Leia o texto de Teresinha Costa para responder à questão.
Em História social da criança e da família, Philippe Ariès faz um estudo na Europa, no período
compreendido entre a Idade Média e o século XX, para demonstrar como a definição de criança se
modificou no decorrer do tempo de acordo com parâmetros ideológicos. Pela análise de pinturas,
diários, esculturas e vitrais produzidos na Europa no período anterior aos ideais da Revolução Francesa,
Ariès forja a expressão "sentimento da infância" para designar "a consciência da particularidade infantil,
essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto". Esse sentimento vai aparecer a
partir apenas do século XVII.
Na Idade Média, a criança era vista como um pequeno adulto, sem características que a
diferenciassem, e desconsiderada como alguém merecedor de cuidados especiais. Isso não significava
que as crianças fossem até então desprezadas ou negligenciadas, mas sim que não se tinha
consciência de uma série de particularidades intelectuais, comportamentais e emocionais que
passaram, então, a ser consideradas como inerentes ou até mesmo naturais às crianças. Ariès
comenta, inclusive, que os pintores ocidentais reproduziam crianças vestidas como pequenos adultos, e
que somente percebemos se tratar de uma criança devido ao seu tamanho reduzido. Nas sociedades
agrárias, a infância era um período rapidamente superado e, tão logo a criança adquiria alguma
independência, passava a participar da vida dos adultos e de seus trabalhos, jogos e festas.
(Psicanálise com crianças, 2010.)
"entre a Idade Média e o século XX" (1º parágrafo)
"Ariès forja a expressão 'sentimento da infância'" (1º parágrafo)
"sem características que a diferenciassem" (2º parágrafo)
As três ocorrências do vocábulo "a" sublinhadas correspondem, respectivamente, a: