessa banca , acabei de fazer uma questão a qual a banca não aceitou a mudança da conjunção "E" pelas conjunções "não só / mas tabém " vamos seguir um critério o cambada de feeeelaaaaa

  • - I CORRETA. A primeiro ver as duas tem relação de causa x consequência. Na ausência dessa opção, são condicionais. Para acontecer tal consequência, é condição ter tal causa. - II ERRADA. Na verdade há valor causal. "Por causa das informações confiáveis, isso acontece" - III CORRETA. As duas conjunções tem sentido aditivo. - a redação do item IV é simplificada, o que cria dúvidas. A pergunta basicamente é: é possível trocar as conjunções sem análise de prejuízo do sentido? Sim. As duas tem sentido aditivo. Pegadinha comum da CESPE onde pede pra avaliar o sentido gramatical e muitos se atrelam ao sentido da frase. - O item V é claramente errado, já que a conjunção "não só ... mas também" dá mais ênfase a qualidade posta por último, o que não acontece com o uso da conjunção "e".
  • sem prejuízo no que tange ao sentido aditivo. esse trecho é o principal motivo de a acertiva IV está certa.

  • A Questão Q1755243 é parecida com essa e a banca julgou como CERTA o uso do E como adição. Difícil entender esta banca.

  • Banca se contradizendo. Fiz uma questão que ela considerava o item IV errado caso substituísse por "e" sem a supressão da vírgula.

  • O uso da vírgula antes da conjunção mas no item IV é devido a regra de uso, em conectivos e expressões explicativas (isto é, assim como, ...). Mas o item IV é realmente ridículo!!