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ID
5405023
Banca
VUNESP
Órgão
UEA
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Considere o texto de Rodrigo Duarte para responder à questão.


    Um dos aspectos mais óbvios de nossa realidade – amplamente difundido em todo o mundo contemporâneo – é a divisão do tempo de cada um numa parte dedicada ao trabalho e noutra dedicada ao lazer. Mas essa realidade atual, por mais evidente que seja para nós, não deveria nos levar à crença enganosa de que terá sido sempre assim: a divisão entre tempo de trabalho e tempo livre – inexistente na Idade Média e no período que a sucedeu imediatamente – se consolidou apenas com o amadurecimento do modo de produção capitalista, isto é, após a chamada Revolução Industrial, que eliminou o trabalho produtivo realizado nas próprias casas dos trabalhadores (quase sempre com o auxílio de suas famílias), limitando as atividades à grande indústria: um estabelecimento exclusivamente dedicado à produção por meio de maquinário pesado, concentrando massas de operários em turnos de trabalhos previamente estabelecidos.

    Na Idade Média, por um lado, a aristocracia, mesmo não tendo necessidade de se dedicar a qualquer trabalho produtivo, reservava para si atividades que, não obstante seu caráter socialmente obrigatório, eram também consideradas prazerosas. Os bailes e jantares, as festas e os concertos, as caçadas e a frequência às óperas eram parte integrante da vida cortesã e nobre.

    Por outro lado, o horizonte vital das classes servis – e possivelmente também da burguesia em sua fase inicial – era dado pelo trabalho de sol a sol, com pouquíssimo tempo que extrapolasse a produção material. Esse exíguo período antes do sono preparador para a próxima jornada de trabalho, embora não deva ser entendido como tempo de lazer no sentido moderno do termo, provavelmente constituía o momento coletivo de se cantar e narrar, tempo que servia, ao mesmo tempo, como pretexto e elemento aglutinador para a comida e a bebida em comum.


(Indústria cultural: uma introdução, 2010.)

“Mas essa realidade atual, por mais evidente que seja para nós, não deveria nos levar à crença enganosa de que terá sido sempre assim” (1º parágrafo)

No contexto em que se encontra, a locução sublinhada indica uma

Alternativas
Comentários
  • GABARITO - B

     ➜ Conjunções Subordinativas Adverbiais Concessivas: Iniciam uma oração subordinada que é contrária à principal, mas sem impedir sua realização. A concessão também é uma adversidade, mas tem um sentido mais refinado de quebra de expectativa. O fato trazido na oração subordinada concessiva gera a expectativa de que o fato que ocorre na principal não devia se realizar; mesmo assim, ele ocorre. A concessão está no campo semântico da exceção. As principais conjunções são: mesmo que, ainda que, embora, apesar de que, conquanto, por mais que, posto que, se bem que, não obstante.